terça-feira, 21 de dezembro de 2010

2011 - Ano do Vodum Sogbô.


O ano de 2011 está sob a regência do vodum Sogbô (vodún Sógbó), senhor dos ráios, das tempestades e da justiça. É tido como um vodum feminino em tradições minas e diretamente associado ao Xangô dos iorubás pelos mahis.

Este ano traz possíveis quedas de ditadores no mundo e de regimes ditatoriais, também traz mais justiça social às nações.

Alerta sobre agravamentos climáticos, tempestades, fúria dos ventos e do mar desastres principalmente aéreos e marítimos, desabamentos, incêndios e explosões.

Os governantes brasileiros devem providenciar desde o primeiro dia deste ano a limpeza e drenagem de rios, remoção de lixo e reforço de encostas, enfim, evitarem de toda forma serem pegos de surpresa e terem prejuízos ainda maiores.

É ano que leva a chuva aos locais onde não costuma chover devido aos problemas climáticos que vêm enfrentando o nosso planeta Terra, e por descaso do próprio homem.

O primeiro dia de 2011 é um dia ótimo, segundo o calendário vodum, para se realizar algo que se quer que dê certo e vá avante, não se deve perder esta boa oportunidade.

Desejamos a todos Boas Festas e Feliz Ano Novo sob as bênçãos de Sógbó.


Kawo!

Da gbó si aó!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Aconteceu em 2010.

Bem, como dissemos em postagem do ano passado neste blog, o Ano de 2010 é da regência de Ayinon (O dono da Terra), o vodum Sakpatá.

Pedimos desculpas por não conseguirmos enumerar todos os acontecimentos, e quem na ocasião pôde ler e guardar nossa postagem, não foi pego de surpresa, podendo se precaver. Logo no início do ano ocorreram vários deslizamentos de terra, inclusive no Rio de Janeiro em festa de Reveillon e posteriormente em Niterói. Bem, mencionamos aqui alguns fatos, à seguir:

23 de Novembro e 02 de Dezembro- Terremotos em Papua, Nova Guiné.

30 de Novembro- Terremoto em Ogasawara, 800 km ao sul de Tóquio no Japão.

26 de Novembro- Terremoto em Shiraz no Irã.

23 de Novembro e 02 de Dezembro- Terremotos em Papua, Nova Guiné.

21 de Novembro- Terremoto é sentido no litoral de Taiwan.

17 de Novembro- Terremoto sentido nas regiões de regiões de Ica e Arequipa no Peru.

28 de Outubro- Terremoto na região de Cusco no Peru.

10, 16 e 28 de Novembro- Terremotos no Chile.

Mineiros foram soterrados em dois desabamentos no Chile e em outro em Nova Zelândia.

O cólera avançou sobre o Haiti, ocorreu também o avanço de um furacão sobre o país já dizimado pelos terremotos do início do ano.

Devido ao novo vírus da H1N1 a situação de pandemia se agravou e a vacinação em massa contra a gripe suína não foi utopia.

Forte estiagem em 2010. Queimadas por conta do longo período de secas prejudicaram o a pecuária e a agricultura no Brasil, em Mato grosso foi terrível!!! Enquanto em outros continentes o problema foi o inverso.

Ano bom para a pesquisa votada à saúde. Pesquisadora descobre vida bacteriana quase que extra terrestre utilizando em seu genoma do elemento químico Arsênio em substituição ao fósforo. Como seriam os mecanismos de transportes de elétrons neste organismo? Era o Fósforo que nos diferenciava como vida viva. Estamos todos curiosos ainda doutora. Boa pesquisa!

Agradecemos às centenas de e-mails que recebemos relembrando esta postagem a cada fato que se produzia no Brasil e no mundo desde o primeiro dia de 2010, e procuramos de certa forma responder a todos na medida do possível.

A postagem com a regência para o próximo ano (2011) já vem por aí... é só aguardar um pouco. Agradecemos a todos o carinho e a atenção que dispensam ao nosso blog PAPOINFORMAL.









sábado, 4 de dezembro de 2010

Santa Bárbara, Oyá, Sógbó e Gbade.


"FESTA DE SANTA BÁRBARA/IANSÃ

A religiosidade do povo baiano deveria servir de exemplo de tolerância ao mundo. Em que lugar do planeta uma santa católica comunga a mesma identidade de uma entidade essencialmente africana? É assim, no dia 4 de dezembro, que católicos, adeptos do candomblé, umbanda e outras religiões celebram Santa Bárbara e Iansã numa das festas mais disputadas do calendário religioso de Salvador. Iniciada, como em outras festividades religiosas, com uma alvorada de fogos às 5 horas da manhã, acontece na Igreja de Nossa senhora do Rosário dos Pretos uma missa às 7 horas. Devido ao numeroso público, é realizada também uma missa campal. Finalizando os festejos, a imagem de Santa Bárbara deixa a igreja seguindo em procissão até o quartel de bombeiros na Barroquinha, onde faz uma parada para seguir adiante até o Mercado de Santa Bárbara onde é servido um caruru para a população. O caruru de Santa Bárbara é realizado em diversas localidades da Cidade, alguns batem recorde na quantidade de quiabos anualmente. A devoção à Santa Bárbara, padroeira dos bombeiros, enche as ruas de vermelho, incendiando as ruas com fé, regada a muita cerveja.



FÉ QUE DESABROCHOU QUAL FLOR – Por Gloria Kaiser


Bárbara sabia que seu pai jamais admitiria uma cristã em sua casa, mas não temia mais a sua ira; ela confiava no "Pai Nosso". E para que seu pai, ao voltar, pudesse identificar de longe que sua filha tornara-se cristã durante a sua ausência, ela mandou abrir uma terceira janela na torre.
Maximino Dióscoro enfureceu-se de raiva e decepção. Somente neste momento ele reconheceu que havia colocado dentro de sua casa uma cristã, Lydia. Que havia se concentrado apenas no seu perfeito conhecimento de grego quando a escolheu, e que não havia se dado conta de que ela vinha da cidade em que Paulo de Tarso havia traduzido para o grego As Visões de Jesus. Saulo/Paulo era o "perigoso" propagador do cristianismo. No auge de sua ira, Dióscoro quis mandar matar Lydia, mas esta conseguiu fugir. Bárbara igualmente tentou fugir, mas foi encontrada pelos servidores de seu pai e levada a julgamento. Foi-lhe dada a oportunidade de negar ser seguidora da nova religião, o que ela não fez. Foi então, torturada, tocada nua pelas ruas, blasfemada e teve seu corpo cruelmente mutilado. Bárbara, entretanto, resistiu a todos os ferimentos; a limitação da torre, e a autoridade de seu pai não contavam mais; as dores físicas não contavam mais, pois o seu espírito, o seu horizonte havia se expandido, ela passara a viver na firme convicção daquele amor com o qual o trino Deus a nutria e fortalecia. Somente o seu corpo estremecera; o seu interior permanecera inatingível aos seus executores. Quando, finalmente, não aceitou se reconverter aos deuses gregos, apesar de todas as torturas sofridas, ela foi condenada à morte. Em Izmit, porém, não se encontrou um único verdugo pronto a executar a pena de morte, pois secretamente muitas pessoas já haviam se tornado seguidoras da nova "religião do amor". O juiz determinou que Maximino Dióscoro, o próprio pai, executasse a pena. Após a publicação da sentença, Bárbara foi mantida presa numa cela por mais 20 dias; uma última oportunidade concedida pelo juiz para que negasse a nova religião, para que se reconvertesse. Ao ser conduzida pelo pátio da prisão, Bárbara viu os ramos pendentes de uma cerejeira e pediu ao guarda que lhe apanhasse alguns dos ramos. Levou os ramos consigo para a cela, onde, então, se prepararia para a sua derradeira hora. Bárbara orou, falou com anjos, com seres divinos que acreditava perceber em sua cela. E no vigésimo dia, no dia em que seria levada ao cadafalso, os botões dos ramos da cerejeira desabrocharam: o céu enviara o seu sinal a Bárbara! Ela havia escolhido o caminho certo, havia conseguido libertar-se do poder de seu pai através da força adquirida na nova religião, e a sua liberdade interior havia desabrochado. Bárbara não olhou para seu pai quando posicionou a cabeça sobre o cadafalso para a execução. Manteve-se calma e deixou-se ser amarrada. Agora Maximino Dióscoro, o pai, podia exercer todo o seu poder sobre sua filha Bárbara, e assim consumou a pena. No momento em que a cabeça de sua filha separou-se do corpo, no entanto, um raio atingiu Maximino Dióscoro matando-o instantaneamente. As pessoas que levam ramos de cerejeiras à igreja pedem a Bárbara que lhes indique um caminho que as liberte da limitação e do isolamento; Pedem ajuda para encontrar um novo começo. Rezam para que os botões dos ramos de cerejeira abram em flor, apesar de ainda ser dezembro na Europa, de os dias ainda estarem curtos e escuros, e de a natureza ainda mostrar-se enrijecida de frio. No silêncio das semanas de advento, as pessoas conduzem o olhar para dentro de si, oram e pedem pela luz que lhes ilumine a vida, que lhes aponte o seu próprio caminho para a liberdade. E através de sua fé em Santa Bárbara, os botões desabrocharão, e o novo, a brancura da floração da cerejeira, iluminará a neblina, a escuridão. Geralmente Bárbara é representada por uma torre com três janelinhas, que simboliza a reconciliação e a renovação da vida. É a padroeira dos montanhistas, geólogos, arquitetos e artilheiros, dos bombeiros e dos presidiários. Ela também é reverenciada como a padroeira dos moribundos, pois lhes tiraria o medo de morrer - virão anjos que aplacarão as dores da morte. A Igreja dos Romeiros em Eibingen, na região do Rheingau, na Alemanha, guarda uma relíquia de Santa Bárbara.
Gloria Kaiser é escritora austríaca, sócia correspondente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e do Instituto Genealógico da Bahia e membro correspondente da Academia de Letras da Bahia.
Fonte: A Tarde, 01.12.2007, Cultural, p.11, Gloria Kaiser


LENDA DE IANSÃ - por Luiz Carlos Pereira

Oxaguiã em certa ocasião decretou guerra a todos seus inimigos. Como eram muitos, precisava de muitas armas. Pediu a Ogum que as forjasse, delas dependeria sua vitória ou derrota. O ferreiro se pôs a trabalhar com sofreguidão, mas tantos eram os armamentos necessários que sua forja já não dava conta. Iansã, sua mulher na época, ofereceu ajuda e começou a soprar a forja para que o fogo se avivasse e Ogum pudesse continuar seu trabalho. Esse esforço conjunto fez com que as encomendas saíssem à perfeição e assim a guerra foi ganha. Oxaguiã, contente e agradecido, resolveu fazer uma visita ao casal reconhecendo o valor do trabalho feito por eles. Ao conhecer a bela mulher ficou totalmente apaixonado e tudo fez para que ela o acompanhasse. As belas e encantadoras promessas feitas em sussurros encantaram Iansã e ela se foi com o rei para seu castelo deixando Ogum desanimado e tristonho. Anos mais tarde nova guerra foi decretada. Oxaguiã correu a casa do ferreiro para fazer nova encomenda, conhecia e respeitava o trabalho de Ogum, este, porém o recebeu friamente dizendo que desta vez já não contava com o valioso sopro de Iansã o que deixava sua forja fria para o feitio de tantas armas. O rei garantiu-lhe que teria o sopro necessário. Chegando ao seu reino ordenou à mulher que ajudasse Ogum, mas teria que ser dali, não poderia voltar ao velho lar. Depois de muito pensar no que fazer, Iansã sentou-se em frente a uma janela da torre mais alta da construção e começou a soprar. Primeiro em pequenas baforadas que apenas faziam brisa. A casa do ferreiro ficava do outro lado da terra e o sopro a ser enviado tinha que ser mais forte. Concentrando-se em sua tarefa, puxava o ar e o soltava cada vez com maior ímpeto. Em pouco tempo o sopro transformou-se em vento que balançava as folhas das árvores. Ao cair da tarde transformara-se em um tufão que varria todos os campos e terras por onde passava e chegava à forja de Ogum com a força necessária para avivar o fogo tão necessário. Reconhecendo o esforço da mulher querida, ele se pôs a trabalhar com afinco. Pelas cidades onde os ventos passavam todos habitantes prostravam-se em terra para louvar a tempestade da bela Oyá. Foi assim que Oxaguiã venceu a guerra novamente, usando o trabalho do casal que ele separara. Ainda hoje, quando há missões especiais, Ogum se põe em frente à forja e Iansã de sua torre sopra com energia. Separados por quilômetros de terra, encontram-se a força e a tempestade!

Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/religious-studies/1679573-lenda-ians%C3%A3/
(...)"

Fundação Gregório de Mattos; In: http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/festa-modelo.php?festa=5

Em algumas tradições minas no Brasil, Santa Bárbara é sincretizada com Gbade, em algumas casas com Notché Sógbó (nossa mãe Sobô), vodum do branco, daí o amarelo de algumas contas que surge do vestido de Bárbara, em alguns casos presente também o azul do ráio; em Jeje Mahi, Modubi, Savalu (Jeje Nagô) e no rito Nagô-Vodum onde Sógbó é adan (corajoso, colérico) e de caráter masculino, vodum do vermelho, o sincretismo é com Oyá como no Nagô.
O caruru servido em sua festividade lembra que Oyá é mãe dos gêmeos Ibeji (Hoho; Hohovi).

Que Oyá, Gbade, Notché Sógbó e Santa Bárbara nos abençoe.
Yao!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Umbanda

O Embanda incorporado com seu guia espiritual dá passes magnéticos, descarrega e orienta quem lhe procura para a resolução de seus problemas.

Lemos recentemente em um determinado site, não religioso, mas que se propõe a divulgar diversas crenças, que a Umbanda tem como matriz africana o Candomblé; cristã : O sincretismo com os santos católicos; e hinduísta: O Espiritismo.

O sincretismo, sem dúvida assomou-se à concepção espírita cristã da filosofia kardecista. Introduziu o uso da oração cristã e cristã umbandista, do batismo cristão umbandista e outras práticas dentro da Umbanda.

Bem todos sabemos que foi Allan Kardec quem codificou o Espiritismo que havia na França em sua época, começando, como bom jornalista que era, por investigar os tão alarmados e difundidos fenômenos das mesas giratórias, além de outros mais.

Sabemos que a crença no espírito é mais antiga, vem do Cró Magnon que já enterrava seus mortos com objetos rituais, então, a origem do Espiritismo é a mesma do vodum, e também é prática voduísta milenar evocar o espírito dos mortos; egípcios e babilônios por certo, já praticavam a evocação constatando-se o fato de época mui posteriormente a do homem primitivo, o que reforça a origem. Lembramos como exemplo disso que o culto de Dangbé (Dangbê), que de Ouidah, Benin, deu origem também ao culto nagô do conhecido orixá Oxumarê, culto este de Dangbé que veio da antiga Núbia (território que ocupava parte do Sudão e do Egito) com os Ga Adangbé.

A matriz africana da Umbanda vem do Culto Omoloko, do Rio de Janeiro, que originou-se de calundus (reuniões festivas religiosas de pequenos grupos de negros) do interior, dos hoje bairros suburbanos, antigas fazendas de cana-de-açúcar, com expressiva presença de cabindas, dentre outra etnias bantus e sudanesas como os adjás, observadas características dos jejes dentro da Umbanda herdadas do Omoloko. Neste culto primordial já era conhecido o sincretismo com os santos católicos para iludir ao senhor de engenho, e por sua vez difundido o uso da vela, da lamparina, da imagem de santos, em alusão aos ritos católicos.

A Umbanda propriamente dita foi fundada em 1908 pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas que incorporava no médium Zélio de Morais, de certa forma aculturando o Omoloko, introduzindo nele o Espiritismo Kardecista. Muitas cantigas foram aportuguesadas e novas surgiram em língua portuguesa, a kumba (festa) que deu origem à palavra macumba de “ma kumba” (minha festa) do embanda (chefe de terreiro) e diversas práticas iam à partir daí mudando gradativamente, umas mais rapidamente outras com mais resistência, originando a uma enorme diversidade cultural umbandista, propriamente dita, que vemos nos dias atuais. A definição de Umbanda foi dada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas como sendo "A manifestação do espírito para a prática da caridade".

O Candomblé é produto da formação do ëgbë (é-gbé: Sociedade, ao modelo nagô) e surgiu muito posteriormente na Bahia, ao final do séc. XVIII início do séc. XIX, está nas raízes do candomblé da Barroquinha e na concentração de várias culturas e chefes de cultos presentes nas admitidas sociedades religiosas congregantes de negros da época, como a Irmandade da Boa Morte.

Embora o equívoco que deparamos no site visitado, foi muito bom porquê nos trouxe a inspiração para corrigir as afirmações, e como sempre, orientando dentro de nossas raízes culturais religiosas afro-brasileiras.









Nobime, Exemplo de um Jovem Emergente.


"Todas as coisas vêm ao fim, para aqueles que o esperam”


Por ocasião do aniversário de dois anos do Hwendomag, jornal cultural endógeno do Benin, que tem Ifabimi como seu correspondente no Brasil, Constantin Nobime, seu criador e diretor, nos deu uma entrevista, vamos à ela:


Apresentação:


Meu nome é Babatoundé Constantino Nobime I, de nacionalidade beninense. Vou falar um pouco de mim agora, eu sou designer e consultor cultural endógeno (de dentro de meu país). Com minha jovem idade, tento comer no mesmo prato com os grandes da cultura de meu país, e o que é ótimo para se ter mais experiência. Além disso, eu sou diretor geral de uma publicação bimestral de informações endógenas e artísticas que é o jornal Hwendomag do Benin.


Conte a Sua História Como Promotor Cultural:


Se bem me lembro, a primeira edição do jornal "A Cultura" foi o início de todas as batalhas. Uma viagem de mil milhas sempre começa com um primeiro passo, digo sempre. Esta primeira etapa foi um grande risco, neste contexto, o mundo do showbiz beninense estava cheio de pessoas que também são nossos velhos amigos e que também não foram bem sucedidos nessa luta, então, foi uma batalha perdida porque era um mundo sem perpectivas. Mas, graças à nossa vontade, nossa determinação e à crença de ir mais longe na promoção da nossa cultura, trabalhando para enfrentar o desafio, um desafio para o sucesso em nossa jornada como uma revista cultural.

Ao longo do caminho, encontramos enormes dificuldades, a gente até quase parou, uma vez que a gestão dos homens não era fácil, você sabe. Mas como único mestre a bordo, eu decidi pegar o touro pelos chifres e não derrubando, como meus ancestrais o fizeram, e outros promotores da minha geração não conseguiram segurar. Eles tiveram que realmente parar. O que pude fazer foi fechar as portas do Le Cultural e entrar nos editoriais dos jornais que circulam em Benin, mas não em todos, só nos resistentes. Ao fazer isso, fechou-se devagar a porta da promoção cultural do Benin. Durante a época do desmame... e os críticos ficaram satisfeitos, porque, para eles, nunca teria sucesso um bom desafio. Mas, por necessidade, e com a bênção dos nossos antepassados, de alguma forma ergueram-se o ressurgimento das tradições e a busca cultural.

Não querendo ficar à margem da promoção nas línguas nacionais, porque o nosso departamento ficou agora dividido em dois, voltamos alguns meses depois como o Instituto Cultural, em língua Fon que tornou-se o HWENDO. O novo nome é só para permitir que todos se reúnam conosco. Assim, toda a África, e ao redor do mundo, estarão em contato com este jornal e saberá das preciosidades que dele vem.

E como um homem, que decidiu ficar no mesmo clã e dizer não a todos os problemas que prejudicam não só o showbiz, mas também a cultura endógena do Benin, digo que a cultura com sustentabilidade não é o nosso único credo, e estamos fortemente empenhados em manter a nossa linha editorial. Hoje, nos sentimos felizes de estar em nossa 19ª edição, e quando outros projetos ainda não foram iniciados.


Quais as metas à Atingir para os próximos anos?


Nossa meta agora, claro, é manter e expandir o nosso mercado de leitores do Benin porque nós estamos agora com edições bimestrais que cobrem todo o país e logo expandiremos para toda África e outros continentes. Em dois anos! É em breve! Mas não devemos declarar a vitória de imediato, pois ainda há muito a ser feito para a cultura Beninense que precisa de homens competentes como nós. Não podemos deixar cair.


Como faz para alcançar a suas metas sem subvenções do governo do Benin?


Este é outro problema muito sério em nosso país. Hoje, os nossos dirigentes preferem investir seu dinheiro nos jornais que estão envolvidos politicamente.

Nenhum pensamento há com autoridade de iniciativas culturais, isso porque alguns de nós infelizmente acreditamos que a cultura não representa nada. Como promotor nas artes, entendo que a propriedade cultural musical não é um ruido. Estamos raciocinando e contamos com os nossos esforços pessoais para ir mais longe na preservação do nosso património cultural e de adoração. Se o governo pensar em nós um dia, vamos estar presentes.


Para este aniversário de dois anos o que pretende organizar?


(Risos ...) Nós vamos fazer como em qualquer outro aniversário. Nós convidamos os nossos artistas, o Culto Vodum, e pronto... uns e outros colegas... Enfim, a festa ficará linda!


Uma palavra final:


Não vou terminar esta entrevista sem agradecer a todos aqueles que, direta ou indiretamente nos ajudaram para o sucesso desta aposta. Após dois anos vale a pena celebrar esta festa porque é muito bonita, convidamos a todos, mesmo se eles não estiverem presentes, eles estarão conosco no coração. Obrigado, obrigado, e muito obrigado a todos!

Como diz um provérbio Africano: "Todas as coisas vêm ao fim, para aqueles que o esperam”. Desejo a todos nós um feliz aniversário! E o desenvolvimento da cultura é a nossa aposta.



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Vatapá Sagrado do Ano Novo.



Estamos chegando ao final de mais um ano, e um ano novo se inicia, como de costume a tradição é o vatapá, seja de peixe com camarão; camarão com galinha; Praiano; à base pães ou farinha de arroz; etc. O vatapá que é servido no primeiro dia do novo ano é sagrado!
Sua tradição vem do Benin (vatakpá) onde é muito consumido até os dias atuais e é um pedido de prosperidade, sua mágica fórmula põe de diversos alimentos para o ano que se inicia, é uma comunhão.
Uma receita prática que nós do blog curtimos muito vai abaixo para vocês experimentarem, é bem tradicional, embora seja de pão de forma. Assim quem não conhece já pode ir aprendendo e comprando os ingredientes para a virada do ano, ah! E não esqueçamos que o vatapá de axé mesmo, é feito antes da virada e servido na virada.
Vamos todos saborear do vatapá na virada, conforme faziam nossos antepassados!


Ingredientes:

- 250g de postas de peixe branco
- ½ cebola cortada em rodelas
- 1 tomate sem pele cortado em cubos
- 2 colheres (chá) de coentro em pó
- ½ xícara (chá) de pimentão verde
- 1 colher (chá) de pimenta calabresa em flocos
- 20 mL de suco de limão
- 3 colheres (sopa) de azeite de dendê
- ½ xícara (chá) de castanha de caju torrada
- ½ xícara (chá) de amendoim descascado
- 1 colher (chá) de gengibre ralado
- 2 unidades de pão de forma sem casca
- ½ xícara (chá) de leite de coco
- ½ xícara (chá) de água
- Sal e pimenta do reino preta a gosto
-70g de camarão seco defumado


Procedimento:

-Deixe o camarão de molho até dessalgar-
1.Torre o amendoim e retire a pele
2.Tempere as postas de peixe com sal e pimenta do reino e reserve
3.Em outra panela, refogue a cebola, o tomate, o coentro em pó e o pimentão na metade do azeite de dendê
4.Acrescente as postas por cima do refogado e deixe cozinhar por mais 5 minutos
5.Em seguida, salpique com pimenta calabresa
6.Regue com suco de limão e a outra metade do azeite de dendê
7.Tampe a panela, leve ao fogo médio e cozinhe até que fique macio
8.Retire do fogo e separe as postas do molho
9.Corte as postas em pedaços pequenos e reserve
10.Misture ao molho o camarão seco, a castanha de caju, o amendoim e o gengibre
11.Coloque no processador sem moer muito

Receita de Bruna Cliffe em http://tudogostoso.uol.com.br/receita/1336-vatapa.html

domingo, 28 de novembro de 2010

O Rei Yeto Kandji Comenta sua Ancestralidade.


Sábado 30 de Outubro de 2010, o Palácio Real de Agonlin esteve em festa. Não foi a festa do vodum e nem uma cerimônia endógina, mas Sua Majestade Agonlinhossu Yéto Kandji apagou mais uma velinha.

No decurso desta festa estiveram presentes inúmeras personalidades de diversos níveis sociais, desde a realeza, aos dignatários do vodum, e Sua Majestado nos deu esta entrevista.

O Início do Reino de Agonlin até os Dias Atuais:

-Majestade, conte-nos um pouco sobre a história do seu reino.

-De um modo geral, quando falamos da região de Agonlin na República do Benin, primeiramente nós pensamos em Agonlin-Houègbo dentro da comunidade de Zagnanado, espontaneamente pensamos antes de voltar-nos para a comunidade de Cove Ouinhi. A denominação Agonlin-Houègbo foi e ainda permanece denominando os autóctones do baixo-Benin, à todos das regiões situadas entre Zou e Ouèmé. As migrações para a região de Agonlin foram devidas a várias causas, sendo as principais, por causa da caça, por causas políticas e militares, e aventureiros. Os primeiros imigrantes, o caçador Yeto, que não escolheu aleatoriamente um local dominado por palmeiras, isso em uma data desconhecida mas provavelmente no século XVII, século em que o denominado YETO, caçador de seu estado, descendente de Adjahouto veio de Aoutègoudo (Allada) acompanhado de sua mulher Tangni-ga e de suas três crianças: Aglo, Kpossou et Kpossi passando por Hinvidohouga, então, vindo a se instalarem em Bamey Covèdji dentro da vila de Agonlin-Houègbo na comunidade de Zagnanado. Esta família vivia pacificamente dentro de sua fazenda quando certo dia um falcão chegou a pegar um de seus filhotes. Furioso, o caçador Yeto pegou seu fuzil e sua mochila e correu em seu encalço, o emérito caçador Yeto conseguiu atingir o pássaro e plantou uma participação no Palmeiral (Agontèguédé) tendo o cuidado de pegar um pouco da areia deste lugar, devido à fertilidade do solo, pois o local continha 16 palmeiras. O caçador Yeto domina o território do falcão, remove sua morada ao longo do caminho e passa a usar as suas penas em dia histórico, ocasião em que ele retorna a este lugar. Durante sua jornada ele depara com um homem velho e doente (um leproso) que vivia sozinho em uma cabana dentro da floresta porquê foi rejeitado pela sociedade, respondia pelo nome de Lanfan e era de origem desconhecida, este lugar foi denominado Todo e ficava a 500m do palmeiral. O local hoje tornou-se uma bairro de Agonlin-Houègbo. Surpreso ao vê-lo sozinho na floresta e ambos tristes, o caçador Yeto ofereceu-lhe o pássaro e contou-lhe do seu infortúnio.

Ele prometeu que voltaria a visitar Lanfan muito em breve. Chegando em sua fazenda Yeto consultou o oráculo com a areia e perguntou se poderia viver livremente naquele local. Poucos dias depois, ele retornou para ver o velho Lanfan e pediu para ir com ele para o Palmeiral, Lanfan aceitou seu pedido. Mais tarde sua mulher Tangni-ga faleceu. Ele retornou ao local alguns dias após a morte de sua esposa para construir sob a palmeira onde plantou o pole e mudou-se para lá com seus três filhos. Este nome foi dado desde toda a região entre Zou e Ouémé. Yeto foi o primeiro a se estabelecer neste lugar, assentou-se e a seus fetiches Bossikpon e Nouhouayi, ordenou a imigrantes construírem suas casas perto dele e deu nome à construção de Houègbo que significa (casa grande), então, Houègbo passou a ser adicionado ao nome Agonlin, tornando-se Agonlin-Houègbo (que significa: Casa grande sob a Palmeira). Yeto é o fundador de Agonlin. O Agonlinu propriamente dito, é aquele que designamos oriundo do local e se reconhece como tal, eles ocupam a vila que leva o seu nome.

Sem exceção, muitos imigrantes daquela época eram caçadores. Então Yeto era realmente dono da floresta, que ele conhecia bem e sabia do segredo para superar os perigos de todos os tipos que nos espreita. Ele herdou de seu pai uma poderosa força sobrenatural. Ele recebeu também de Lanfan um pouco de poder e foi ele quem o enterrou após sua morte. Yeto fez de seu túmulo o fetiche Ayizan. Com a morte de Yeto ele foi enterrado mesmo. Para homenagear este misterioso poder, seu túmulo foi transformado em um fetiche que é dirigido por uma família chamada Yetonon com os seguidores Yetossi, lembre-se que os migrantes que apareceram depois de Yeto se instalar em Agonlin-Houègbo são Yebo Ganmoussou, vindo de Houègbo-Agon com seu fetiche Gunu. Dossu-ga, um descendente da família real de Allada que tinha se estabelecido em primeiro lugar na vila Zado (Abomey) e viu toda a morte desua descendência, veio para Agonlin-Houègbo e se estabeleceu com sua esposa Agbalao e trazendo como proteção os fetiches Legba Zado, Legba Hlan e Hunguê. Dossou-ga tinha um filho chamado Agossu que lhe sucedeu e formou a grande família Agossu. Honkpo, filho de Awessou vêm Djégbè (Abomey) serviu como um mensageiro entre o rei de Abomey e Yeto sob o nome Yevo. Kpossalanvi vindo de Houègbo-Agon com seu fetiche protetor: Tohiohouè. Ele era o chefe da alfândega dos reis de Abomey em Agonlin-Houègbo. Houndako Dah Denouton com seu irmão Aklonmessi vindos de Houawé-Wangnondo com seu fetiche protetor: Wangnon. Adanmaho-Hounde vindo de Kpomè com seu fetiche protetor: Manse. Houngan Agbokou com seu irmão Sahouedonon vindo de Cana com seu fetiche protetor: Aho.


-Como surgiu a Gênese do Clã Yeto?

-Como qualquer país e povo, uma civilização deve tentar traçar a história do seu passado, uma civilização sem memória é como um barco sem leme. Então, seria o mesmo para uma comunidade, família ou clã. O Yeto, corajoso caçador, de Aoutègoudo (Allada), fundador de Agonlin, casado com Tangni-ga e pai de três filhos, dois meninos Kpossu e Aglo, e Kpossi; nomeou todos com um poder sobrenatural que o pai deu. Com a morte da esposa Tangni-ga, Yeto enterrou-a em Bamey Covèdji e parece que recebeu de seu marido esse poder. Sete anos após sua morte, onde ela foi enterrada começa a jorrar água e tornou-se um rio chamado Bamey Covèdji, é o chamado Tangni-ga-Tó, que significa “Rio Tangni-ga”. Foi após a morte de Tangni-ga que Yeto veio a se estabelecer no Palmeiral, onde ele matou o falcão, com seus três filhos. Com a morte de Yeto, seu primeiro filho Aglo que era um homem misterioso fazia previsões reais, e esse poder que tinha lhe permitiu ser o gênio do clã. Ele cuidava do lugar onde seu pai foi sepultado. O poder fez dele um homem único. Kpossu, o segundo filho de Yeto assumiu o trono com o apelido Daye I, casou-se com duas mulheres durante o seu reinado. A primeira mulher é de Banamè ela é mãe de três filhos Hintonou Bossiadjo e Ahannou Massakokossou. A segunda mulher é a mãe de dois filhos Atinkossiennon apelidado Bassikponnon e o segundo é chamado Daye II e assume o trono após a morte de seu pai. A única filha Kpossi de Yeto casou com Aboli Hedossa originário de Koussoukpa (Zogbodomey), este último veio a se estabelecer em Agonlin-Houègbo ao lado de Yeto, ele criou o clã Zounkoun e seu primeiro filho foi apelidado Amansoulokonon (Amansouloko significa: O Iroko do Rei Yeto), ou Denon, seu nome verdadeiro.

Ogadjoba foi um valoroso guerreiro enviado a Yeto à época de seu reino para guardar a causa de seu dinamismo ao momento da conquista de Kétou por Abomey, um dia o Rei Daye!

Ogadjoba que foi castrado por causa da guerra, trouxe uma mulher chamada Agbessi Houndéwadji de Kpogon.

O próprio Ogadjoba vindo de Kpogon ordenou a Daye II estabelecer-se com esta mulher, porém, com medo de que Ogadjoba fizesse mal a seu irmão Atinkossiennon Bassikponnon, Daye II casou com outra mulher.

Concluindo, gostaria de acrescentar que Daye II não teve o poder como seu avô, por isso ele não foi enterrado ritualmente. Ele foi enterrado como todo mundo, então com ele terminou esse poder, donde o nome Yetonon significa aquele que é representante das cerimônias tradicionais do Rei Yeto. Noto também que o fundador foi Yeto, ele governou de 1634-1731, e eu subi ao trono em 24 de fevereiro de 1993 . (Por: Constantin Nobime).

In: Le royaume d’Azonlinà la Loupe : Sa majesté Yéto Kandji marque son règne d’une bougie de plus.

http://hwendomag.afrikblog.com/

Traduzido por Ifabimi.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Gbesá – Oxum a Primeira Apetebi.


Gbesá – Oxum a primeira Apetebi.

A Apetebi é a esposa de um babalawò, e Òsun (Oxum) foi a primeira Apetebi porquê passou, então, a ser conhecedora do segredo (Yéyé S'awò - Mãe para o segredo) esta história é contada pelo duvi (omo odú), odú menor (secundário) Gbesá (Ogbesa) nas seguintes passagens do Fá (Ifá):

Quando Òrúnmilà convocou as 401 divindades para o céu,

ele teve uma grande surpresa...

o òrìsà (orixá) encontrou muitas ajés no céu

que começavam a devorar os orixás... de um por um.

Òrúnmilà tinha oferecido sacrifício antes de deixar a terra, então,

Òrúnmilà foi salvo por Òsun que vendo isto, o escondeu

e substituiu sua carne pela carne de uma cabra,

pois seria devorado em especial, em um dia festivo.


Isso foi quando Òrúnmilà e Òsun tornaram-se próximos.

Òrúmilà falou do bom retorno que Òsun lhe proporcionou.

Foi incrível!

Ele perguntou o que deveria fazer retornando...

Era a razão principal do por quê Òrúmilà

criou o jogo dos dezesseis búzios

e em seguida entregou-os à Òsun,

De todos os orixás que se utilizam do jogo dos dezesseis búzios

nenhum o teve antes de Òsun,

foi Ifá quem deu à Òsun

e disse para lançá-los

e assim usasse uma outra forma de adivinhação,

isto foi o que Ifá usou para recompensar Òsun.

Isto porquê o relacionamento entre Ifá e Òsun

é como algo que ninguém pode saber.

É o que está entre os dois.

Òrúnmilà então desposou Òsun

e das muitas formas de adivinhação

o jogo dos dezesseis búzios passou a ser

mais uma forma de adivinhação em Ifá.


sábado, 20 de novembro de 2010

Sá Medji - Respeito Pelas Mulheres.

Ago!
Unto e acalmo minha língua com ami vovo para falar sobre você Sá Medji.

Sá é rico, faz muito barulho,
o som do sino chega à Terra...
foi o que se mostrou para Yá Odù no dia
que desceu à Terra, e também
para Ogun e Obatalá, entre os quais
Odù foi a única mulher.
-O que vai acontecer quando chegarmos na Terra?
Olódùmarè respondeu:
-Tudo o que você quer obter na vida,
vou dar-lhe o poder para fazê-lo,
para que o mundo se torne um bom lugar.
(Ogum marchou em frente, Obatalá se seguiram,
Odù é deixada para trás).
Voltando-se, perguntou:
-Criador, até lá haverá
o poder da guerra de Ogun? Ele tem um facão,
ele tem uma arma, ele tem tudo o que precisa
para lutar.
Obatalá também tem todas as qualificações
para alcançar qualquer meta que escolhe.
Então, o que me resta, a única mulher
entre eles? O que devo fazer?
Olódùmarè disse: O poder da maternidade
que mantém a Terra intacta, pertence a você.
O poder dos Pássaros pertence a você.
Vou dar-lhe uma cabaça grande,
preenchida com todas essas coisas.
Odù, volte. Sabe
como usá-los?
Odù respondeu:
Se os humanos não me escutam,
nem sequer pedem meu conselho,
então, eu vou lutar!
Se as pessoas me perguntam por dinheiro ou crianças,
Eu vou ser indulgente para com elas, desde que
elas não sejam grosseiras;
pois se isso acontecer eu terei tudo de volta.
Assim está bom para mim.
O Criador disse: Mas use de
seu poder com firmeza e não
com violência, ou eu o tomarei de você.
Desde aquela época, por causa de Odù,
as mulheres têm o poder de sempre dizer o que querem,
pois, na ausência das mulheres
os homens nada podem fazer.
Odù veio para a Terra.
Em todos os bosques sagrados de Egungun entrou livremente,
e também nos bosques de Oro.
Em todos os lugares onde os espíritos eram adorados
a mulher se apresentou.
Ah! O velho estava exagerando, e Odù
caiu em desgraça!
Ifá foi consultado em seu nome.
-Ei, você! (Ifá disse)
-Você tem que se acalmar!
-Por que eu iria fazer isso?
-Por causa do poder que lhe foi dado,
explicou o Awò, é para que as pessoas
não descubram o que é.
-Eles não vão, respondeu Odù, pois ninguém viu
como o Criador me deu esse poder!
-Sacrifício de qualquer maneira! Aconselhou o Awò.
-Não! (Respondeu Odù).
Ninguém vai tomar o meu poder e levá-lo para longe de mim.
(Eles não sabem sobre ela).
Então, ela o colocou no pano de Egungun.
e saiu em campo aberto.
Não havia nada que ela não fizesse nesses dias.
Obatalá foi a Ifá, disse:
Ei! O Criador deu-me autoridade sobre a Terra,
mas essa mulher Enérgica leva tudo à mais.
Não há nenhum lugar onde ela não vá.
Ifá confortando Obatalá disse:
Ninguém pode arrancar o mundo de suas mãos.
O mundo não vai estragar. Sacrifício: caracóis,
um chicote, e oito dinheiros. "
Quando Obatalá sacrificou Orunmila disse:
Não se preocupe, a adoração irá retornar para você.
Entretanto, foi assim que, quando Odù disse:
Não olhe! E as pessoas que ainda olharam,
ficaram cegas.
Vamos viver juntos, disse ela a Obatalá,
Dessa forma, você pode ver tudo o que faço.
Obatalá tinha sacrificado caracóis ao seu Ori,
e em seguida bebeu o líquido das conchas.
Você quer alguma coisa, Odù?
Ela bebeu e seu estômago se acalmou.
Oh, eu descobri uma comida deliciosa,
O líquido do caracol é doce.
E assim Obatalá deu-lhe
todos os caracóis que ela desejava.
Mas todas as coisas que você tem,
todas as coisas que você faz?
Vou compartilhar tudo isso com você, respondeu Odù.
E então, quando ela foi evocar Egungun,
e dizendo que estava com medo,
Obatalá foi com ela.
No bosque sagrado vestiu o traje,
mas não poderia produzir um som como Egungun.
Mais tarde Obatalá adicionou um rosto para se cobrir com a roupa,
tomou o chicote, e falou com a voz de Egungun.
Ele, então, saiu.
O povo disse: Esta é verdadeiramente
uma aparição de outro mundo!
Ele até pôs medo em Odù.
Quem colocou esta roupa tão rápido?
Quem falou com aquela voz irreconhecível?
Então, o homem conquistou a mulher
através da esperteza.
Obatalá passou por toda a cidade
como um Egungun.
Vendo que ele não estava em casa e
reconhecendo-lhe o traje,
Odù libertou o pássaro da cabaça,
que foi pousar no ombro do mascarado.
Daquele momento em diante, era tudo o que podia fazer Egungun.
Foi por causa do poder das Aves...
Quando Obatalá, o Egungun, chegou em casa,
contou como tinha feito tudo,
colocou o chicote para baixo
e cumprimentou Odù.
-Você pode ter Egungun, disse ela:
Nunca mais será a mulher quem ousa vestir o traje,
mas o poder que utiliza será de nossa propriedade,
e quando você sair, eu vou dançar para você.
A partir de agora só os homens sairão como Egungun.
Mas ninguém, nem os homens, nem as crianças e nem os velhos,
ousarão zombar das mulheres.
O poder das mulheres é maior.
As mulheres dão a vida por meio de parto,
e qualquer homem pode querer fazê-lo,
as mulheres devem ajudá-los ou eles irão estragá-lo.
Então, eles cantaram juntos, e Obatalá disse
que toda semana todo mundo louvasse as mulheres,
para que o mundo fosse pacífico.
Flexionassem os joelhos, dobrassem os joelhos para a mulher,
para a mulher que os trouxe a este mundo;
as mulheres são a sabedoria na Terra,
as mulheres nos trouxeram a este mundo;
devemos ter respeito pela mulher.

domingo, 14 de novembro de 2010

Apetebi e Iyanifá: Distinções na Origem do Ifá.



Apetebi e Iyanifá, como se distinguem os termos em Ile-Ife, antiga capital cultural e do Ifá tradicional yorùbá?

“Apetebi é o nome dado à esposa de Orunmilá. É também o nome que Orunmilá deu para a esposa de um Babalawò."

No Odù de Ifá Ogbe Sá, Ifá dá a história de como Apetebi se tornou a esposa de Orunmilá. Ifá diz que Orunmilá entrou em guerra na cidade de Ilu Obirin depois que todos os esforços dos outros orixás foram infrutíferos. Orunmilá consultou Ifá, fez o sacrifício próprio e, posteriormente, foi capaz de derrotar a insurreição em Ilu Obirin. A cidade de Ilu Obirin era habitada somente por mulheres. Estas mulheres foram amarradas com cordas e levadas de volta à cidade onde residiu Orunmilá. Quando chegaram na cidade os conselheiros de Orunmilá queriam matar todas as mulheres. Em vez de matar as mulheres Orunmilá decidiu torná-las Apetebis.

A diferença entre uma Apetebi e uma Iyanifá (sacerdote de Ifá feminino) é que uma Apetebi não é necessariamente a iniciada para Ifá, mas é a mulher de um Babalawò. Considerando que uma Iyanifá não é apenas iniciada para Ifá, mas uma sacerdotisa do Ifá.

Depois que uma mulher casa com um Babalawò, ela é obrigada a limpar a área da casa de Ifá à cada 5 dias. É necessário manter a área limpa, onde repousa Ifá. Ela estará sempre levando água para os visitantes quando eles chegam em casa. Ela também precisa honrar o seu marido e não pode ser rude. Ela deve ser respeitosa para com todos, com seu esposo e Omo Awos. Ela deve ser a guardiã dos segredos de seu marido e ter cuidado com suas palavras fora de casa.

Os deveres de um Babalawò para com uma Apetebi inclui tratar sua esposa com respeito. Ele não pode brigar ou usar de palavras duras para com ela, mas deve ser suave, temperado e paciente. Se surgir um problema entre um Babalawò e sua Apetebi, o mesmo deve ser resolvido amigavelmente.

Ao alimentar a Ifá a Apetebi deve trazer o Esin e usar esse material para orar. Há muitas canções específicas para a Apetebi. No templo Oketase em Ile-Ife, a Apetebi têm o Aro, que são funções específicas para Apetebi nos festivais Agboniregun e Ifá. Quando um Odù está sendo realizado a Apetebi têm o Orin que é cantado especificamente naquele momento. Em cada ocasião, há muitos trabalhos necessários e as funções que a Apetebi deve executar. Através dessas muitas tarefas é que as esposas de Orunmilá recebem as bênçãos de Ifá.

O respeito que é dado a um Babalawò é também dado à sua Apetebi. A Apetebi tem poder. À ela foi dado por Orunmilá os búzios à luz divina para seus clientes em sua ausência. A Apetebi tem poder divino com o erindilogun. Ela tem acesso a todas as casas de Orixá. No entanto, ela nunca pode entrar na casa de Odù ou Oro. Esses lugares são proibidos para mulheres. A Apetebi usará o Ide Ifá e o cloting tradicional. E mais: O babalawò nunca pode se sentar no lugar onde uma Apetebi acaba de ter desocupado.

A Apetebi é um membro valioso da comunidade do Ifá.



Omo ti a fi etebi ki a ma pe ni Apetebi

Lubedo siko aya mi no

Ajagbakira aya mi ni se

Eri mi e dasi yayaya

Edo koyaya

O to ka daesi doko nu ka wa sere gba yi o

Emorora ka o emo ku aribo ode o

Ifa ati orisa a gba wa o ase!”



(In: http://orishada.com/wordpress/?p=578)

sábado, 6 de novembro de 2010

Fazenda Altamira (Roça de Cima).

"Terreiro Centenário de Cachoeira Ameaçado de Destruição - BA
Contraste entre a roça de cima e a de baixo. A partir daí a roça de cima de Azonsu (em ruínas, mas local de axés plantados e obrigações do culto dos antepassados)começou a ser destruída para se transformar em condomínio de luxo.

A Roça do Ventura com árvores centenárias de valores religiosos, histórico e cultural esta sendo devastada arbitrariamente sem o alvará do CREA pois quando questionado ao responsável pela terraplanagem ele não emitiu nenhum documento que comprovasse a legalização da obra .
Segundo Cacau Nascimento, em seu Blog parte da Roça de Ventura, como é conhecido o terreiro de candomblé jêje marrin denominado Zô Ôgodô Bogum Malê Seja Hundê, está sendo invadida pelo posseiro da Fazenda Altamira, o advogado Ademir Passos. Segundo o ogan responsável pelo terreiro, um trator está desmatando a área, provavelmente para iniciar imediatamente a construção de um condomínio residencial. Segundo ele, o tratorista por pouco não derrubou uma árvore sagrada, plantada em 1878, que fica localizada no limite entre o terreiro e a fazenda.
A fazenda Altamira, que a comunidade-terreiro do Seja Hundê chama de Roça de Cima, pertencia na década de 1870 a José Maria de Belchior, conhecido como Zé de Brechó. Nessa fazenda, ele, juntamente com a africana Ludovina Pessoa, a responsável pela fundação do terreiro do Bogum, de Salvador, fundaram o Seja Hundê de Cachoeira que depois da abolição da escravatura se transferiu para a uma roça contígua, a citada Roça de Ventura.
Vendido em 1904 pelas irmãs e herdeiras de Zé de Brechó aos filhos de Zacharias Milhazes, estes vendo muitas assombrações no lugar venderam, em 1912, ao advogado Moyses Elpidio de Almeida, Em 1922 a fazenda foi adquirida pelo advogado Nelson Falcão em mãos de seu colega Moyses. Este, também assombrado, vendeu a Aurino Longuinho (que ao ver numa assombração quase morre). Longuinho então revendeu , ou devolveu o pepino, ao Dr. Nelson, que legou a seus filhos, que, assombrados, legaram a seus netos, permanecendo até poucos dias atrás em mãos da última herdeira, Marta Falcão. Assombrada, doava, oferecia a propriedade apela bagatela de 20 mil reais (15 mil morria). Muito barata para uma propriedade de 12 hectares de terras bem localizadas e cheias de axé plantados por africanos. Segundo Cacau Nascimento,o porquê da barateza era que o imóvel está até aqui atolado de dívidas com o INCRA, porque tudo desmoronou, a trerra perdeu a força, como todos os outros proprietários, se deu mal. O Seja Hundê está em processo de tombamento pelo IPHAN e no projeto está incluída a área onde originou o terreiro.
O empreendedor advogado Dr. Ademir Passos tem lá suas razões para encarar o negócio. Ele é também posseiro da problemática e irregular fazenda Caquende, um balneário cheio de história, lugar onde acolheu Von Martius e Von Spix, mas que foi abandonado pelo ex-deputado e ex-vice-governador Edvaldo Brandão Correia. Dizem por aí que o Dr. Ademir pretende fazer um condomínio de luxo, algo do tipo Costa de Sauípe.


(In:http://fazervaleralei.blogspot.com/2010/09/terreiro-centenario-de-cachoeira.html)


Complemente esta leitura:

http://papoinformalpapoinformal.blogspot.com/2010/10/papoinformal-solidario-com-roca-do.html

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Geomancia dos Dezesseis Búzios no Candomblé.


A Geomancia dos Dezesseis Búzios no Candomblé.

A geomancia com búzios não é própria do candomblé no Brasil, porém, foi absorvida ao tempo da formação do ëgbë (sociedade do candomblé) pela participação de africanos iniciados nos cultos de Ifá, dos iorubás (culto matricial), Fá dos fons, Afá dos ewes (mina-guins) e Ufá dos ajas (adjás). Os métodos geomânticos conhecidos são aqueles que envolvem fundamentalmente o uso de nozes-de-cola, e de cauris (búzios).
Um dos métodos é o mërindilogun, palavra iorubá com o significado de dezesseis, devido ao emprego de dezesseis cauris em sua prática, este método é denominado pelos fons de Legba Kinkan, por causa das mensagens geomânticas serem trazidas por Esu (Exú) ou Legba (seu nome no candomblé de Jeje e Nagô Vodum), onde o mesmo indica o problema envolvido no objetivo da consulta e traz pronta resolução para o mesmo, é uma prática inicial em Cultos de Ifá e concernente principalmente ao manejo das Apetebis esposas de awön babalawò (babalaôs) que são denominados bokonon em tradições Afa e Fá, ou alufá (o senhor do Ufá) pelos ajas.

Associa além do conhecimento augúrio obtido à partir dos itans (lendas) do Ifá e suas orientações aplicáveis na vida cotidiana, os preceitos ritualísticos que lhes são destinados especificamente. Os odus mejis (odus principais ou maiores) que trazem as revelações e as orientações práticas unem seu arquétipo ao das divindades traçando desta forma uma correspondência direta pelo panteão das matrizes do candomblé, assim sendo pode-se ter dentro de uma caída um problema de justiça em que a mão de Sàngó (Candomblé Nagô), ou de Sógbó (Candomblé Jeje) ou de Zaze (Candomblé Angola), como justo amparo à causa, pode ser reconhecida pelo Odu Ejila Asëbora, e além disso as conhecidas qualidades de orixás são conhecidos títulos regionais africanos ou mesmo pontos de referência divindade-odu, o que indica por exemplo que Sàngó Airá (Arirá), de culto oriundo da cidade de Savé, é aquele que responde em Ejiogbe especificamente, e seus iniciados possuem este odu. O Ifá é o principal fator congregante dentro do candomblé, pois relaciona e vincula todo conhecimento dentro da religião.

Tal jogo é efetuado sobre uma toalha branca, já em candomblés de matriz banta o vemos sobre uma urupema (peneira de palha), em todas as práticas podemos observar a presença de alguns ibôs (palavra de origem iorubá) ou vos; dês (palavras de origem fon e ewe) que são apetrechos de orientação e que comumente variam de terreiro para terreiro. O início do preceito divinatório é marcado por uma sequência de saudações diferenciadas segundo a matriz de candomblé da qual descende um terreiro. É a invocação para que as divindades respondam às perguntas por intermédio de Legba.

Existe no mërindilogun, como em toda prática oriunda do Ifá uma associação com diferentes divindades que podem ser consultadas por intermédio de Legba, da mesma forma como é feito na geomancia com nozes de cola ou de quatro búzios, com o Vo tradicional dos bokonons e duwos, ou com seu agumaga(n) (okpele; òpèlè).

São conhecidos no Brasil e de uma forma geral 16 caídas ou odus (dú em fon) no jogo de búzios, cujo significado de cada uma é muito abrangente, pois são signos (Kpoli), e deve ser levada em conta a jogada posterior para formar assim um significado mais restrito à determinada questão.

Resumidamente Temos as Seguintes Interpretações:

Búzios Abertos:

1-Òkàràn- Honrarias; um acidente; problemas de disputa; crimes; impedimentos.
2-Ejiòkó- Sempre indica a presença de crianças e traz orientação sentimental.
3-Etágúndá- Indica uma forte demanda; deve buscar equilíbro e auto-controle.
4-Ìròsùn- Pobreza; problemas de família; problemas de doença; cuidado com acidentes.
5-Òsé- Prosperidade futura; revela uma boa esposa, um cargo no ëgbë, uma perseguição.
6-Òbàrà- Riqueza; fortuna; herança futura; casos amorosos com conseqüência.
7-Odi- Uma má visita; não deve esquecer de agradecer; tudo está dando errado.
8-Ejonile (Ejiogbè; Djogbé)- Boa visita; ainda que não fique rico viverá tranquilo e terá ótimos filhos;
em caso de disputas use sempre do tom pacífico. Revela tendência ao equilíbrio.
9-Òsá- O consulente enfrenta pertubações; dificuldades no trabalho; alguém tenta prejudicá-lo.
10-Òfún- Deve estar alerta; orienta a pagar as dívidas; deve ser solidário.
11-Òwónrín- Longevidade; apoio conjugal; reconhecimento futuro.
12-Ejila Asëbòrà- Ascenção, alta posição; um desfecho de boa sorte; o amparo da justiça.
13-Eji Ologbön- Cuidado com furto ou roubo; não deve expor o que tem.
14-Ìká- Saúde e prosperidade.
15-Orë baba dajö- Revela iniciação dentro do candomblé com cargo sacerdotal; traz consequências sérias se não iniciar.

Ako- Todos os búzios estão fechados; (vem de Òyèkú Meji)– Aqui a caída é nula. É necessário recomeçar.
Alaafia; -Sinkan (chincã) do eba- Todos os búzios estão abertos; (vem de Ogbè Meji)- A caída também é nula, é preciso recomeçar.

Um por cima dos outros: Está confirmada a caída anterior.

domingo, 24 de outubro de 2010

Ícones da Área de Trabalho não Abrem no Windows.


A postagem abaixo é de extrema importância para corrigir um erro no Windows que pode ter sido ocasionado pela exclusão sem querer, talvez de uma dll. Se o irmão clica nos ícones, pelo menos alguns deles, na sua área de trabalho e o ícone não abre,fica transparente...e nada! É hora de corrigir o problema.
Transcrevo abaixo uma postagem da web que considero uma das mais importantes e que tenho certeza irá auxiliar prontamente, e de forma simples, à quem necessita, já que enfrenta o problema:

"ARQUIVOS .EXE NÃO ABREM CORRETAMENTE. ERRO AO ASSOCIAR."

"Solução para um problema que ocorre muitas vezes por engano ou descuido onde o usuário do Windows associa a extensão.exe com algum programa e assim impede a abertura de todos os outros programas inclusive o próprio Windows.
Este problema aconteceu comigo e com certeza já aconteceu ou acontecerá com outros usuários por isso deixo aqui uma solução fácil e prática. Esta solução evita que seja necessário à reparação do sistema com cd-windows ou formatação e reinstalação do sistema operacional. PROBLEMA: O cliente relatou que não conseguia abrir um arquivo .exe e sempre que tentava dava erro. Na insistência resolveu associar este arquivo a outro programa, no caso o internet Explorer (IE), na parte inferior da caixa de diálogo em que associou o IE estava marcado “sempre usar o programa selecionado para abrir este tipo de arquivo”. Por descuido ele não desmarcou esta instrução. Então teve início um grande problema que durou uma semana.
Todos os arquivos executáveis tentavam abrir sempre com o IE, ao clicar duas vezes em qualquer arquivo .exe sempre abria o internet Explorer e o arquivo clicado não conseguia abrir. Ao reiniciar o micro a surpresa foi maior (ou pior) todos os arquivos executáveis que iniciavam com o micro não estavam iniciando. Não era mais possível entrar no registro, não tinha antivírus nem proteção nenhuma. E os ícones de todos os arquivos .exe eram o ícone do IE. A solução mais obvia seria desassociar ou desfazer o que tinha feito antes parecia de fácil solução, mas voltando a caixa de diálogo para desassociação de arquivos a instrução não podia ser desmarcada, pois estava indisponível.
Outras soluções mais simples, como restaurar o sistema para uma data anterior ou usar opções de pastas também não conseguiram resolver o problema. A solução parecia caminhar para uma reparação do sistema pelo console do Windows ou formatação e reinstalação do sistema operacional. Mas sempre deixamos estas opções por último, quando não temos outra alternativa.
Após muitas horas de pesquisas achei algumas instruções no sentido de reparar a chave do registro. Mas o registro não estava abrindo, pois também é um arquivo .exe.
Finalizando pesquisei sobre os “fix”, então achei a solução. Um pequeno software que repara a chave do registro para associação com arquivos .exe. Fazendo com que todos os arquivos .exe funcionem novamente e corretamente. Tudo que precisa ser feito é baixar ele para o desktop (vem zipado) depois abrir com winrar ou outro programa similar e clicar em “extrair aqui”. Com um click direito sobre ele escolha mesclar. Ele fará o trabalho de alterar a chave do registro. Agora é só reiniciar o micro e tudo volta ao normal. Às vezes os ícones continuam trocados, mas os arquivos .exe funcionam normalmente. Para colocar os ícones originais pode ser feito através de propriedades > alterar ícone. Abaixo estão os links para fazer o download dos “fix”. Eles são usados somente para este tipo de problema e cada um é específico para um tipo de sistema operacional:

Para Windows XP usar este: winXP_EXE_Fix.reg

Para Windows Vista usar este: exefix_vista.zip

Para Windows 7 usar este: exe_fix_w7.zip


Instruções:

1. Clicar no link > Abre a caixa de transferência de arquivos > salvar Como > escolher Desktop
2. arquivo vai aparecer zipado > click direito sobre ele >
3. Escolher extrair aqui. 4. Click direito no arquivo extraído (.reg) > 1ª opção (mesclar)
5. Aguardar um pouquinho e reiniciar o micro. Tudo ok novamente.
6. ATENÇÃO PARA O XP: Pular os itens dois e três, pois ele não vem zipado.
Espero que esta solução possa ajudar quem tiver este mesmo problema, sei que existem outras maneiras, mas esta é bem prática e não exige que o usuário esteja familiarizado com editor de registro."

(Postado por: Washington Luiz Machado dos Anjos, in:
http://tecnociencia.inf.br/tecnico/wluiz - Friday, 23 July 2010)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Formatação de PC com OS Windows.


FORMATAÇÃO DE PC - COMPLICADO NÃO?

Muitos formatam o PC salvando arquivos ou não
Formatam para eliminar vírus ou simplesmente o lixo que ocupa espaço no HD, e
muitos pagam por isso, quando na maioria das vezes sem necessidade, ou até
trocam de HD (carinho eim) porquê dizem que o HD pifou - Imaginem!
Tenho vários amigos que passaram por este problema e quero compartilhar
algo que talvez possa ajudar ao irmão que precise da dica e utilize o
Windows:

1- procure visitar o centro de atualizações da Microsoft pelo menos 1 vez por semana.
Se vc utiliza o Microsoft Security Essentials não precisa ir lá, ele vai
para vc e baixa as atualizações (Este antivírus é gratuito e só é
compatível com o Panda Online, outros teriam que ser removidos para
baixá-lo, ele inativa o Windows Defender porquê faz todo serviço dele e
ainda trás atualizações pra vc)

2- O lixo acumulado no seu HD não
precisa ser removido através de FORMATAÇÃO, vá no site BAIXAKI e baixe o
CCleaner em português, é gratuito e fácil de operar, bastam 2 cliques um
em analisar e outro em remover, ele também corrige erros de registro e
sua máquina voa na internet. Fica novinha em folha!!! Faça o download
clique nele 2 vezes e salve o arquivo em sua área de trabalho.

3-O navegador mais rápido da internet é o FIREFOX, sei porque já usei todos
os 5 principais e também tenho acesso discado em uma máquina.

4- Se tiver dúvidas pode deixar sua dúvida por aqui, de certo procurarei ajudar.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ex-alunas de Monica Serra confirmam relato sobre aborto | Jornal Correio do Brasil

Ex-alunas de Monica Serra confirmam relato sobre aborto | Jornal Correio do Brasil
Esta é a notícia que os principais jornais escondem. Nós do Candomblé Jeje não somos a favor do aborto, exceto em casos especiais, de o embrião ou feto estar morto, em caso de grande risco de vida para a mãe, etc. Lembremos que Gbesen significa "espírito da vida" e que na tradição Jeje a oferenda é uma forma de agradecimento por se ter o que comer, além de remontar lendas que justificam o rito. Separadas as partes dos voduns o resto da oferenda deve ser consumido pelos fiéis.
Lamentável notícia esta, mas a verdade como sempre...aparece.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Os Voduns do Jeje Mahi.

Foto: Entrega do Balaio de Yemanjá. In: http://www.overmundo.com.br/banco/alma-benzida

Para se sentar na cadeira de gayaku da Roça do Ventura tem que ser feita (iniciada) para o vodun Sógbó (sobô), ou Azonsú (lá Azansu) ou para Gbesen (Bé-sém), lembramos que no Ventura a gayaku é termo dado aquelas que iniciaram pelo menos 1 filho para um vodum da família nagô (Ogun, Odë, Iyemoja, Osun,..., lá não se inicia Iyewa, nem Oba, nem Logunëdë)
Bem, a fundadora foi Ludovina Pessoa, que era iniciada de Ogun (um vodum nagô) obviamente ela não era iniciada de Azonsú, nem de Sógbó e nem de Gbesen, e obviamente não se sentou no trono, tendo-se aliado a Maria de Azonsú da família de Modubi (de José Maria de Belchior, originária do Terreiro do Pinho - Hunkpame Dahomé) da roça de cima para fundar a roça de baixo empossando uma de suas filhas (de Gbesen).
A lógica é que para sentar no trono de gayaku tem que se iniciar lá um vodun nagô e ser iniciada para vodum propriamente dito, embora o conceito de vodum nagô varie dentro das ramificações do jeje. Por que isso? Isso porque Gbesen é o espírito da vida e assim sendo não compactua com nada que lembre a morte, daí o uso de sempre-vivas em preceitos como o gbo-etá (boitá), do beeko (quizila) com flores dignas de se cobrir defuntos, do não estabelecer casa de egun (asen), etc. como havia na roça de cima (de Modubi) etc.
Os mahis na realidade cultuam voduns que se relacionam diretamente com os orixás e deles tiveram origem de culto na África, e de sua região mahi. Assim comumente ouvimos sou de Sango de um filho de Sógbó e o mesmo de um filho de Aira (lembramos que sacerdotes do Benin afirmam que Sógbó é Sàngó).
Na roça de cima o termo gayaku herdado pelos modubis e pelos hoje, então, descendentes, designa aquela que é dirigente de um culto voltado aos voduns de nagô (um Nagô Vodum antigo), e não necessariamente a que inicia um vodum desta família, o título foi repassado com a criação da roça de baixo. Visto que Azonsu é termo próprio da família de Modubi.
Eguns e voduns que tiveram vida terrena como os reais do Dahomey não são cultuados em Mahi, todos os antepassados da casa são reverenciados (ja avalu) saudando-se e ofertando-se ao vodun Ayizan, sempre à frente da casa principal conforme Ajahuto o fez em Allada.
Os voduns mahis seguem conforme os orixás nagôs, são aqueles que de alguma forma morreram, seus corpos não foram encontrados, despareceram, subiram ao céu ou desceram pela terra, enfim se há sepultura (como a dos reis do Dahomey) não é cultuado como vodum Mahi.

Obs. Esse assunto é referente ao Jeje Mahi no Brasil e não no culto de voduns mahis no Benin onde reina Ainon (Sakpatá). Atualmente vemos o maravilhoso e reedificado asen de Savalou em memória à ancestralidade real do Palácio de Savalou.
O Jeje Mahi de Cachoeira, Bahia e do Bogum de Salvador, Bahia (da mesma fundadora) tem como divindade principal Gbesen, que é do culto de Dàn de local próximo.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O Vodum Azili no Sincretismo com Maria.


N. Sra. de Nazaré:
(Foto: Wikipédia)

Nossa Senhora da Nazaré é a denominação conferida a uma imagem esculpida em madeira, com cerca de 20 cm de altura, representando a Virgem Maria sentada a amamentar o Menino Jesus. Conforme a tradição oral terá sido esculpida por São José carpinteiro, nos anos 1 a 3, quando Jesus era ainda um bebê de mama, tendo sido pintada, décadas mais tarde, por São Lucas. É venerada no Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, no Sítio da Nazaré, em Portugal.

A imagem é uma Virgem Negra com a cara e as mãos pintadas de cor morena com parte das costas e dos lados alisados, indiciando a intenção original de a encaixar numa estrutura com lados e costas que a faria parecer estar sentada num trono.

A história da imagem foi publicada, em 1609, pela primeira vez, por Frei Bernardo de Brito, na Monarquia Lusitana, Tomo Segundo.

Este monge de Alcobaça conta ter encontrado no cartório do seu mosteiro uma doação territorial, de 1182, na qual constava a história da imagem da Senhora da Nazaré transcrita de um pergaminho escrito cerca do ano de 714.

A imagem terá sido venerada nos primeiros tempos do cristianismo em Nazaré na Galileia, cidade natal de Maria. Daí a invocação de Nossa Senhora - da Nazaré.

Da Galileia terá sido trazida, no século quinto, para um convento perto de Mérida, em Espanha, e dali, em 711 para o Sítio (de nossa Senhora) da Nazaré, onde continua a ser venerada.

A história desta imagem é indissociável do milagre que salvou D. Fuas Roupinho, em 1182, episódio a que se convencionou chamar, Lenda da Nazaré.

Durante a Idade Média apareceram centenas de imagens de Virgens Negras por toda a Europa a maioria das quais, tal como esta, esculpidas em madeira, de pequenas dimensões e ligadas a uma lenda miraculosa. Hoje, existem cerca de quatrocentas imagens antigas, ou as suas réplicas, representando "Virgens Marias Negras", em igrejas por toda a Europa, bem como algumas mais recentes no resto do mundo.

A verdadeira e sagrada imagem de Nossa Senhora da Nazaré ainda não foi sujeita a uma perícia laboratorial para a datar cientificamente e paralelamente obter a confirmação de se estar perante uma imagem bi-milenar, ou de uma réplica produzida posteriormente.
Fonte: Wikipédia.

No Pará a devoção à Virgem é também envolvida em lenda. Plácido, o precursor do culto teria encontrado a pequena imagem em madeira de Nossa Senhora de Nazaré às margem do Igarapé Murutucu, que corria pela atual travessa 14 de Março onde hoje ficam os fundos da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. Imaginando que algum devoto da cidade de Vigia havia esquecido a imagem ali, levou-a para casa. No dia seguinte não a encontrou. Ela havia retornado ao igarapé. Nova tentativa, novo retorno da imagem ao nicho que havia escolhido. A imagem então teria sido levada para a capela do Palácio do Governo da Província, onde ficou guardada por escolta. De manhã, não havia nada na capela, a imagem havia retornado ao igarapé. Obedecendo os desejos da Virgem, à beira do igarapé foi construída uma ermida, que deu início à romaria e à devoção do povo paraense à Virgem de Nazaré.

A primeira procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré saiu na tarde do dia 8 de setembro de 1793. Na noite anterior, a imagem da Santa havia sido transferida de sua ermida na Estrada do Utinga para o Palácio do Governo. Tempo mais tarde, a procissão passou a sair no segundo domingo do mês de Outubro e, duzentos anos depois a procissão faz o mesmo percurso, de cerca de cinco quilômetros, saindo do Palácio do Governo, hoje Palácio Lauro Sodré, levando a Santa para o mesmo lugar onde havia a ermida e hoje ergue-se a imponente Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. A primeira procissão foi acompanhada por toda a tropa aquartelada na cidade, os cavalheiros montados em seus melhores cavalos, as damas carregadas em seges, o povo a pé em torno do carro que transportava a Santa. A imagem ia no colo do padre capelão e o próprio governador da Província, Dom Francisco de Souza Coutinho, acompanhava o cortejo trajado com uniforme de gala. Dom Francisco Coutinho, que havia organizado a homenagem à Santa, estruturou também aquela que iria ser a maior manifestação religiosa do Pará e uma das mais impressionantes demonstrações de fé religiosa dos católicos. Com o tempo a procissão sofreu algumas modificações, como a inclusão do Carro dos Milagres, que lembrava a salvação do fidalgo português Dom Fuas Roupinho, o barco que lembrava a salvação dos náufragos do brigue São João Batista, a corda que substituiu a junta de bois que puxava o carro da Santa, e o carro dos fogos, que com muito barulho precedia o cortejo religioso. Já neste século, o poeta maranhense Euclides Farias compôs o hino ” Vós Sois o Lírio Mimoso”, que se consagraria como o Hino do Círio, e hoje identifica a procissão sempre que é cantado.

O primeiro Círio mobilizou gente de toda a redondeza de Belém, principalmente em função da feira que o governador determinou que fosse instalada no terreno que circulava a ermida, para a venda de produtos regionais. Nos duzentos anos em que o Círio de Nazaré vem sendo realizado, é a cada ano maior o movimento de romeiros. Hoje calcula-se em mais de um milhão o número de pessoas que saem às ruas para celebrar a Virgem de Nazaré.
In: http://minhaprece.com/n-sra-nazare/histria-da-nossa-senhora-de-nazar/






N. Sra. da Conceição Aparecida:
(Foto: N. Sra. Aparecida. Atribuição: Santuário de Fátima, Wikipédia.)

A Pescaria Milagrosa

A sua história tem o seu início em meados de 1717, quando chegou a Guaratinguetá a notícia de que o conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, governador da então Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, iria passar pela povoação a caminho de Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto), em Minas Gerais.

Desejosos de obsequiá-lo com o melhor pescado que obtivessem, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves lançaram as suas redes no rio Paraíba do Sul. Depois de muitas tentativas infrutíferas, descendo o curso do rio chegaram a Porto Itaguaçu, a 12de outubro. Já sem esperança, João Alves lançou a sua rede nas águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Em nova tentativa apanhou a cabeça da imagem. Envolveram o achado em um lenço. Daí em diante, os peixes chegaram em abundância para os três humildes pescadores.


Início da Devoção:

Durante quinze anos a imagem permaneceu na residência de Filipe Pedroso, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para orar. A devoção foi crescendo entre o povo da região e muitas graças foram alcançadas por aqueles que oravam diante da imagem. A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. Diversas vezes as pessoas que à noite faziam diante dela as suas orações, viam luzes de repente apagadas e depois de um pouco reacendidas sem nenhuma intervenção humana. Logo, já não eram somente os pescadores os que vinham rezar diante da imagem, mas também muitas outras pessoas das vizinhanças. A família construiu um oratório no Porto de Itaguaçu, que logo se mostrou pequeno.
Fonte: Wikipédia.

No sincretismo religioso de algumas casas que festejam ou reverenciam suas divindades ainda de acordo com a prática antiga das senzalas, das comunidades quilombolas, dos antigos terreiros originados de calundus, temos dentro do Jeje a N. Sra. de Nazaré como o vodum Azili (Aziri) Tolá (a mais antiga) e oriunda do Jeje Dahomé, e N. Sra. da Conceição Aparecida como Azili Togbosi (A mais nova). Ambas as imagens de N. Sra. têm aparição junto às águas. Na realidade os nomes Tolá e Togbosi surgem aqui como uma relação entre a prática antiga do Jeje Dahomé e a mais nova do Jeje Mahi para um mesmo vodum: Azili.