domingo, 19 de setembro de 2010

Noz-de-Cobra.


Arbusto pertencente ao vodum Dàn.
O arbusto africano de linda floração amarela é muito tóxico e tem sua casca, folhas, e raiz utilizadas no tratamento de doenças cardíacas, possuindo propriedades cardiotônicas. Seu fruto é muito venenoso. Possui uma resina leitosa rica em Cerebrina, Nerifolina, Teveresina e Tevetina. Comumente encontramos na África e no Brasil esta bela planta ornamental conhecida pelos nomes de chapéu-de-napoleão, jorro-jorro, noz-de-cobra, cerbera, aoaimirim, auaí-guaçú, bolsa-de-pastor, louro-amarelo, noz-da-sorte, ou eleander-amarela.
Na Costa do Marfim e no Benin a seiva das folhas é usada em gotas para o nariz curando a dor de cabeça violenta, a seiva das folhas nas narinas é também usada para reanimar pessoas que desmaiam e curar resfriados. A semente da noz-de-cobra (Thevetia linearis, Thevetia neriifolia, Thevetia thevetia) é um veneno de contato, quando amassadas e misturadas à uma solução de sabão são usadas como inseticida.

Fontes:
Revista Tropicultura n° 26 vol. 3 (1988)
http://livingfarmacy.wordpress.com/herb-identification/beautiful-but-dangerous/

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Oração Mina








Oração do Diálogo Inter-religioso do Benin em 2008. (Língua Mina).






Agoo, amin! (Com Licença, amém!)


Mi le kafu mi Mawu, jinukusi kuɖo ayingbanɖotɔ.


Oh! Deus todo poderoso e criador do céu e da terra, nós te louvamos.


Mi le kafu mi Mawu agbeaɖotɔ.


Oh! Deus todo poderoso e mestre do universo, nós te glorificamos.


Mi le ja avalu mi Vodun Yɛwe ka voɖeka wo kɛun kɛn kɛn.


Nós saudamos a vós todas 41 entidades divinas do Vodun Yɛwe.


Mi le yɔ mi Vodun Gu, Sakpata, Xɛbioso kudo Vodun ke mi jesi o gba kudo ede ke mi un jesi kpata.


Nós vos invocamos Vodun Gu, Sakpata, Xɛbioso e a todos os voduns que conhecemos ou não.


Mi le yɔ mi Vodun Ginyɛhwe woo kɛun kɛn kɛn.


Nós imploramos as mãos do Vodun Ginyɛhwe.


Mi le yɔ mi Ata Kpesu, Ata Adjigo, Ata Sakuma ku do ke mi ɖo hun wo gbakudo ke mi hun ɖo hun ɖo hun woa.


Nós imploramos as mãos de Ata Kpesu, Ata Adjigo, Ata Sakuma, também dos nossos protetores e os de todos.


Mi le yɔ mi Vodun Dan wo kpata,


Nós imploramos as mãos do vodun Dan


Mi le yɔ mi Nana Sika, Sika jɛnɔ, Sika avɔnɔ, Sika dɔkunnɔ.


Nós imploramos à Nana Sika, Sika Jɛnɔ, Sika Avɔnɔ, Sika Dɔkunnɔ.


Mi le yɔ mi Ata N’Desu kata bia,


Nós imploramos a Ata N'Desu,


Mi le yɔ mi Dan Ayiɖohwɛɖo kudo Vodun Dan ke mi ɖo wun wo gbakudi ke mi hun ɖo wun woo.


Nós imploramos ao vodun Dan Ayidohwɛdo com todas aquelas que conhecemos ou não.


Mi le yɔ mi Togbe wo, Mama wo, Tasinɔ wo kɛun kɛn kɛn,


Nós imploramos as mãos dos antepassados, as mãos de Mama, as mãos de Tasinɔ,


Mi wun gba sɔ eku sɔ kan agbe n’ɛ mi, mi wun sɔ agbe sɔ kan ku n’ɛ mi woo,
Faafa biɔ mi le.

Nós não estamos pedindo para substituir a vida morta, nem a vida para substituir os mortos. Pedimos
pela paz.


Bɔbɔ ke mi le ji la wɔ a, mi sɔ ɖo mi be ata mɛ, n’ɛ mi n’ɛ mi la do acɛ eji, n’ɛ zɔnzɔn kuɖo vuɛn le ji la ɖo exɔ ya mɛ, mi a tu agbo wo ɖo wo.
Nɛ mi wun agbo nɛ faafa kudo ennyuɛn ke la kplɔ bɔbɔ ya yi nuko a.
Kuefan ke le mi le fan n’ɛ mi eyeun.
Mi a tu faafa ɖo mi a ji nɛ ba nyi jijɔɛ nɛ amɛsiamɛ le xɔ ya mɛ, le bɔbɔ ya be te pe.
Ezo ma ɖia, ezo be wun kpɛ ye loo.

Nós colocamos essa reunião sob a vossa proteção e pedimos sua bênção para que tenha lugar em paz, harmonia, e que leve às conclusões felizes e benéficas para a construção do nosso país, o Benim e a África, nosso continente. Ouçam nossas orações.






Yawoo! Yawoo! Yawoo!


Que assim seja! Que assim seja! Que assim seja!










Tradução: Ifabimi.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Rituais do Nascimento Fon.


Os rituais que envolvem o nascimento de uma criança no Benin são muito variados, porém não são muito complexos, e variam de acordo com o grupo étnico que concebe o nascituro, sem contudo, que varie a essência dos mesmos, assim para termos ideia tomamos por base o povo Fon.
A criança é concebida no seio da família, geralmente no lar, onde são preceituados tais ritos. Os primeiros rituais envolvem a participação de membros da família e/ou de parentes, já a cerimônia final é exercida pelo sacerdote do Fá (Ifá).

Ohondudu- É a aplicação de manteiga de karité no cordão umbilical da criança, com o objetivo de secar devidamente e também ser emoliente, é geralmente preceituado uma tia paterna do pai do bebê e acontece ao terceiro dia de nascimento da criança;

Jedudu/ Jenunu- Tem lugar na madrugada seguinte ao dia em que o cordão umbilical da criança, então seco, cai. Nesta cerimônia a mãe volta a consumir do sal e lhe é feito um oferecimento de feijão com salgados, sodabi, milho, várias bebidas, noz de palma, peixe frito no dendê, etc. A tia vem e após todos comerem do peixe e beberem, entrega a mãe uma enxada e a mesma cultivará os grãos que lhe foram oferecidos e que deverão ser bem tratados, pois simbolizam votos de boa sorte sendo a primeira semeadura na vida do recém-nascido;

Sunkunkun- Este rito significa a bênção da lua para a criança é ;realizado no primeiro dia de lua nova a noite e repetido no segundo dia. Um menino, em troca de alguma soma em dinheiro, assobia 41 vezes em uma garrafa vazia, a criança é mostrada a primeira lua nova após o Jedudu em um Medjo (primeiro dia do Fezan) e no Meku (segundo dia) em honra aos seus antepassados, a garrafa permanecerá em seu quarto e a mãe receberá revelações da ancestralidade acerca de seu bebê, através de seus sonhos;

Vidinkpon- de “Ovi Vin Dinkpon” que significa “Reencarnação”. É a última cerimônia de nascimento, nela é consultado o Fá pelo sacerdote. Aqui os pais saberão se é um espírito da família que reencarnou, se é um Abiku (aquele que vem e promete voltar ainda na infância à sua floresta, o Abikuzun, etc.
Aqui podem ser indicados preceitos e mesmo o preparo de fetiches que deverão ser reverenciados por toda a vida da criança, há também a confirmação de sua ancestralidade e de seu primeiro nome.