segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Djélélé.

Foto em westafricanplants.senckenberg.de


Djélélé


Croton zambesicus


Esta planta de inúmeras propriedades medicinais é costumeiramente plantada nas entradas, pois traz proteção para a casa e seus habitantes. É conhecida pelos iorubas como Àjẹ́ kò bàlé ou Àjẹ́ kò fòlé (adjé cobalé ou adjé cofolé) que significa “a feiticeira não me pousa”.
Suas folhas têm um tom prateado por baixo e dão pequenos frutos semelhantes a minúsculos figos. O nome fon/ mahi Djélélé significa que as Ajés (feiticeiras) passam correndo sem pousar nela.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Otutu e a Fome.

Foto em geograph.org.uk


Otutu e a Fome.

(Lenda Fon)

Otutu vivia calmo e tranqüilo em sua cidade, e como um pássaro que voava distante, sempre procurava pelos coquinhos, com os quais se alimentava nas enormes palmeiras, e assim era o seu dia-a-dia, voava, colhia e voltava com o saco cheio para guardar em casa, porem, certo dia chegou a sua cidade a Fome e procurando um lugar para se instalar conseguiu se tornar vizinha de Otutu, e a cidade começou a passar por maus presságios, porque a fome instalou-se lá.

 
Muito faminta bateu à porta do Pássaro e lhe pediu do óleo de palma para fazer lamparina, pois a noite  chegaria, e ele respondeu que não tinha, e ela se foi, mas insatisfeita, retornou uma segunda vez e lhe pediu alguns de seus coquinhos, pois faria do óleo e também se alimentaria. Otutu, então, lhe respondeu: “Eu não devo lhe dar o peixe, mas ensinar-lhe a pescar. Eu te levarei comigo onde consigo os frutos e lá poderá conseguir para você também.” A fome aceitou o convite. Otutu antes de sair fez uma oferenda com ervas e tudo mais, para que tivesse bom êxito em sua jornada. E foram os dois. Chegando ao local começaram a colher os coquinhos, Otutu guardava todos que colhia em um saco, e a Fome... ia comendo de um a um, que desespero! Que imprudência! E que gula... (pensava Otutu) Ele então gritou: “Vamos lá Fome! A hora está passando; e vai cair um toró! Se demorar vai ficar ilhada, pois a época da cheia está chegando!” E que nada, nem era com ela... Esganadamente: Comia.

 
Foi quando baixou um temporal daqueles e os dois se abrigaram nas folhas das palmeiras, e mesmo assim ficaram todos molhados... Bem, quando a chuva passou Otutu sacudiu suas penas prendeu o saco no bico e retornou, mas e a fome, pesada de gorda não conseguiria ir a nado por muito tempo, e choveu mais ainda, e parecia que aquele lugar iria se ficar bem resumida a uma ilhota, que horror! Foi quando passou um homem de barco e ela gritou: “Ei, você! Tira-me daqui!” e o barqueiro lhe respondeu: “Tiro sim, mas com uma condição... Que você venha para minha casa e seja minha escrava para plantar meus dendezeiros!” E a Fome não teve outra escolha.

Conclusão: Se você de alguma forma não produz e vive especulando, ou se não tem cautela com o que tem, será subserviente dos outros para o resto de sua vida.

Sejamos prevenidos como Otutu.