sábado, 21 de fevereiro de 2009

Kposú Vodún.

Muito tempo antes de surgirem os reinos de Àlàdà (Allada), Agbomè (Abomey) e Xògbónù (Hogbonou; Adjachè, Porto Novo), conforme contam os habitantes ribeirinhos do Mono (Mono Tò), havia o reino precursor de Aja-Tado que se expandiu muito e cuja capital era Tado (atual Togo).
Neste reino havia uma princesa chamada Àlìgbónó que junto com outras jovens perdeu-se em uma floresta durante esse período de expansão, quando depararam com uma pantera ( Kpɔ̀; pronuncia-se /Pó/ em Português; escreve-se Kpô ou Kpò afrancesadamente), então todas correram do animal, mas Àlìgbónó não consegiu escapar e não retornou para os seus pais, aparecendo bem mais tarde e declarando que a pantera havia lhe desposado.
A princesa engravidou e deu a luz a um menino que fora denominado Àgàsú (esposo do adultério) e que mais tarde tornou-se um rei muito ilustre e corajoso.
Àgàsú é venerado hoje como um toxwyo (tokwyo, tohwyo fundador sobrenatural de um clã).
Muito posteriormente em Abomey, na época do rei Agaja, o termo Kposú (esposo da pantera) passa a ser um título de valente general de campo de batalha, tal qual Gahu.
Enquanto Àgàsú é a denominação dada a ele devido a circunstância misteriosa que cercou seu nascimento, não oriundo da união lícita e abençoada pelos pais, seus valorosos feitos, posteriormente reconhecidos, lhe trouxeram fama e este glorioso título de Kposú, um verdadeiro homem-pantera.
Kposú é considerado um ako vodún (vodun étnico) para os Houégbajavi de Abomey, assim como todos os toxwyo, e aliás, conhecido na diáspora onde, também, é cultuado.