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domingo, 23 de outubro de 2011

Kwékpozinkpó.


Alocasia macrorrhiza. Foto em http://www.pacificbulbsociety.org

Kwékpozinkpó

Alocasia macrorrhiza

Ao passar por ela você pode até nem perceber a diferença e confundir o Kwékpozinkpó (Cuepozinpô pronunciado em Língua Portuguesa - Orelha de Elefante Gigante) com uma Taioba bem grande, mas esta planta tem um certa ondulação nas bordas, nervuras bem diferenciadas, e uma certa cerosidade nas folhas que lhe acentua o brilho, coisa que a Taioba não tem.
O gênero Alocasia encerra diversas plantas muito utilizadas no culto aos voduns, no Brasil na falta de uma destas plantas imediatamente recorre-se à uma espécie mais similar, assim é conhecida a utilidade de Antúrios e Tinhorões como o Tajá-Onça, que guardam as entradas em muitos terreiros de Matriz Jeje.
O Kwékpozinkpó é ornamental, como as várias plantas de seu gênero e serve em diversos rituais, trazendo proteção espiritual onde é cultivado.

domingo, 4 de setembro de 2011

Nyiantoto.




Nyiantoto   (Lactuca taraxacifolia (Willd. & Schum.)

Nomes: Alface Africano ou Língua de Vaca.

Trata-se de uma planta muito utilizada quando socada com alho nas mordidas de cobra; as folhas abrandam a ardência de queimaduras porquê são adstringentes; seu suco serve como colírio para assepsia e desinfecção dos olhos; e para assepsia na varicela. 
É um vegetal comestível, porém, trata-se de um interdito para os iniciados dos voduns do raio.



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Azankposo.

Foto em http://www.plantoftheweek.org


 Azankposo (pronuncia-se azankpossô)
(Clitoria ternatea)



Planta fabácea e forrageira muito utilizada no culto. No brasil é geralmente denominada “Cunhã” e no Estado do Maranhão “Mariposa Azul”
A flor lembra o clítoris e está relacionada com divindades protetoras da fertilidade da mulher.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Aho

Aho (em Fon)


Philenoptera cyanescens (Schumach.)

Foto: http://www.westafricanplants.senckenberg.de


Trata-se de um arbusto de cerca de 3 metros ou mesmo de uma árvore fabácea de folhas grandes com mais de 10 metros, quando encontrado em um barranco, pois a altura do aho depende muito do tipo de solo. 
Suas folhas quando secas tomam uma tonalidade azul muito escura, é quando são utilizadas após uma fermentação para tingimentos em azul índigo ou anil, assim sendo conhecida em Benin como o Anil Iorubá ou o Índigo Iorubá, observada sua abundância nas regiões habitadas pelos nagôs-iorubás. 
Suas raízes quando maceradas com as folhas  por 3 dias fornece um banho para a assepsia da mulher grávida, e também é utilizada como proteção contra venenos diversos além do uso ritualístico no culto vodún e dentro do Fá na forma de banhos; pós; pasta corante; chás e da folha fresca.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Kpatrayɛ


Kpatrayɛ
(Pronuncia-se kpatraié em português)

Clausena anisata  (Willd.) J.Hk. ex Benth

Anis Estrelado


O nome desta rutácea vem do Adja, além do aroma tão conhecido dos licores do Anis Estrelado, é uma planta utilizada externamente em decocção principlamente de seus caules e folhas, associadas ou não a outras, como à conhecida Babosa (Adiadi em ewe) no tratamento de micoses e frieiras dos pés e dermatoses em geral.
Possui algumas atividades antibacterianas e antifúngicas já estudadas. 
Quando pulverizada, esta planta é utilizada para tratar a epilepsia. 


Observação:

Não Confundir esta planta com a  Estrela de Anis, Illicium verum, da China, e que é utilizada para se preparar o fármaco do tratamento da Gripe A, o Oseltamivir (comercialmente conhecido como Tamiflu), ou com o venenoso Aniz Estrelado Japonês, Illicium anisatum.

Veja:   http://papoinformalpapoinformal.blogspot.com.br/2011/01/gbosu-zoxwn.html


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Gbòsú Zoxwεn.


Gbòsú Zoxwεn. Foto em calflora.net
(Pronunciamos gbossu-zoqüém em português)

Clausena anisata, Willd.


Planta rutácea de aroma cítrico e rica em limonóides. É tida como sendo a insulina vegetal, devido ao seu efeito hipoglicemiante é muito utilizada no tratamento da diabetes, seu início, prevenção e em gestantes diabéticas, inclusive na mellitus tipo 2; também possui alguma atividade antibacteriana. São utilizadas folhas e especialmente as raízes para tratamento do diabetes. As análises químicas qualitativa e quantitativa de óleos essenciais de suas folhas revelaram 19 componentes, sendo que 96% eram de fenilpropanóides (Ekundayo, 1986).

É bem possível que o efeito hipoglicemiante do seu extrato radicular, que também foi analisado, seja devido, pelo menos em parte, ao seu conteúdo de terpenóides e cumarina, mas até então, o seu mecanismo de ação hipoglicemiante permanece em grande parte especulativo, e é improvável que seja devido à estimulação de células beta-pancreáticas e subseqüente secreção de insulina. Seu efeito é mais suave comparado ao da Insulina propriamente dita, no tratamento de diabetes, ou seja: É um pouco mais fraco.


Obs. Esta planta é encontrada na África e na Indonésia, favor não confundirem com anis estrelado (Illicium verum), ou mesmo com o anis ou erva-doce (Pimpinella anisum) que é uma planta da família das Apiaceae, anteriormente chamadas Umbelliferae.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Síslε̆


Síslε̆ (A Fruta do Milagre)

Sisrè em francês do Benin
Sisré (n) em português

Synsepalum dulcificum (Fruta do Milagre)
Synsepalum subcordatum (Fruta do Milagre- Gigante)

É um fruto sapotáceo de casca vermelha e polpa clara. Este fruto é conhecido no ocidente, é a fruta do milagre, ou fruta do engano, de origem africana, porque depois de ingerí-la se chuparmos um limão o sentiremos doce, perdendo seu sabor ácido, assim também acontece com o vinagre das saladas, o sabor ácido torna-se sabor doce e nada ácido na língua.
Esta planta é praticamente encontrada nas áreas litorâneas do Benin, onde quase sempre é nativa e pouco cultivada, como em Abomey e arredores, bem como em todos os países da África do Oeste.
Os adeptos do Culto Vodum crêem que quem a cultiva, quase nunca chega a colhê-la, constituindo assim um vodún-sú (interdito do culto).
Já é muito comum sua venda no ocidente para jardinagem.

Aklanti


Aklanti (No Brasil: Mandacaru)
 
(Pronuncia-se acranti )

Cereus jamacaru, P. D C.

Este grande cacto se mostrou recentemente em pesquisas ser uma planta de propriedades ativas contra as bactérias Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa e os fungos Aspergillus fumigatus, Candida albicans e Cryptococcus neoformans.
É uma planta consagrada no Togo e no Benin ao vodum Sakpatá Adantagni, senhor da lepra, donde vem a expressão Sakpatá Adantagni Aklanti Axosu (Sakpatá o senhor da lepra é o rei do mandacaru) observada as utilidades desta planta desde há alguns séculos como coadjuvante no tratamento da hanseníase, embora até o presente não exista ainda um trabalho de pesquisa científica voltado a atuação dos extratos do mandacaru no combate do Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen.
O mandacaru também é muito utilizado no combate de nematóides em ovinos.
Está associada ao vodum Ayizan em Cachoeira, Bahia; e com Sakpatá Adantagni em Benin e Togo.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Hungogwé

Foto em : http://herbaria.plants.ox.ac.uk/VFH/image/index.php?item=3100



Hungogwé
(Rungogüê em Português)


Planta rutácea muito comum na África do Oeste. Seu nome científico é Afraegle paniculata (Schum. & Thonn.). Cresce sob a forma de uma pequena árvore com cerca de 15m.
O fruto, algo odorífico e semelhante a um pequeno limão galego pela parte de fora, é utilizado como repelente de répteis, principalmente para repelir serpentes.

De sua folha são preparados medicamentos de ação na pele, para infecções parasitárias; e preparados analgésicos.

Da raiz são manipulados medicamentos para pacientes portadores de problemas mentais, doenças venéreas, desnutrição, astenias, problemas de ciclo menstrual, problemas pulmonares, e para portadores de problemas do estômago.

A casca e a folha quase sempre curam reumatismo e artrite.



Pretendemos passar este ano falando sobre plantas, algumas de suas propriedades litúrgicas e medicinais que são do conhecimento do amawato (amã-uató), o curandeiro. Algumas das plantas são conhecidas no Brasil e em outros países da África, além de Benin; algumas delas são mencionadas na Web e outras não.
Agindo desta forma estaremos atendendo aos inúmeros e-mails que temos recebido perguntando sobre plantas.
Esperamos que as postagens sejam de grande valia para todos.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Gutin.



As propriedades medicinais tradicionais das plantas utilizadas nos conventos, nas tradições Fá, dentro do conhecimennto amawato, e pela tradição familiar são pesquisadas nos dias de hoje para confirmação das propriedades e reconhecimento do(s) princípio(o) ativo(s) de cada vegetal, o que contém a planta e faz com que cure um simples problema ou uma doença.
Uma planta muito utilizada na prevenção e tratamento da esquitossomose e no tratamento de muitas infecções é a árvore Gutin, um atin consagrado ao vodum dos metais e da guerra Gú (Ogun dos nagôs) e que foi plantado historicamente sobre a sepultura de um poderoso inimigo do toxwyio Alisu fundador da aldeia Soji Denu, a árvore sagrada simbolizando o vodum e portando seu fetiche, representa a vitória histórica que faz parte da fundação do local e do clã. O Gutin é muito conhecido na África do Oeste por vários nomes, dependendo do idioma e da localidade, seu nome científico é Erythrina Senegalensis.
Abaixo um trabalho de pesquisa que vem a confirmar os usos medicinais e tradicionais desta planta:


"Compostos antimicrobianos, antivirais e antiparasitários"

"Taylor e outros isolaram 2,3 dihydroauriculatina de E. senegalensis. O composto também foi isolado do extrato de acetona da casca da raiz de Ormosia monosperma Urb. (Fabaceae), que mostrou atividade oral moderada contra microrganismos (Streptococcus mutans, Prophyromonas gingivalis e Actinobacillus Actinomycess).

Erybraedina A é um flavonóide isolado de várias espécies de Erythrina, como, E. Latissima, E. Mey. (Leguminosae), E. zeyheri Harv. (Fabaceae) e E. senegalensis. O composto é conhecido como um agente antimicrobiano e tem sido demonstrado que têm uma forte atividade contra esporos de leveduras. Erybraedina também mostrou um crescimento elevado potencial inibitório contra enterococos resistentes à vancomicina (VRE) e o Staphylococcus aureus multirresistente (MRSA). Essas atividades antibacterianas foram baseadas em ação bacteriostática. Os autores também mostraram que a combinação de erybraedina e ações da vancomicina ou aditiva ou sinergia contra VRE e MRSA.

A 6 isoflavonoid-8-diprenylgenisteina isolada da casca do caule de E. senegalensis inibiu in vitro 36 diferentes cepas do Staphylococcus aureus a menos de 200 mcg / mL, 29 cepas de Shigella spp e 27 cepas de Salmonella spp ambos entre os 25 e 200 mcg / mL. Pseudomonas spp e Klebsiella spp também foram bastante sensíveis para o composto. Todas as cepas de bactérias foram isoladas de humanos clinicamente.

Senegalenseina, (também chamada Lonchocarpol A) isolada da casca do caule de E. senegalensis apresentou uma atividade inibitória à HIV com um IC50 de 2,7 mcg / ml e uma atividade antibacteriana contra Staphylococcus aureus resistentes à meticilina e Enterococcus faecium resistente a vancomicina, com um valor de concentração mínima de inibição variando entre 0,78-1,56 mg / mL para ambas as bactérias.

Alpumisoflavona foi isolada do extrato metanólico da casca do caule de E. senegalensis, e também isolada do extrato clorofórmico das sementes de Millettia thonningii, Barker (Leguminosae) e encontraram para impedir o estabelecimento de infecção por esquistossomose quando aplicada na pele do rato 2 a 24 horas antes da exposição ao Schistosoma mansoni. O mecanismo não foi compreendido, mas os autores pensavam que cercárias podem ser inibidas pelos compostos dissolvidos na água em que estão nadando. A fração contendo uma mistura de alpinumisoflavona e dimethylalpinumisoflavona em uma proporção de 23:14 também isoladas do extrato diclorometano das sementes de Millettia thonningii, mostraram atividade biológica contra Schistosoma mansoni miracídios, cercárias e vermes adultos. Os compostos imobilizados miracídios e cercárias, inibiram a produção de ovos e matou todos os vermes adultos de S. mansoni em uma concentração de 50 mg / mL após 24 horas de exposição. Nenhum movimento miracídio foi observado após uma exposição de apenas 50 min. para os compostos.

A presença desses antimicrobianos, antivirais e antiparasitários de compostos em diferentes partes da E. senegalensis poderia explicar e validar os seus usos na medicina tradicional contra a esquistossomose urinária, gonorréia, e vários outros tipos de infecções em Mali e de outras áreas."

(In: Ethnopharmacological uses of Erythrina senegalensis: a comparison of three areas in Mali, and a link between traditional knowledge and modern biological science
Adiaratou Togola (1,2) , Ingvild Austarheim (1) , Annette Theïs (1) , Drissa Diallo (2) and Berit Smestad Paulsen (1).
(1)- Section of Pharmacognosy, Department of Pharmaceutical Chemistry, University of Oslo PO Box 1068 Blindern, 0316, Norway
(2)- Département de Médecine Traditionnelle, Institut National de Recherche en Santé Public BP 1746, Bamako, Mali. - Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine. http://creativecommons.org/licenses/by/2.0 )