sábado, 27 de maio de 2023

Fufu

 

Há duas formas pelas quais podemos preparar o Fufu, a mais tradicional é pilando o inhame cará (aquele grande) depois de cozido em água e descascado depois para não perder os nutrientes, então pilamos até que obtenhamos uma massa uniforme e espessa, à qual, em seguida, damos um formato arredondado.

De outra forma podemos utilizar a farinha branca de inhames com água, na proporção de duas partes de água para uma de água filtrada.

Colocamos a água para ferver reservando um pouco dela em outro recipiente para o final. Adicionamos a farinha mexendo sem parar para que não forme grumos e quando terminamos de adicionar vertemos com cuidado, aos poucos e mexendo sempre, o restante da água. O Fufu está pronto, é só aguardar esfriar um pouco e formatar.

A palavra Fufu vem do iorubá fun fun que significa branco. Este prato é um tipo de amalá, só que é produzido com a farinha branca de inhames, ao passo que o Amalá  Branco é produzido com a farinha branca de mandioca. Dentro da religiosidade dos orixás ele é oferecido para obatalá (Oxalá; Lissá, Olissá do Jeje) geralmente acompanhado da Farinha de Egusi (Egussi) passada em Limo da Costa derretido. Não se usa sal.

É  um delicioso prato acompanhado da Sopa de Egussi, ou de outras.

🍴🥣🍸😋❤️🔆







Um Foco Sobre o Mascarado Gunucô, Protetor dos Arrozais.

 

"Berço do Vodoun, o Benin é rico em seu patrimônio imaterial com uma diversidade de valores culturais. Em Woussa, Porto-Novo, uma das cidades do país carregadas de história, onde os hábitos e costumes têm o seu lugar nas ruas, perpetua-se a tradição de uma máscara sagrada chamada “Gounouko”, protectora dos arrozais.

A comunidade Takpa perpetua a tradição da máscara ancestral chamada “Gounouko”. Em Porto-Novo, na localidade de Woussa, os Takpa continuam a ser os garantes deste património cultural imaterial. A máscara “Gounouko” costumava ser usada como espantalho para afastar os pássaros dos arrozais, uma cultura muito apreciada por esta comunidade. A cada saída, a máscara “Gounouko” impacta o universo cultural local.

Uma visita ao Palácio de Obinja em Porto-Novo nos deu uma visão exclusiva dos rituais significativos, a retirada das máscaras do convento. Montado no alto da varanda do andar localizado dentro do palácio dos Takpas, o “Gounouko” é cuidadosamente abaixado para um ritual sagrado diante de sua divindade antes de qualquer apresentação de dança.

Património imaterial beninense, a máscara “Gounouko” distingue-se pelos diferentes tamanhos e pela sua forma de dança giratória. A linha Takpa pretende investir mais para salvaguardar e perpetuar o “Gounouko” na cultura beninense."

In: https://africa24tv.com/benin-focus-sur-le-masque-gounouko-protecteur-historique-des-champs-de-riz/

 

Gounouko, foto de Discover Porto Novo.

 

Vídeo  


quinta-feira, 25 de maio de 2023

Fundação Afriqu'Espoir e Palácio Real de Allada.

Estimado leitor, a página da Fundação Afriqu'Espoir e do Palácio Real de Allada (Aladá) está no Facebook. Aprecie, curta e prestigie nossas raízes.

 

Lègba (Legbá) da cidade sendo homegeado pela rainha.


 .                            https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=pfbid06NJBrDsNFko6cX2X8UmxacWD7sMMmF3P7gAL58rTvhEGn7b6bTVLasxZk4gRPi2Gl&id=100064688828702

quarta-feira, 24 de maio de 2023

Alokó

Alokó (pronuncia-se alocô em português) é o nome que se dá ao prato feito com bananas-da-terra fritas no azeite de dendê.

Utilize quatro bananas-da-terra de boa qualidade e não maduras demais, descasque-as corte-as ao comprido cada uma em quatro fatias.

Em uma frigideira larga coloque cerca de 150 ml de azeite de dendê para ferver, depois disso vá mergulhando as fatias uma à uma com cuidado e vire-as de vez em quando, para que se tornem bem fritas atingindo uma coloração marrom escuro que tende a ao preto. Ingerir a banana-da-terra meio crua é muito indigesto.

Vá retirando as fatias prontas e arrumando-se em um prato. No Jeje a arrumação das fatias e a posição do corte varia conforme o Vodum que recebe o Alokó em sua oferenda. O Jeje Mahi oferece para Gbessem.

🥣🍴🌈♥️

 


 


segunda-feira, 22 de maio de 2023

São Bartolomeu de Maragogipe e o Vodum Dã.

"MATRIZ DE SÃO BARTOLOMEU – MARAGOGIPE, BAHIA"

"Essa igreja foi construída no ponto mais alto de uma pequena península situada às margens do rio Paraguaçu, ao interior da Baía de Todos os Santos. A paróquia do local existe desde 1640, e consta que a construção da atual matriz se iniciou em 1643, por iniciativa do colonizador português Bartolomeu Gato. Foi a partir dessa construção que nasceu a atual cidade de Maragogipe.

A construção da igreja levou vários anos, e a população que se formou no local não economizou esforços para embelezar o templo. Há o registro de que, no ano de 1655, ocorreu um conflito com alguns indígenas da tribo ‘tupiguaém’ (que habitavam mais ao sul), e, num momento de luta, o filho de Bartolomeu Gato foi morto com uma flechada no peito. Entretanto, como de costume, esses desentendimentos tinham curta duração, e a vila de Maragogipe logo voltou à vida normal.

Essa igreja é um destacado ponto de interesse histórico, pois sua fachada, bem como seu interior, se lembram o estilo da Antiga Sé Primacial de Salvador, que infelizmente foi demolida no início do século XX.

Os portais são feitos de pedra de cantaria entalhada, e as torres são terminadas em pirâmides simples, revestidas de cacos de azulejos e de conchas, no estilo típico de igrejas baianas do século XVII.

O interior é guarnecido por altares em estilo neoclássico, que provavelmente foram incorporados à igreja no século XIX.

Todos os anos, no mês de agosto, ocorre uma grande celebração em louvor ao padroeiro São Bartolomeu, um dos doze apóstolos de Cristo."

In: https://sanctuaria.art/2015/04/01/matriz-de-sao-bartolomeu-maragogipe-ba/

 

Os otutus que elevam Dangbé (dangbê) nos terreiros de Jeje são geralmente decorados como as antigas torres de igrejas de Salvador, com cacos de azulejos e/ou conchas, assim como os da igreja matriz de Maragogipe. O Otutu não é somente o local de oferendas, mas um marco que caracteriza a identidade de um povo de origem Adam, assim como os hulas. Vide a postagem sobre Dangbé neste blog.



"A história de São Bartolomeu e seu martírio por esfolamento"

"Antônio Nunes Oliveira"


“Filipe vai ter com Natanael e lhe diz: ‘É Jesus, o filho de José de Nazaré’”. Depois de externar sua sinceridade e aproximar-se do Cristo, Bartolomeu ouviu dos lábios do Mestre a sua principal característica: “Eis um verdadeiro israelita no qual não há fingimento” (Jo 1,47).

A partir desse dia, Bartolomeu, mencionado como Natanael (Origem do Hebraico com a junção de duas palavras: Netan’el = nathá + El, “ele deu” e “Deus”, significando assim, “Deus deu”, “dom de Deus” ou “presente de Deus”) tornou-se discípulo de Jesus Cristo. A Igreja entende a partir das Sagradas Escrituras que Bartolomeu foi escolhido por Cristo a partir de um momento “chave” da sua vida em que Cristo o observou e só Ele e Bartolomeu sabem o que passou em seu coração.

Quando Cristo o chamou, logo após fazer o elogio do Israelita Verdadeiro, Bartolomeu o responde com profundo respeito e admiração: “Como me conheces?” (Jo 1, 48a); enquanto Jesus o responde: “Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas sob a figueira“(Jo 1, 48b). Bartolomeu então, sente-se comovido e tocado pelas palavras de Jesus. O texto nos leva a perceber os sentimentos de Bartolomeu, que se sentiu compreendido por Deus e compreende que este Homem que o chama, sabe tudo acerca da sua vida, Ele sabe, conhece, e ensina o caminho da vida, a este Homem pode realmente confiar todas as suas preocupações e toda sua vida; e assim responde com uma confissão de fé sincera e límpida, dizendo: “Rabi, tu és o filho de Deus, tu és o Rei de Israel” (Jo 1, 49).

Nos Evangelhos sinópticos, cita-se que Bartolomeu ou Bar-Talmay (filho de Talmay em Aramaico) nasceu em Caná da Galiléia, a pequena aldeia onde Jesus transformou a água em vinho, tendo vivenciado uma infância e adolescência comum aos homens de sua época.

Bartolomeu conviveu com Jesus, tendo presenciado milagres e vivido conforme a sua profissão de fé. Sua vocação é apresentada de forma concreta, real e viva no testemunho da fé e atividade apostólica. Bartolomeu não nos ensina apenas uma profissão de fé em Cristo, mas sua assinatura é clara: todo nosso conhecimento e ciência acerca de Jesus é vã se não a experimentamos; ou seja, é adentrar nas águas profundas da nossa Fé, é viver o autentico Evangelho em nossas vidas.

Após a ressurreição de Cristo, não há muitos relatos detalhando sua atividade apostólica. Em 2006, o Papa Emérito Bento XVI, na Audiência Geral do dia 04 de Outubro, abordou sobre São Bartolomeu:

“Da sucessiva atividade apostólica de Bartolomeu-Natanael não temos notícias claras. Segundo uma informação referida pelo historiador Eusébio do século IV, um certo Panteno teria encontrado até na Índia os sinais de uma presença de Bartolomeu (cf. Hist. eccl., V 10,3). Na tradição posterior, a partir da Idade Média, impôs-se a narração da sua morte por esfolamento, que se tornou muito popular. Pense-se na conhecidíssima cena do Juízo Universal na Capela Sistina, na qual Michelangelo pintou São Bartolomeu que segura com a mão esquerda a sua pele, sobre a qual o artista deixou o seu auto-retrato. As suas relíquias são veneradas aqui em Roma na Igreja a ele dedicada na Ilha Tiberina, aonde teriam sido levadas pelo Imperador alemão Otto III no ano de 983.

Para concluir, podemos dizer que a figura de São Bartolomeu, mesmo sendo escassas as informações acerca dele, permanece contudo diante de nós para nos dizer que a adesão a Jesus pode ser vivida e testemunhada também sem cumprir obras sensacionais. Extraordinário é e permanece o próprio Jesus, ao qual cada um de nós está chamado a consagrar a própria vida e a própria morte.”


Cena do Juízo Universal, Capela Sistina. Autor: Michelangelo. São Bartolomeu que segura com a mão esquerda a sua pele resultado de seu martírio, esfolado vivo.
O martírio do apóstolo ocorreu na cidade de Albanópolis, hoje Derbent, na região russa do Daguestão, às margens do mar Cáucaso. A tradição conta que ele teria sido morto por ordem do governador local, o qual não aceitava a pregação e a conversão dos nativos ao cristianismo. Sua morte por esfolamento é considerado o ápice de sua fé, sendo assim, o seu martírio vermelho.

O esfolamento é um método de tortura relatado desde 800 a.C no norte da África. A vítima era preparada para que o tecido epitelial se soltasse mais facilmente, seja por meio de panos quentes sobre a pele ou por deixar a vítima por horas abaixo do sol quente e escaldante, como faziam os Astecas. Métodos mais extremos como o de cozinhar a pessoa em um caldeirão com água fervente e/ou óleo, sem deixá-la padecer, também já foi relatado durante a Idade Média.

A pele era demarcada por meio de uma faca afiada, pois se dizia que a dor era amenizada. Conta-se que os turcos seljúcidas, mestres na arte da esfolação, preferiam tal técnica pois a tortura poderia perdurar por mais tempo. Faziam cortes longos e horizontais, preferindo retirar pedaços grandes de pele.


Dessa forma, a vítima perdia uma grande quantidade de sangue, sentia muito frio pois, a pele também participa da regulação da temperatura, sendo nossa primeira defesa e parte do sistema regulador da homeostase (equilíbrio dos sistemas e das funções corporais) em uma linguagem fisiológica. Por isso a hipotermia era uma das causas das mortes decorrentes de esfolamento.

Algo indubitável que acontecia era a perda da consciência e choque. Como os algozes faziam de tudo para manter a vítima viva do início ao final, mantinham as vítimas despertas por meio de tormentos físicos (socos, queimaduras, colocar a pessoa de cabeça para baixo, etc). Choque hipovolêmico e desmaio não tardaria em tal situação. Alguns relatos mencionam que a maioria das vítimas por esfolamento perdiam a consciência antes que a pele do torso fosse removida.

A festa litúrgica de São Bartolomeu é celebrada no dia 24 de agosto, dia provável de sua morte. As igrejas da Europa oriental são muito gratas a São Bartolomeu pelo seu testemunho de fé e santidade. Frutos esses que duram até os dias de hoje…

In: https://anatomiaefisioterapia.com/2020/04/17/a-historia-de-sao-bartolomeu-e-seu-martirio-por-esfolamento/.       (22/05/2023).

 


O principal motivo do sincretismo de Dàn (Dã) com São Bartolomeu é devido ao martírio deste Santo as serpentes perdem as peles enquanto estão crescendo, lógico não se trata de uma comparação com o sofrimento do santo em vida,  porém, do perder a pele.

E como eu me referi no último post sobre o Bumba-meu-Boi que antigamente existia na cidade de Maragogipe, lá vai o touro preto na frente...  "Resistência". São Bartolomeu, 2022. Assista ao vídeo:
https://youtu.be/Zwxn5Dpya-k

domingo, 21 de maio de 2023

Há Mistério Entre Dom Sebastião e os Jejes.

 "O sebastianismo foi uma crença ou movimento profético que surgiu em Portugal em fins do século XVI como consequência do desaparecimento do rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578, que gerou uma crise de sucessão em Portugal.
Acreditava-se que D. Sebastião voltaria para salvar Portugal dos problemas desencadeados pelo seu desaparecimento. Trata-se de um messianismo adaptado às condições lusas e à cultura de Portugal e traduz uma inconformidade com a situação política vigente e uma expectativa de salvação da nação, ainda que miraculosa, através do retorno de um morto ilustre.

 "O sebastianismo também influenciou certos movimentos brasileiros em todo o país, desde o Rio Grande do Sul até ao norte do Brasil, principalmente no início do século XX.  Por exemplo, Antônio Conselheiro empregou-o em seus discursos à população de Canudos, no sertão baiano, entre 1893 e 1897. Segundo ele, Dom Sebastião iria retornar dos mortos para restaurar a monarquia no Brasil, atraindo assim a ira do recém-inaugurado governo republicano do Brasil. Antônio Conselheiro via também na realeza de D. Pedro II e na Casa de Bragança o Direito Divino do Império do Brasil recebido na cristofania do milagre de Ourique. O resultado foi a destruição do Arraial de Canudos pelo Exército em 1897.  No nordeste destacam-se dois movimentos sebastianistas no interior do estado de Pernambuco, que, segundo a crítica aos movimentos na época, tiveram um caráter político-religioso violento e com líderes fanáticos, que ludibriavam a população de boa fé, já vítima dos problemas da seca. O primeiro, A Tragédia do Rodeador, foi liderado por Silvestre José dos Santos que, em 1819, criou um arraial em um local denominado Sítio da Pedra. Ele foi destruído em 1820 pelo governador do estado, Luiz do Rego. Esta destruição, conhecida como Massacre de Bonito, matou 91 pessoas e feriu mais de 100. Depois disso, mais de 200 mulheres e 300 crianças foram aprisionadas e mandadas para Recife.  O segundo movimento é conhecido como A Tragédia da Pedra Bonita. Foi criada uma espécie de reino na localidade de Pedra Bonita, na Serra Formosa, por João Antonio dos Santos. Como o sucessor de João Antonio, João Ferreira, pregava que o rei D. Sebastião só voltaria se a Pedra Bonita fosse banhada de sangue, foi promovido um grande massacre no qual morreram 87 pessoas. Este arraial foi destruído pelo major Manoel Pereira da Silva.  Este último movimento inspirou o escritor José Lins do Rego a escrever o romance Pedra Bonita, além do romance A Pedra do Reino de Ariano Suassuna.  No Maranhão, há uma crença, especialmente na ilha dos Lençóis, no litoral do estado, de que o Rei D. Sebastião viveria nesta ilha, havendo muitas lendas em torno de sua figura, como se transformar em um touro negro encantado, com uma estrela na testa. O couro do boi do Bumba-meu-Boi, principalmente os de sotaque de zabumba e de pandeiros de costa de mão, das regiões de Cururupu e Guimarães, costuma ter a ponta dos chifres em metal dourado e traz, bordada na testa, uma estrela de ouro e jóias, em alusão à lenda. Religiões de matriz africana no estado, como o tambor de mina e o terecô, também tem especial relação com o rei Sebastião, que figura como um encantado."

In: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Sebastianismo (21/05/2023).

É importante observar no texto a forma pela qual o encantado Dom Sebastião se apresenta em uma das lendas da Ilha dos Lençóis no Maranhão: se transformando em um touro negro com uma estrela na testa, e essa estrela e os chifres são representados nos instrumentos de percussão do Bumba-meu-Boi de Cururupu e Guimarães.

Também é importante saber que o Vodum Jogorobossu na forma da grande serpente traz sobre a cabeça o desenho da cabeça de um touro.

Vide:  https://papoinformalpapoinformal.blogspot.com/2011/08/jogorobossu.html

E o mais interessante de tudo é que Nagé, em Maragogipe já teve Bumba-meu-Boi no passado e que Maragogipe foi criada sob o reinado de Dom Sebastião .

"(...) A povoação ficava localizada em terras da sesmaria de Paraguaçu (ou Paroaçu), doada a D. Álvaro da Costa, por seu pai D. Duarte da Costa, 2º Governador-Geral do Brasil, em 16 de Janeiro de 1557, doação essa confirmada por Alvará Régio datado de 12 de março de 1562.

Foi a sesmaria transformada em Capitania pelo Cardeal Regente, D. Henrique, por Carta de 20 de novembro de 1565, confirmada por outra carta datada de 28 de março de 1566. Registrada em Lisboa a 23 de agosto de 1571, durante o reinado de D. Sebastião, Maragogipe ficou sendo então sua principal localidade. (...)"

In:  https://www.achetudoeregiao.com.br/ba/maragogipe/historia.htm

A maioria dos cidadãos maragogipanos ouviu os mais velhos falarem, ou até mesmo chegaram a ver um lindo cavalo branco que rondava a cidade pelas noites claras, inclusive no distrito de Nagé, onde populares atribuíam ser do vodum Terreiro do Pinho, mas o dono físico ninguém sabia quem era, de onde realmente era, e jamais se conseguiu tocá-lo ou chegar perto do animal de tão rara beleza. Eu me pergunto agora: existiria alguma relação entre essa aparição e Dom Sebastião? Pois em suas aparições nos Lençóis maranhenses quase sempre se faz acompanhado por cavalos, e nos Lençóiscomo é sabido, não existem cavalos até então.

Assista o vídeo :

https://www.camara.leg.br/tv/199159-a-ilha-de-dom-sebast

 


 



















Evento Dança de Sakpatá Realizada em Bohicon.

Dança do vodum Sakpatá realizada por seus adeptos no Palácio de Gbaguidi Soha, Benim, realizada do mês de Abril de 2023.

#Mahi #Savalu


  Vale à pena conferir o vídeo. 

  https://youtu.be/_1Rw4L0KGUg

 




 

 

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Pra Quem Quer Perder Peso.

Não é fácil não, mas não é impossível, basta adicionar uma colher de chá de Cola nítida em pó na sua principal refeição do dia, todos dos dias. Você pode encontrar a Noz de Cola em pó em ervanários, lojas de produtos naturais físicas ou online. Só não exceda com o uso do  produto, porque é estimulante como o café. Seu desejo de comer mais, de repetir o prato que acabou de comer, vai passar.



 


quinta-feira, 11 de maio de 2023

Tchamba Vodu.

 

 





"Escravos sagrados: Tchamba Vodu no sul do Togo"
(Universidade de Michigan-Flint Wayne State University)



"Água Tchamba"

"Para os praticantes da etnia Ewe de Gorovodu ao longo da costa da Baía de Benin, Tchamba é um termo complexo e multireferencial. Denota uma área geográfica no norte do Togo, um grupo étnico, um complexo religioso no sul de Gana, Togo e Benin, e o nome do grupo espiritual que é venerado neste complexo. Um escravo ancestral, ou espírito Tchamba, pode ser homem ou mulher, mas, dada a centralidade das esposas e mães escravas na religião, a ordem religiosa é muitas vezes referida como Mama Tchamba (avó escrava). Para Brivio, a ordem religiosa Tchamba “é o lugar onde se encontram os espíritos dos escravos e os dos senhores. No altar celebram-se quer os antepassados ​​envolvidos no tráfico, quer as suas vítimas, escravos integrados na família. As cerimônias coletivas, além do círculo familiar,

Esses espíritos podem ser os espíritos de esposas de escravos, aqueles vendidos no comércio transatlântico de escravos ou aqueles indivíduos que foram capturados e posteriormente assassinados por lucro ou outro motivo. Os espíritos dos senhores e os espíritos dos escravos encontram-se nos corpos dos adeptos Tchamba através de episódios de transe de possessão durante as cerimónias Tchamba. Através desses episódios de possessão, os adeptos de Tchamba tornam-se escravos das origens étnicas Mossi, Kabye, Tchamba ou Hausa.

Esses espíritos solicitarão os apetrechos religiosos e as bebidas e pratos favoritos da região específica ou grupo étnico de onde são originários. A ordem religiosa Tchamba permite que as pessoas enfrentem o papel de seus ancestrais e da comunidade no tráfico de escravos como escravos e traficantes de escravos. Outros espaços de contato e comunicação permitem a veneração: o santuário coletivo Tchamba, os santuários pessoais nas casas, as Florestas Sagradas das comunidades de Gorovodu e o corpo individual.

A crença e a prática de Tchamba estão situadas na matriz maior do vodu na África Ocidental. Todos os adeptos de Tchamba também são membros de outras congregações de vodu (por exemplo, Gorovodu e Yewevodu). Um indivíduo é chamado a honrar os espíritos Tchamba através de uma variedade de meios que são comuns à prática religiosa Ewe. Alguém pode ser acometido por uma doença ou um infortúnio e ser informado pelos vodus que os Tchamba são a causa raiz, cometendo violência contra o indivíduo a fim de trazê-lo para a ordem. Alguém pode ser possuído e aprender sobre a ancestralidade e vocação do Tchamba. Na maioria das vezes, aprende-se através da adivinhação de Afa que eles descendem de uma família de escravos e que os espíritos agora os estão chamando para a devoção.

Organização social

Antes da era da construção da identidade cidadã do final do século XX, os africanos ocidentais “eram multilíngues, tinham múltiplas autoatribuições, mudaram suas identidades, forjaram redes mais amplas e se valorizaram com base em outros critérios, como ocupação ou casta. .

Uma distinção óbvia de casta era entre escravos e não-escravos. Dentro das comunidades Ewe, essa distinção foi identificada por meio de muitos significantes, mas principalmente por meio da linguagem. Visto como o principal marcador de identidade, a fluência no idioma ou dialeto local é vista como um indicador de status interno. A maioria dos indivíduos capturados em guerras ou incursões eram membros de grupos vizinhos e, portanto, o resgate ou fuga era uma possibilidade real e presente. Eles compartilhavam muitas semelhanças socioculturais com os Ewe, incluindo a linguagem, por meio da qual os familiares dos escravos podiam protestar contra sua captura ou providenciar seu retorno. Esses indivíduos foram vendidos o mais rápido possível aos europeus ou seus intermediários, ou simplesmente assassinados.

Por essas razões, os escravos usados ​​no trabalho doméstico normalmente eram originários do sertão não centralizado da savana do norte e eram especificamente membros dos povos étnicos Kabye e Tchamba. A distância geográfica entre os povos do norte da savana e os povos do litoral limitava esse risco de fuga. Criou, segundo Wendl, seguindo Meillassoux, “máxima distância social”. Embora esses grupos culturais exibissem uma grande diversidade nas formas culturais de ver e ser, eles foram agrupados por grupos culturais do sul e associados à selvageria, primitivismo e não-cultura. Eles eram, em uma palavra, “diferentes”.

O tráfico ilegal de escravos com destino ao comércio transatlântico e o tráfico doméstico de escravos eram tipicamente divididos em linhas de gênero. Os homens eram frequentemente vendidos no comércio transatlântico de escravos em troca de mercadorias europeias. As mulheres eram mantidas como esposas, mães e trabalhadoras nas comunidades de Anlo.

Mesmo quando o comércio diminuiu e novos meios de produção e acumulação se tornaram disponíveis, a posse de escravos continuou sendo uma instituição poderosa na sociedade Ewe. O papel da mulher na produção era processar o peixe e o sal que eram comercializados no interior, tornando-a uma importante fonte de mão-de-obra. Enquanto as mulheres Ewe tinham imensa liberdade no grupo de parentesco, as mulheres escravas careciam de parentes locais que pudessem competir pelas capacidades domésticas ou outras produtivas da mulher, e eram consideradas mais obedientes. Comprar uma escrava, incorporá-la ao grupo por meio do casamento e controlar o trabalho dela e de seus filhos em maior grau do que o de uma mulher livre tornou-se uma fonte de provisão de trabalho e disciplina na sociedade Ewe. Incorporar seus filhos à linhagem familiar como membros plenos da sociedade Anlo ligou ainda mais a mulher ao grupo.

Embora as esposas escravas fossem permanentes estranhas, as práticas de parentesco patrilinear na sociedade Ewe permitiam que os filhos herdassem o status do pai. Eles eram parentes juniores e tratados como tal. Esse padrão frequentemente mantinha a esposa escrava na família de seu senhor. Mesmo após a emancipação, muitas escravas permaneceram com essas famílias para ficarem próximas aos filhos. Uma vez que os filhos se tornavam parte do grupo de parentesco do proprietário, o status de “escravo” na patrilinha lentamente desaparecia. Hoje, o status de escravo não está mais na sociedade Ewe, mas muitos indivíduos podem rastrear seus parentes escravos por várias gerações por meio de rituais e histórias orais. Não é incomum que indivíduos nas comunidades Anlo-Ewe relatem que um ou mais bisavós foram amefleflewo.

Embora seus filhos fossem membros de pleno direito da patrilinhagem Anlo, as mulheres escravas, fossem elas capturadas na guerra ou compradas no mercado de escravos, eram permanentes marginais sociais. Eles não falavam Anlo. Eles não nasceram em uma chefia Anlo (duko). Eles não tinham ancestrais Anlo e não veneravam os deuses Anlo. Medidas extensas foram tomadas para integrar as mulheres nas patrilinhagens Anlo, esperando que elas falassem o dialeto Anlo e observassem as tradições e leis Anlo, mas a incorporação não terminou aí. As necessidades e tensões espirituais precisavam ser atendidas e resolvidas. Escravos trazidos de longe não podiam cumprir seus deveres espirituais e, portanto, não podiam manter suas vidas espirituais. Seus espíritos ancestrais não podiam ser devidamente venerados, pois não havia um santuário ancestral para eles. A ausência de fetiches divinos em sua própria cultura significava que os sacrifícios não podiam ser realizados.

Ao reconhecer os deuses Ewe, os escravos estavam reconhecendo a obediência e a moralidade impostas por eles. Mesmo depois que os britânicos proclamaram a emancipação em 1874, os laços de parentesco e religião impediram que muitas escravas voltassem para suas terras natais.

Se o trabalho forçado e o casamento eram a experiência das mulheres escravas, a venda para o comércio transatlântico de escravos ou assassinato era frequentemente a experiência dos homens. A maioria foi vendida para europeus ou intermediários. Se não fossem dóceis, resistissem demais ou viessem de grupos étnicos geograficamente e culturalmente próximos aos Anlo-Ewe, eram massacrados. Como explicou um sacerdote contemporâneo de Tchamba: «Matávamos escravos e usávamos partes específicas do corpo para fazer magia negra [ bovodu ]. Mataríamos escravos para obter conchas de búzios. »

Após a morte na comunidade, os escravos, homens ou mulheres, eram enterrados na zona liminar fora das aldeias. Simbolizando o deserto fora da civilização adequada e da savana do norte, a Floresta Sagrada ( Zogbe ) fora da aldeia é o reino dos espíritos quentes e selvagens do mato, incluindo Bangede, o deus guerreiro do panteão Gorovodu.

Escravas, vistas como estranhas culturais não civilizadas, mas também mães e avós na comunidade, foram enterradas no Zogbe, condizente com sua condição de escravas. Enquanto os membros da patrilinha, como homens, cunhadas e sogras Ewe, e até mesmo os filhos de escravas que morreram afemeku, foram enterrados dentro ou perto do complexo, as escravas sempre foram enterradas em o mato, não importa a maneira como eles morreram. Aqueles homens escravizados que não foram vendidos aos europeus ou outros intermediários foram assassinados e enterrados no Zogbe com as mulheres. No entanto, aqueles enterrados no Zogbe não são simplesmente esquecidos.

Seus espíritos coletivos se juntam aos outros espíritos quentes e selvagens do mato. Os espíritos dos ancestrais escravos estão inchados de ressentimento e raiva por terem sido arrancados de sua cultura e pátria e enterrados fora da comunidade à qual deram tanto. Exigem seu devido lugar na memória social de seus filhos por meio da incorporação e reconhecimento na vida cerimonial das comunidades de seus antigos senhores. Se isso for negado, eles podem retribuir a violência infligida a eles como escravos, trazendo doença, infortúnio ou morte para os substitutos mais próximos dos escravistas, seus descendentes.

Para evitar essa vingança, os descendentes devem se envolver com esses espíritos por meio de práticas rituais comuns em toda a região. Alimentos e libações devem ser oferecidos, louvores devem ser cantados e espíritos devem ser convidados a dançar os corpos dos descendentes em transe de possessão.

Para criar espaços físicos e sociais para esse engajamento, foram construídos santuários para abrigar os objetos espirituais e laços foram construídos com as comunidades de origem das esposas de escravos. De acordo com as tradições orais coletadas por Greene e Venkatachalam, a ordem religiosa Fofie (mais tarde conhecida como Dente ) tornou-se parte da paisagem ritual de Eweland no final do século XIX. De acordo com Greene, os escravos nas comunidades Ewe não eram capazes de venerar seus ancestrais adequadamente e fazer sacrifícios a seus deuses e, portanto, adoeciam. Fofie forneceu um espaço religioso socialmente sancionado que atendeu a essas necessidades.

O fofie provavelmente também surgiu como uma resposta ritual ao fim da escravidão doméstica, que começou a diminuir lentamente nessa época e foi substituída por outras formas de exploração do trabalho trazidas pela intensificação do colonialismo (embora a escravidão doméstica não tenha desaparecido completamente até o início do século XX). século XX). Fofie representava, assim, um espaço ritual estruturado para ex-escravos que faziam parte da comunidade há anos e agora se encontravam em uma posição liminar entre escravo e não-escravo. A ordem se espalhou para os praticantes de Anlo-Ewe Gorovodu e se integrou às suas próprias crenças e práticas religiosas como a ordem religiosa Tchamba. De acordo com os sacerdotes Tchamba e Gorovodu entrevistados para esta pesquisa,

Quando o passado se convida no presente

 Numa entrevista em 2005, um padre Tchamba explicou:

Quando o espírito escravo vem em sua cabeça, pode deixá-lo louco. Você não sabe o que ele fala, o que ele quer, ou de onde ele é. É por isso que fazemos a adivinhação Afa, para descobrir toda essa história. Que tipo de Tchamba é? Quem escravizou quem? Por que? Quando? Essas são as perguntas que só o Afa pode dizer. A adivinhação lhe dirá que tipo de bebida o espírito prefere, que músicas e ritmos ele prefere [ou seja, de sua terra natal no norte]. Afa pode lançar tudo. . Quando você nasceu, seus antepassados ​​nasceram antes de você.

Muitos de seus antepassados ​​eram ricos, e como eles ficaram ricos foi com o sangue e o trabalho de outros. Antigamente, se você queria ganhar dinheiro, comprava pessoas fortes. Para nós Ewe, os escravos vinham de todos os lugares, mas aqueles que nos faziam dinheiro vinham do norte. Muitos homens preferiam tomar escravas como esposas, mesmo durante os tempos europeus de escravidão. Elas se casaram, mães e esposas. Vendíamos aos europeus os escravos que não queríamos. Muitos de nossos antepassados ​​maltratavam os escravos como os europeus. Todos nós desfrutamos do fruto dessas práticas começando com nossos ancestrais (togbui). Mas eles também trouxeram esses espíritos malignos e imprevisíveis de escravos para nossa casa.

Os escravos assassinados viraram fantasmas e voltaram para nos assombrar. Devemos apaziguar a dizimação do continente pelo ritual. Devemos honrá-los.

Pode-se também adquirir uma tchambaga, pulseira que simboliza os grilhões de ferro usados ​​pelos escravos e é metonímica da escravidão como um todo. Se alguém de alguma forma ganha um tchambaga, seja por acaso ou por presente, mas raramente por compra monetária, deve-se realizar a adivinhação Afá para determinar se isso representa um chamado para venerar Tchamba. Tchambagan são compostos de três metais entrelaçados de cores diferentes. Alguns participantes entrevistados para este projeto explicaram que as cores das pulseiras são metonímias para os tons de pele imaginados de diferentes grupos étnicos do norte.

De acordo com um estudo de Rush, o preto, representado pelo ferro, é chamado de boublou (estranho) e é conhecido por ser um espírito turbulento, agressivo e excitável, associado ao ferro, ao trovão e ao fogo. O branco, representado pela prata, é chamado de anohi (espírito Haussá) e é conhecido como uma fonte de espiritualidade calma, associada ao arco-íris. O vermelho, representado pelo cobre ou bronze, é chamado yendi (uma cidade contemporânea no nordeste de Gana) e é conhecido por seus poderes de cura e associação com a terra.

Além disso, esses espíritos correspondem a três espíritos no panteão Yewe Vodu do sul de Benin: Ogum (ferro e guerra), Vodum Dan (serpente do arco-íris) e Sakpatá (terra e doença). Para fazer tchambaga, um padre Tchamba entrelaça as tiras de metal em uma pulseira e as lava com sabão e óleo de bebê.

Após orações em que o espírito de Mami Wata, deusa do mar, é invocado, as pulseiras são colocadas para descansar sob um pano branco no topo do santuário Mami Wata ou levadas para descansar no santuário da Floresta Sagrada, onde os escravos eram enterrados. Aqui, as pulseiras são colocadas sobre ou na frente dos fetiches dos espíritos voduns quentes, selvagens e selvagens. Após três dias, as pulseiras são tchambagan e embebidas com poder (nuse). O uso da pulseira representa uma forma material de veneração e identifica o indivíduo como um Tchambasi, ou esposa de Tchamba, e, por definição, como um indivíduo com associações históricas com o tráfico de escravos.

Uma vez que os espíritos Tchamba tenham chamado um indivíduo, ele ou ela deve reconhecer a descendência dos escravos Ewe e das escravas que eles mantinham como esposas, mães e trabalhadoras domésticas. É preciso reconhecer que os ancestrais de alguém arrancaram os outros de sua terra natal e cultura, forçaram-nos à servidão e depois a morte os jogou de lado na zona de mata selvagem fora da comunidade."


Muitos ficaram ricos brutalizando e explorando os outros dessa maneira. Deve-se também reconhecer que seus ancestrais foram escravizados, deixados de lado e agora retornam como espíritos exigindo seu devido reconhecimento e lugar como ancestrais na comunidade, merecendo honra e veneração. O adepto Tchamba deve prestar homenagem e venerar esses espíritos ancestrais vingativos fazendo oferendas regulares de comida e libações de gim nos santuários Tchamba e participando das cerimônias Tchamba."



Artigo escrito por Vannier e Montgomery

In: https://anuntoldstoryblog.wordpress.com/2020/05/24/sacred-slaves-tchamba-vodu-in-southern-togo/



O Quilombo de Maria Conga.

A História do Quilombo de Maria Conga em Magé, Estado do Rio de Janeiro.

Vídeo muito esclarecedor. Maria Conga era de origem banta, mas os negros que escapavam do cativeiro eram provenientes de diversas etnias das matrizes banta e sudaneza.

Assista ao vídeo:

https://youtu.be/MeE5KWrZ3Us

Serra dos Órgãos


Atassi

O Atassi, é um delicioso prato meio apimentado, ele é o precursor do tradicional Baião de Dois do nordeste brasileiro, em Benim ele também é conhecido como Watchê, em Gana como Waakye, sua confecção data desde a época da introdução chinesa pelos portugueses para o domínio da técnica do cultivo do arroz. Vamos a ele? 

1 cebola cebola grande bem picadinha; 5 dentes de alho grandes socados; 5 colheres de sopa de óleo de soja ou de amendoim; 2 tomates bem vermelhos, sem peles, sem caroços e bem amassados; 2 colheres de sobremesa de camarão seco descascados moídos ou  socados; 1 colher de sobremesa de páprica picante; Use a pimenta de sua preferência, eu prefiro a malagueta vermelha e umas pitadas de pimenta de cheiro; 1 colher de sobremesa de gengibre ralado; 250 gramas de feijão fradinho (feijão de corda) ou do feijão marrom deixado previamente de molho de um dia para o outro; 250 gramas de arroz branco; 1 L de água  filtrada; sal  a gosto.

Coloque o feijão previamente escorrido, para ferver com a água em uma panela de pressão; cozinhe-o  por uns dez minutos, até que fique macio. 

Coloque todos os temperos em uma frigideira com o óleo, com fogo baixo, e deixe refogar por uns dois ou três minutos, então, adicione ao feijão já cozido. Acrescente o arroz para cozinhar com a panela destampada, adicionando mais um pouco de água filtrada se for necessário. Procure não ficar mexendo muito para não amassar muito o feijão e não empapar o arroz.

Este prato pode ser servido acompanhado de uma salada de alface, tomates meio avermelhados em rodelas e agriões cortados, ou com o que você quiser. Há quem gosta de acompanhá-lo com linguiça frita; Há quem gosta de acompanhá-lo com queijo branco cortado em pequenos cubos.

Bom apetite!

🥣🍴❤️🙏



quarta-feira, 10 de maio de 2023

Amalá Ologuedé

É o amalá feito com a farinha de bananas-da-terra e água, e também fica muito bom acompanhando sopas e ensopados. 

No oeste e no norte da África este prato também é conhecido como Fufu de bananas.

Utilize para cada meio copo de farinha de bananas, três copos de água filtrada fervente, seguindo o procedimento descrito na receita do Amalá Dudu, postada anteriormente, substituindo a farinha e a quantidade.

Bom apetite!

🥣🍴😋🙏♥️



terça-feira, 9 de maio de 2023

Amalá Dudu

Para preparar o Àmàlà Dudù usamos a farinha escura de inhames (de isu, pronuncia-se ishu). 

Meça 1 xícara de farinha de inhame e 2 xícaras de água filtrada. Ferva a água. Reserve um pouco da água fervida para uso posterior. Adicione a farinha de inhame em meio copo de água fervente. Use uma colher de pau, que é melhor para mexer, e evite a formação de grumos. Continue misturando até ficar bem homogêneo. Abaixe o fogo e vá despejando aos poucos o restante da água fervente, mexendo sempre, até que se forme uma massa espessa, escura e mais translúcida. Está pronto o Amalá Dudu (Amalá Preto).

É delicioso com sopa de feijão ou com ensopado de quiabos. É bem conhecidos no oeste e no norte da África e muito popular entre os irorubás e nagôs. É um prato muito servido em eventos populares.

Bom apetite! 🍴🥣❤️



segunda-feira, 8 de maio de 2023

Amalá Lafum

O Amalá Lafum.

Àmàlà Lafun do iorubá; Lafun dos Egbás, Amalá Branco de Mandioca, daí a razão de se denominar o Ebá o Bolinho de Egun, mas a farinha do Ebá não é obrigatoriamente igual, e o preparo difere um pouco deste amalá que é feito com farinha de mandioca branca crua e bem fina.

750g de farinha de mandioca

1 litro de água filtrada fervente

Coloque a água para ferver e quando começar a ferver retire do fogo. Abaixe o fogo e coloque uma panela de boca larga com toda a farinha ali dentro; vá adicionando a água fervida aos poucos, mexendo continuamente, evitando a formação de grumos. Irá se formar uma massa bem esbranquiçada que se tornará translúcida. Apague o fogo e retire a massa da panela formando um bolo de massa, está pronto o Lafum, não tem mistério, mas deve ter-se cautela no preparo. Não se coloca sal, o sal vai no acompanhamento que até pode ser uma sopa.

😋🥣🍴🍻♥️ 



domingo, 7 de maio de 2023

Sopa de Ewedu.

A Sopa de Ewedu é um prato muito nutritivo e bem conhecido por todo oeste e norte africano..Essas folhas também são consumidas em pratos da Índia, da China, do Oriente Médio e do Egito. 

Lave bem três molhos de folhas do Caruru-da-Bahia (folhas de Juta; Ewedu em iorubá) e escorra a água. Logo após a lavagem, corte fino e depois soque bem as folhas, se necessário for acrescente um pouco de água filtrada para facilitar esse processo. Misture ali alguns camarões ou lagostins descascados e lavados. Ponha 1 colher de chá de Alfarroba ou de Chocolate Amargo em pó. Junte sal, cebola e alho a gosto, e umas pitadas de Pimenta-da-Costa se desejar. Leve para cozinhar adicionando 1 litro de água filtrada, em fogo médio por cerca de 5 minutos; se cozinhar pouco não libera o sabor da folha, e se cozinhar muito perde-se a viscosidade que elas possuem.

Serve-se acompanhada de arroz branco, de purê de inhames, de Fufu, ou de qualquer tipo de amalá. 

Bom apetite! 😋 ❤️



sábado, 6 de maio de 2023

O Povo Egbá.

 "O povo EGBÁ fazia parte do famoso império pré-colonial africano Oyó (reino) na Nigéria. Até o século 18 , o povo EGBÁ vivia em um aglomerado de aldeias em torno de um lugar conhecido como Orile – Itoko, como um território sujeito do antigo império Oyo, que foi um dos impérios mais fortes que já existiu na África Ocidental.

A pátria original do povo EGBÁ na floresta EGBÁ foi estabelecida pelos migrantes iorubás de outros lugares. De acordo com a história dos irorubás, os chefes Eso Ikoyi na comitiva do primeiro Alaké EGBÁ juntaram-se a ele na fundação de uma nova comunidade, a Confederação de cidades que ficou conhecida como Orile EGBÁ.

Na floresta depois que eles deixaram o nascente Império Oyo no século 13 , Orile EGBÁ continuou a existir até sua destruição durante a guerra civil Yoruba do século 19 . Como resultado, muitas das principais famílias dos Egbá Alaké reivindicam descendência dos Eso Ikoyis hoje.

Alaké é uma das cinco seções de Egbalândia, sendo as outras Oke - Ona, Gbagura, Owu e Ibará (historicamente, Ibará faz parte de Yewá, não de Egbá, embora esteja localizada geograficamente na atual Abeokutá). estado tradicional que se une com suas seções limítrofes para formar uma espécie de alto reinado. O Alaké de Abeokutá ou Alaké da Egbalândia, é o governante tradicional do clã Egbá iorubá na cidade de Abeokutá no sudoeste da Nigéria.

A terra Egbá é abençoada com muitas canções, ritmos e principalmente tem um hino especial. Entre todos os ritmos, o ritmo do louvor é considerado uma das formas mais surpreendentes de fazer alguém se sentir especial, curando o corpo ou a mente.

O popular panegírico (oriki) do povo Egbá é “ilu ti a ti bimi l'omo”.

Egba mo'lisa

Omo gbungbo akala

Omo Erin jogun ola

Omo osi 'ekun pa 'le kunde

Aridi ogo loju ogun Baba t'emi la royin ogun

Baara fagbe

Ko sohun ti won n se ni Meca

T'awa kii se Legba Alake

Won n mumi semi semi ni Meca

Awa n mumi odo ogun Legba Alake

Won n g'arafa ni mecca Awa n gori olumo l' Egba tiwa

Won bimi L'ake

Mo gbo lenu bi jeje

Won bimi ni Gbagura

Mo gbo lohun bi oje.


Os Egbás podem ser distinguidos de outros grupos iorubás pela forma como suas marcas tribais faciais são cortadas. A marca facial Egbá é conhecida como Abajá Oro, ou seja, o Abajá vertical é característico dos Egbás. Eles consistem em três linhas perpendiculares, cada uma com cerca de 3 polegadas de comprimento em cada bochecha. As gerações mais jovens, no entanto, têm suas linhas bastante fracas ou de comprimentos mais curtos, indistinguíveis do ipele.

Nas roupas, os homens Egbás usam calças, kembe/sokoto; Buba e Agbadá, boné, filá (abeti ajá). Suas mulheres usam:  vestidos, iro, Buba; Chapelaria, Guelê, outros – ipele – pedaço de pano colocado no ombro ou enrolado na cintura.

Seu alimento básico é Lafu (amalá branco) e sopa de Ewedu; wara, (bebida de requeijão).

O povo Egbá fala o dialeto iorubá norte-oeste (NWY) das línguas iorubás que pertencem ao maior filo de línguas Níger-Congo. Além do povo Egbá de Abeokutá, o dialeto NWY também é falado nas áreas de Oyo Ogun e Lagos.

Óleo de palma, madeira, borracha, inhame, arroz, mandioca, milho, algodão, outras frutas e manteiga de karité são os principais artigos de comércio. É um importante local de exportação de cacau, produtos de palma, frutas e nozes de cola. Tanto o arroz como o algodão foram introduzidos pelos missionários na década de 1850 e tornaram-se parte integrante da economia, juntamente com o corante índigo. Fica abaixo da Rocha Olumó, lar de várias cavernas e santuários. A cidade depende da barragem do rio Oyan para o abastecimento de água.

Existem inúmeros festivais realizados em Egbalândia e eles são bem conhecidos dentro e fora da Nigéria. Estes são alguns dos poucos; Festival Ojudê Obá, Igunuko, Olumó, Gueledé, Oro, Orixä Oko, Obinrin Ojowu, Festivais Abalufon, Festivais Oronna. Mas o mais comum é o Festival de Egungun.

Edifícios ou estruturas notáveis ​​incluem o Aké (a residência do Alaké), o Salão do centenário e várias igrejas e mesquitas. Edifícios de escolas secundárias e primárias Colégios de Professores, Universidade de Agricultura (anteriormente campus da Universidade de Lagos), politécnicos, vários programas da Autoridade da Bacia Hidrográfica. Uma fábrica de plásticos, uma cervejaria, serrarias e uma fábrica de produtos de alumínio. Ao sul das cidades estão as pedreiras de granito Aro, que fornecem materiais de construção para grande parte do sul da Nigéria, e uma enorme e moderna fábrica de cimento em Ewekoro.

Os Egbás têm sido membros significativos de partidos políticos no poder, música, arte, defesa do feminismo, liberdade e democracia e na vanguarda das campanhas de direitos humanos. Infect, eles contribuíram significativamente para o desenvolvimento político da Nigéria e do mundo em geral."

Por: FADESERE DAVID

In: https://fatherlandgazette.com/the-egba-people/





terça-feira, 2 de maio de 2023

Chambá

A erva Chambá (Mutuquinha), rica em cumarina,  ocorre por  toda parte do Globo entre os trópicos. Em qualquer parte do mundo esta planta é conhecida por combater fortes gripes, inflamações, dor e febre. Em época de frio e seca, sua atuação é muito rápida, bastando uma xícara do seu chá, ou uma colher de sopa do seu xarope, para começar o processo de recuperação da saúde.




segunda-feira, 1 de maio de 2023

Anyi Ewó


É conceito desenvolvido pelos ewes de que o excremento da grande serpente arco-íris seria capaz de transmutar o milho em owo eyó (cauris), o que lhe valia o título de Anyi Ewó, daí a crença do milho usado para atrair dinheiro e prosperidade dentro do Candomblé. Cría-se, também, que o próprio excremento transformava-se em pérolas dentro das conchas do mar, em búzios que eram o dinheiro da época e em ouro.
Os xwlas (hulas), popos, afirmam que as contas amarelas com listras coloridas, denominadas addo, são obra da serpente Aydohwedo.

À propósito, foi através dos hulas que Xangô ficou denominado Runhó, de uma forma geral nos candomblés de Jeje Daomé e Jeje Mahi do Brasil, como o denominam na África, dentre outros feitos. 

Os hulas são experientes com a fabricação e o uso das contas e graças a eles houve uma grande difusão, não só para embelezamento como adorno e colares e pulseiras religiosos, mas contas em seus respectivos formatos, tamanhos e cores também foram utilizadas para distinguir classes em reinos, chefes, ministros do rei, etc. Os Hulas, contudo, só não faziam uso das contas de Nanadjè, é um interdito para um hula fazer uso dessas contas.

“ Foi Aydohwedo quem fez as pérolas popo”, afirmou Francis Burton na segunda metade do século XIX . "Entendemos que desejando enriquecer um indivíduo, Dan a serpente, em conexão com o Arco-Íris (no país Fon) o leva por uma força cega ao lugar onde a cauda do último deveria tocar o chão. Ocorre então uma profunda escavação contendo ouro e pérolas" Era assim que eles críam e encontravam o local certo, repleto de ouro e pedras preciosas, no fim do arco-íris, onde surgia a nova mina, segundo concebeu o autor em sua época.