domingo, 21 de maio de 2023

Há Mistério Entre Dom Sebastião e os Jejes.

 "O sebastianismo foi uma crença ou movimento profético que surgiu em Portugal em fins do século XVI como consequência do desaparecimento do rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578, que gerou uma crise de sucessão em Portugal.
Acreditava-se que D. Sebastião voltaria para salvar Portugal dos problemas desencadeados pelo seu desaparecimento. Trata-se de um messianismo adaptado às condições lusas e à cultura de Portugal e traduz uma inconformidade com a situação política vigente e uma expectativa de salvação da nação, ainda que miraculosa, através do retorno de um morto ilustre.

 "O sebastianismo também influenciou certos movimentos brasileiros em todo o país, desde o Rio Grande do Sul até ao norte do Brasil, principalmente no início do século XX.  Por exemplo, Antônio Conselheiro empregou-o em seus discursos à população de Canudos, no sertão baiano, entre 1893 e 1897. Segundo ele, Dom Sebastião iria retornar dos mortos para restaurar a monarquia no Brasil, atraindo assim a ira do recém-inaugurado governo republicano do Brasil. Antônio Conselheiro via também na realeza de D. Pedro II e na Casa de Bragança o Direito Divino do Império do Brasil recebido na cristofania do milagre de Ourique. O resultado foi a destruição do Arraial de Canudos pelo Exército em 1897.  No nordeste destacam-se dois movimentos sebastianistas no interior do estado de Pernambuco, que, segundo a crítica aos movimentos na época, tiveram um caráter político-religioso violento e com líderes fanáticos, que ludibriavam a população de boa fé, já vítima dos problemas da seca. O primeiro, A Tragédia do Rodeador, foi liderado por Silvestre José dos Santos que, em 1819, criou um arraial em um local denominado Sítio da Pedra. Ele foi destruído em 1820 pelo governador do estado, Luiz do Rego. Esta destruição, conhecida como Massacre de Bonito, matou 91 pessoas e feriu mais de 100. Depois disso, mais de 200 mulheres e 300 crianças foram aprisionadas e mandadas para Recife.  O segundo movimento é conhecido como A Tragédia da Pedra Bonita. Foi criada uma espécie de reino na localidade de Pedra Bonita, na Serra Formosa, por João Antonio dos Santos. Como o sucessor de João Antonio, João Ferreira, pregava que o rei D. Sebastião só voltaria se a Pedra Bonita fosse banhada de sangue, foi promovido um grande massacre no qual morreram 87 pessoas. Este arraial foi destruído pelo major Manoel Pereira da Silva.  Este último movimento inspirou o escritor José Lins do Rego a escrever o romance Pedra Bonita, além do romance A Pedra do Reino de Ariano Suassuna.  No Maranhão, há uma crença, especialmente na ilha dos Lençóis, no litoral do estado, de que o Rei D. Sebastião viveria nesta ilha, havendo muitas lendas em torno de sua figura, como se transformar em um touro negro encantado, com uma estrela na testa. O couro do boi do Bumba-meu-Boi, principalmente os de sotaque de zabumba e de pandeiros de costa de mão, das regiões de Cururupu e Guimarães, costuma ter a ponta dos chifres em metal dourado e traz, bordada na testa, uma estrela de ouro e jóias, em alusão à lenda. Religiões de matriz africana no estado, como o tambor de mina e o terecô, também tem especial relação com o rei Sebastião, que figura como um encantado."

In: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Sebastianismo (21/05/2023).

É importante observar no texto a forma pela qual o encantado Dom Sebastião se apresenta em uma das lendas da Ilha dos Lençóis no Maranhão: se transformando em um touro negro com uma estrela na testa, e essa estrela e os chifres são representados nos instrumentos de percussão do Bumba-meu-Boi de Cururupu e Guimarães.

Também é importante saber que o Vodum Jogorobossu na forma da grande serpente traz sobre a cabeça o desenho da cabeça de um touro.

Vide:  https://papoinformalpapoinformal.blogspot.com/2011/08/jogorobossu.html

E o mais interessante de tudo é que Nagé, em Maragogipe já teve Bumba-meu-Boi no passado e que Maragogipe foi criada sob o reinado de Dom Sebastião .

"(...) A povoação ficava localizada em terras da sesmaria de Paraguaçu (ou Paroaçu), doada a D. Álvaro da Costa, por seu pai D. Duarte da Costa, 2º Governador-Geral do Brasil, em 16 de Janeiro de 1557, doação essa confirmada por Alvará Régio datado de 12 de março de 1562.

Foi a sesmaria transformada em Capitania pelo Cardeal Regente, D. Henrique, por Carta de 20 de novembro de 1565, confirmada por outra carta datada de 28 de março de 1566. Registrada em Lisboa a 23 de agosto de 1571, durante o reinado de D. Sebastião, Maragogipe ficou sendo então sua principal localidade. (...)"

In:  https://www.achetudoeregiao.com.br/ba/maragogipe/historia.htm

A maioria dos cidadãos maragogipanos ouviu os mais velhos falarem, ou até mesmo chegaram a ver um lindo cavalo branco que rondava a cidade pelas noites claras, inclusive no distrito de Nagé, onde populares atribuíam ser do vodum Terreiro do Pinho, mas o dono físico ninguém sabia quem era, de onde realmente era, e jamais se conseguiu tocá-lo ou chegar perto do animal de tão rara beleza. Eu me pergunto agora: existiria alguma relação entre essa aparição e Dom Sebastião? Pois em suas aparições nos Lençóis maranhenses quase sempre se faz acompanhado por cavalos, e nos Lençóiscomo é sabido, não existem cavalos até então.

Assista o vídeo :

https://www.camara.leg.br/tv/199159-a-ilha-de-dom-sebast

 


 



















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