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domingo, 22 de outubro de 2023

Nação

Um país, que é uma parte distinta do mundo, também pode indicar ser uma região geográfica não soberana como o Estado, associada a certas características políticas, étnicas ou culturais distintas, podendo ser multicultural, é o caso da região Mahi no Benim que lá é referida como país: País Mahi. A região compreende várias etnias, e dentre elas populações nagôs.

Uma nação se caracteriza por partilhar de uma determinada população, sua língua , história , etnia , cultura , território ou sociedade . Umas são construídas em torno da etnicidade -como a Iorubá na Nigéria (Nacionalismo Étnico)- e outras estruturam-se por constituições políticas, como o Nacionalismo Cívico e o Multiculturalismo.

Portanto país e nação muitas vezes possuem o mesmo significado dependendo da situação, porém, referem-se a um território distinto no mundo.

Nação no Candomblé revela uma origem que pode ser tanto territorial, étnica, quanto familiar, observada a origem à partir dos calundus. 

Nagô Egbá não é uma associação de práticas religiosas de diferentes nações, mas a observação que a prática nagô desenvolvida aquele terreiro é a dos egbás, um território da diáspora iorubá, portanto nagô e cuja terminologia apazigua conflitos territoriais de outrora entre iorubás e egbás.

Já a Nação Mina Jeje demonstra o ponto de partida de alguns jejes, o Forte de São Jorge da Mina, e não necessariamente os jejes que trabalharam em minas de ouro, ainda que muitos realmente eram postos no trabalho da mineração, em conjunto com indivíduos de várias etnias e depois de experientes no ofício, vendidos para as Américas. A certidão de nascimento que possuíam eram os bère, cicatrizes étnicas evidenciadas e seus rostos.



 

 

 

 

 

 

 


quinta-feira, 10 de agosto de 2023

O Festival de Togbui Agni.

Além das libações realizadas ao grande ancestral de Adjá-Tadô o "Rei da Terra" sai por ocasião da festa da colheita do inhame do Médio Mono, ao sudeste de Notsé, Togo.
O festival é a ocasião para essa solene homenagem ao "Rei da terra". Celebrado em Tadô, dá origem a cerimónias tradicionais de cura de doenças, de agradecimento aos antepassados ​​e de agradecimento à mãe terra que proporcionou a colheita. Oferendas também são feitas às divindades para pedir novas colheitas abundantes para o ano e implorar bênçãos para as populações. É também uma festa de reencontro da diáspora Adjá-Tadô que chega ali para reverenciar o grande antepassado.

O nome Tado emana de 'Atawoade', que significa contornar doenças. Este festival é celebrado todo segundo sábado de agosto em Tadô.

🙏🙏🙏

 


quinta-feira, 22 de junho de 2023

Boçu Jara

"O Terreiro de Belém, de Severa Soeiro, mais conhecida como Vó Severa, africana de nação Cambinda, que veio de São Bento para São Luís na companhia de seu senhor de escravos. Teve seu aprendizado na Casa de Nagô e foi a terceira africana a abrir casa no Maranhão. Faleceu em 14 de julho de 1937. Após sua morte, o terreiro entrou em declínio e se extinguiu no fim da década de 60."

In: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tambor_de_mina   (Em 21/06/2023).

O Terreiro de Belém ficava estabelecido no antigo Apeadouro (Monte Castelo) em São Luís.

A Casa de Nagô (Nagon Abioton) na qual Vó Severa teve seu aprendizado, ainda está em plena atividade. Ela é uma casa fundada por minas, e minas oriundos da Costa da Mina, não pelo fato que relacione uma procedência de seus fundadores, ou mesmo dos antepassados de seus fundadores com a Fortaleza de São Jorge da Mina, mas pelo fato da casa ter sido consagrada a um vodum nagô.

"Esta casa de Tambor de Mina foi fundada à época do Brasil Império. O Nagon Abioton é dedicado ao vodum Badé da família de Heviossô.
Fonte: Rede social da instituição."

In: https://www.ipatrimonio.org/sao-luis-casa-de-nago   (Em 21/02/2023).

"(...) Há outros voduns do tambor-de-mina que não aparecem nesta classificação por não serem referidos na Casa das Minas, mas que são cultuados em outros terreiros, como Boço Jara, Xadantã e Vondereji presentes na Casa de Nagô."

In: https://www.espiritualidades.com.br/Artigos/P_autores/PRANDI_Reginaldo_tit_Nas_pegadas_do_Voduns_um_terreiro_de_tambor-de-mina.htm   (Em 21/06/2023).

Jara, Xadantã e Vondereji seriam voduns cambindas/cabindas, segundo um amigo adepto e profundo conhecedor do Tambor de Mina, Thalyson Sousa, me informou. Existem também outros "Boçus" no Tambor de Mina, além dos mencionados aqui nesse texto, porém, no momento o foco é para Boço Jara, cujo nome Jara lembrou-me de uma localidade.

Quanto a Boçu Jara, provavelmente seu culto tenha procedência no culto a Bossu do pequeno e antigo vilage-vodum de Adjara, no Grande Popô, Mono, Benim. Próximo à Adjaha, onde o centro é um grande mercado voduísta. 

É provável que o culto a Bossu possa ter sido passado dos plás (hulas), que também são referidos minas e detentores do culto ao vodum Bossu, aos cabindas, mesmo em solo brasileiro, e eles assomaram-se aos nagôs, o que não é uma conclusão, mas uma hipótese, já que são considerados cabindas. De uma outra forma o culto teria sido levado dos hulas aos cabindas em África, e com o negro escravizado chegou ao Brasil, é uma segunda hipótese.

"Os Pla Peda ou Xwla ou Xwéda (ou Popôs) são um grupo étnico do sul do Togo e Benin . Eles são de origem Adja que se deslocaram do planalto Tado em direção ao sul e ao mar, onde criaram notavelmente a cidade de Grand-Popo na foz do rio Mono em Benin. Eles falam Xwla ou Xwéda relacionado à língua Adja-Ewé."

In: https://fr.m.wikipedia.org/wiki/Pla_Peda  (Em 21/06/2023).

Assista o vídeo:

https://m.facebook.com/casadasminasdetoyajarina/videos/tambor-de-mina-em-homenagem-a-b%C3%B4%C3%A7o-jara-toy-agu%C3%AA-e-familia-da-mata-parte-ii/1004337639899874/

Vídeo 2:

https://youtu.be/jej0m8oS0KM

Voduns hulas no Grande Popô (Wikipédia)

domingo, 21 de maio de 2023

Há Mistério Entre Dom Sebastião e os Jejes.

 "O sebastianismo foi uma crença ou movimento profético que surgiu em Portugal em fins do século XVI como consequência do desaparecimento do rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578, que gerou uma crise de sucessão em Portugal.
Acreditava-se que D. Sebastião voltaria para salvar Portugal dos problemas desencadeados pelo seu desaparecimento. Trata-se de um messianismo adaptado às condições lusas e à cultura de Portugal e traduz uma inconformidade com a situação política vigente e uma expectativa de salvação da nação, ainda que miraculosa, através do retorno de um morto ilustre.

 "O sebastianismo também influenciou certos movimentos brasileiros em todo o país, desde o Rio Grande do Sul até ao norte do Brasil, principalmente no início do século XX.  Por exemplo, Antônio Conselheiro empregou-o em seus discursos à população de Canudos, no sertão baiano, entre 1893 e 1897. Segundo ele, Dom Sebastião iria retornar dos mortos para restaurar a monarquia no Brasil, atraindo assim a ira do recém-inaugurado governo republicano do Brasil. Antônio Conselheiro via também na realeza de D. Pedro II e na Casa de Bragança o Direito Divino do Império do Brasil recebido na cristofania do milagre de Ourique. O resultado foi a destruição do Arraial de Canudos pelo Exército em 1897.  No nordeste destacam-se dois movimentos sebastianistas no interior do estado de Pernambuco, que, segundo a crítica aos movimentos na época, tiveram um caráter político-religioso violento e com líderes fanáticos, que ludibriavam a população de boa fé, já vítima dos problemas da seca. O primeiro, A Tragédia do Rodeador, foi liderado por Silvestre José dos Santos que, em 1819, criou um arraial em um local denominado Sítio da Pedra. Ele foi destruído em 1820 pelo governador do estado, Luiz do Rego. Esta destruição, conhecida como Massacre de Bonito, matou 91 pessoas e feriu mais de 100. Depois disso, mais de 200 mulheres e 300 crianças foram aprisionadas e mandadas para Recife.  O segundo movimento é conhecido como A Tragédia da Pedra Bonita. Foi criada uma espécie de reino na localidade de Pedra Bonita, na Serra Formosa, por João Antonio dos Santos. Como o sucessor de João Antonio, João Ferreira, pregava que o rei D. Sebastião só voltaria se a Pedra Bonita fosse banhada de sangue, foi promovido um grande massacre no qual morreram 87 pessoas. Este arraial foi destruído pelo major Manoel Pereira da Silva.  Este último movimento inspirou o escritor José Lins do Rego a escrever o romance Pedra Bonita, além do romance A Pedra do Reino de Ariano Suassuna.  No Maranhão, há uma crença, especialmente na ilha dos Lençóis, no litoral do estado, de que o Rei D. Sebastião viveria nesta ilha, havendo muitas lendas em torno de sua figura, como se transformar em um touro negro encantado, com uma estrela na testa. O couro do boi do Bumba-meu-Boi, principalmente os de sotaque de zabumba e de pandeiros de costa de mão, das regiões de Cururupu e Guimarães, costuma ter a ponta dos chifres em metal dourado e traz, bordada na testa, uma estrela de ouro e jóias, em alusão à lenda. Religiões de matriz africana no estado, como o tambor de mina e o terecô, também tem especial relação com o rei Sebastião, que figura como um encantado."

In: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Sebastianismo (21/05/2023).

É importante observar no texto a forma pela qual o encantado Dom Sebastião se apresenta em uma das lendas da Ilha dos Lençóis no Maranhão: se transformando em um touro negro com uma estrela na testa, e essa estrela e os chifres são representados nos instrumentos de percussão do Bumba-meu-Boi de Cururupu e Guimarães.

Também é importante saber que o Vodum Jogorobossu na forma da grande serpente traz sobre a cabeça o desenho da cabeça de um touro.

Vide:  https://papoinformalpapoinformal.blogspot.com/2011/08/jogorobossu.html

E o mais interessante de tudo é que Nagé, em Maragogipe já teve Bumba-meu-Boi no passado e que Maragogipe foi criada sob o reinado de Dom Sebastião .

"(...) A povoação ficava localizada em terras da sesmaria de Paraguaçu (ou Paroaçu), doada a D. Álvaro da Costa, por seu pai D. Duarte da Costa, 2º Governador-Geral do Brasil, em 16 de Janeiro de 1557, doação essa confirmada por Alvará Régio datado de 12 de março de 1562.

Foi a sesmaria transformada em Capitania pelo Cardeal Regente, D. Henrique, por Carta de 20 de novembro de 1565, confirmada por outra carta datada de 28 de março de 1566. Registrada em Lisboa a 23 de agosto de 1571, durante o reinado de D. Sebastião, Maragogipe ficou sendo então sua principal localidade. (...)"

In:  https://www.achetudoeregiao.com.br/ba/maragogipe/historia.htm

A maioria dos cidadãos maragogipanos ouviu os mais velhos falarem, ou até mesmo chegaram a ver um lindo cavalo branco que rondava a cidade pelas noites claras, inclusive no distrito de Nagé, onde populares atribuíam ser do vodum Terreiro do Pinho, mas o dono físico ninguém sabia quem era, de onde realmente era, e jamais se conseguiu tocá-lo ou chegar perto do animal de tão rara beleza. Eu me pergunto agora: existiria alguma relação entre essa aparição e Dom Sebastião? Pois em suas aparições nos Lençóis maranhenses quase sempre se faz acompanhado por cavalos, e nos Lençóiscomo é sabido, não existem cavalos até então.

Assista o vídeo :

https://www.camara.leg.br/tv/199159-a-ilha-de-dom-sebast

 


 



















domingo, 4 de setembro de 2011

Mina do Ouro.

Mulher mina de Agoué com sua criança. Foto do ano de 1900.


Mina é uma denominação dada aos escravos que tinham sido embarcados no porto de São Jorge da Mina para as Américas. Esta denominação é imprecisa, pois podia abranger diversas etnias (segundo a Wikipédia em português). 
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Bem, o surgimento disso se deve ao fato de que quando os portugueses estabelecidos em Gana buscavam pelo ouro,  motivo inicial da construção do Forte de São Jorge da Mina (El Mina), acabaram por denominar não somente a localidade costeira, mas também os negros de diversas etnias existentes no local e arredores envolvidas com a mineração por: Negros minas.

O Quilombo da Salamina da localidade de Putumuju em Maragojipe parece ser mais uma boa prova da presença mina no Brasil, visto que sua formação é muito antiga e
em língua mina, além dos dialetos aparentados, significa “limpar a mina", referindo-se à atividade, ou "limpa-mina", ao que exerce esta atividade (srà mina; sla mina), evidenciando o trabalho de extração do ouro que envolvia essas tribos na África.