quinta-feira, 22 de junho de 2023

Boçu Jara

"O Terreiro de Belém, de Severa Soeiro, mais conhecida como Vó Severa, africana de nação Cambinda, que veio de São Bento para São Luís na companhia de seu senhor de escravos. Teve seu aprendizado na Casa de Nagô e foi a terceira africana a abrir casa no Maranhão. Faleceu em 14 de julho de 1937. Após sua morte, o terreiro entrou em declínio e se extinguiu no fim da década de 60."

In: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tambor_de_mina   (Em 21/06/2023).

O Terreiro de Belém ficava estabelecido no antigo Apeadouro (Monte Castelo) em São Luís.

A Casa de Nagô (Nagon Abioton) na qual Vó Severa teve seu aprendizado, ainda está em plena atividade. Ela é uma casa fundada por minas, e minas oriundos da Costa da Mina, não pelo fato que relacione uma procedência de seus fundadores, ou mesmo dos antepassados de seus fundadores com a Fortaleza de São Jorge da Mina, mas pelo fato da casa ter sido consagrada a um vodum nagô.

"Esta casa de Tambor de Mina foi fundada à época do Brasil Império. O Nagon Abioton é dedicado ao vodum Badé da família de Heviossô.
Fonte: Rede social da instituição."

In: https://www.ipatrimonio.org/sao-luis-casa-de-nago   (Em 21/02/2023).

"(...) Há outros voduns do tambor-de-mina que não aparecem nesta classificação por não serem referidos na Casa das Minas, mas que são cultuados em outros terreiros, como Boço Jara, Xadantã e Vondereji presentes na Casa de Nagô."

In: https://www.espiritualidades.com.br/Artigos/P_autores/PRANDI_Reginaldo_tit_Nas_pegadas_do_Voduns_um_terreiro_de_tambor-de-mina.htm   (Em 21/06/2023).

Jara, Xadantã e Vondereji seriam voduns cambindas/cabindas, segundo um amigo adepto e profundo conhecedor do Tambor de Mina, Thalyson Sousa, me informou. Existem também outros "Boçus" no Tambor de Mina, além dos mencionados aqui nesse texto, porém, no momento o foco é para Boço Jara, cujo nome Jara lembrou-me de uma localidade.

Quanto a Boçu Jara, provavelmente seu culto tenha procedência no culto a Bossu do pequeno e antigo vilage-vodum de Adjara, no Grande Popô, Mono, Benim. Próximo à Adjaha, onde o centro é um grande mercado voduísta. 

É provável que o culto a Bossu possa ter sido passado dos plás (hulas), que também são referidos minas e detentores do culto ao vodum Bossu, aos cabindas, mesmo em solo brasileiro, e eles assomaram-se aos nagôs, o que não é uma conclusão, mas uma hipótese, já que são considerados cabindas. De uma outra forma o culto teria sido levado dos hulas aos cabindas em África, e com o negro escravizado chegou ao Brasil, é uma segunda hipótese.

"Os Pla Peda ou Xwla ou Xwéda (ou Popôs) são um grupo étnico do sul do Togo e Benin . Eles são de origem Adja que se deslocaram do planalto Tado em direção ao sul e ao mar, onde criaram notavelmente a cidade de Grand-Popo na foz do rio Mono em Benin. Eles falam Xwla ou Xwéda relacionado à língua Adja-Ewé."

In: https://fr.m.wikipedia.org/wiki/Pla_Peda  (Em 21/06/2023).

Assista o vídeo:

https://m.facebook.com/casadasminasdetoyajarina/videos/tambor-de-mina-em-homenagem-a-b%C3%B4%C3%A7o-jara-toy-agu%C3%AA-e-familia-da-mata-parte-ii/1004337639899874/

Vídeo 2:

https://youtu.be/jej0m8oS0KM

Voduns hulas no Grande Popô (Wikipédia)

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