sexta-feira, 26 de abril de 2024

A Mesa de um Bori.

Quando são oferecidos alimentos dos orixás, dos voduns em uma mesa de bori, seja no Candomblé, seja no Ifá, trata-se de uma representação da reverência que os orixás, os voduns, prestam à Sé, ou Ori em iorubá. Sé é o princípio da vida universal que anima Gbé, a vida de cada ser vivente, como a do homem, gbetó, portador da vida.

Conforme nos conta uma passagem de um determinado Fadu (odu do Ifá) quando Sé cumpria com seus rituais quando consultava Ifá obtinha favorecimentos, mas essas regalias duravam pouco tempo. Continuava passando períodos difíceis com sua família. Foi então que resolveu procurar os orixás, os voduns e no meio do caminho decidiu parar para descansar um pouco à atinsá (aos pés de uma árvore) que lhe proporcionava boa sombra. Eis que Ogun vendo que ele estava ali descansando perguntou-lhe se estava viajando, para onde iria, era empenhoso em acompanhá-lo para que não se perdesse. E Sé explicou o que pretendia fazer: pedir ajuda às divindades. Ogum admirado retrucou: Mas tú não sabes que és o mais importante de nós? Que todos nós devemos lhe prestar reverências? Foi então que Sé conscientizou-se de sua importância, passou a querer e receber o que queria pela sua vontade de querer e pela sua importância.

Para complementar sua leitura acesse:

https://papoinformalpapoinformal.blogspot.com/2008/09/filosofia-do-vodun.html  



quinta-feira, 18 de abril de 2024

O Fundador do Reino de Daomé.

 


Ahô Huegbadjá, tradicionalmente o terceiro rei de Abomé,

 é considerado o fundador do reino de Daomé (atual Benim). 

Era um homem de pele mais clara, de alta estatura e forte,  

Ahô chegou ao zinkpô (trono) sob o  nome de Huegbadjá: 

"O peixe que escapou da armadilha, foge de armadilha”. 

Ele reinou de 1645 à 1685 sucedendo a seu tio, Dakodonu.

A casa do Terreiro do Pinho em Najé, Maragogipe, Bahia, que 

reunia práticas Vodum locais, foi fundada na época de seu 

reinado, fazendo referência à constituição do Reino do Daomé 

conforme seu nome: Rumpame Daomé (Convento Daomé). 

Huegbadjá instituiu ministros e promulgou leis, desenvolveu 

a administração, a religião Vodum e seu xwetanu (calendário 

festivo anual) e a política que caracterizando um reino 

propriamente dito, sendo tido, então, como o fundador do Reino 

do Daomé e reconhecido na diáspora.


Casado com Nayê Adonom (mais conhecida como Nayadone 

no Brasil), teve dentre seus filhos Huessu Akabá e Tassin 

Hangbé.


Huegbadjá fundou a cidade de Abomé construindo ali o seu 

palácio (chamado Palácio de Abomé que significa "no meio da 

muralha, Agbo vem do adjagbê Agbogbo - a saudação ahogbogbo 

yi significa muralha do rei), próximo dos Guedevis, que 

eram descendentes iorubás, e a alguns quilômetros a noroeste do 

Bohicon. Ele instituiu e incorporou pequenas chefias da região 

que representavam a sua administração.

Seu símbolo é o peixe e a armadilha, em razão de seu nome.