terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Jardim de Inhames de Máwu.

O inhame (tè) é muito utilizado na culinária do Benin pilado ou frito. (Foto: Cotonou).

O Jardim de Inhames de Máwu
(Lenda Fon)

Inicialmente, Legba morava com a mãe Máwu, e executava suas ordens cuidadosamente e nada fazia sem o seu consentimento. Se alguém praticasse um ato lesivo, era punido. Se fizesse uma boa ação, recebia benefícios e apreços. Tudo o que via e ouvia contava à mãe que se ocupava com a criação do universo e vinha sempre à terra.
Os seres humanos, então, começaram a repudiar Legba...

Máwu tinha um jardim onde plantava inhames.
Legba disse à ela que os ladrões queriam levá-los.
Máwu, portanto, reuniu seus súditos, e advertiu:
"O primeiro que se atrever a tocar nos meus inhames morrerá!”
Na noite seguinte, começou a chover. Legba escorregou na casa de Máwu com suas sandálias, pois chovia muito naquele dia, e não pode vigiar, então, ladrões roubaram todo o inhame...

Na manhã seguinte, quando Máwu observou o ocorrido, Legba aconselhou a trazer todos os súditos para determinar quem possuía as pegadas tão claramente visíveis no solo úmido. Cada súdito colocou os pés nas marcas para comparar, mas nenhum tinha o tamanho correto. E Legba, que muito ria do povo que media os pés nas pegadas, falou:

"Será que Máwu esteve em seu jardim e se esqueceu?"
Máwu, indignada, respondeu:
"Eu? Legba, como você ousa dizer tais coisas? Mas gostaria de me submeter ao teste".

É claro que eram pegadas de Máwu... (brincadeirinha de travesso, ou Máwu tinha se esquecido que foi lá e colheu os inhames?)

"Bem, aqui está um proprietário que rouba seu próprio inhame!" (Disse ele à mãe)

Magoada, Máwu, então, resolveu que deixaria a terra para viver no céu. No futuro, Legba deveria apresentar-se lá à cada dia, para lhe relatar os eventos que ocorreram na Terra durante todo o dia. E daí Máwu permanece até hoje no céu.

Com essa história Legba provou que era amado por sua mãe e zombou daqueles que não lhe tinham apreço, embora punido com a distância de sua mãe.

Nenhum comentário: