Tradição e Realeza nos Terreiros de Jeje
(Resumo)
Entre o século XV e meados do século XIX, os Europeus praticaram o comércio de escravos: homens e mulheres jovens eram deportados para as Américas. O Forte de São Jorge da Mina foi construído com a finalidade de proteger o comércio português com os Akans, os quais eram senhores de ricas minas auríferas, e se tornou o primeiro entreposto de escravos. A produção açucareira foi o alicerce econômico da colonização portuguesa no Brasil entre os séculos XVI e XVII, as primeiras mudas de cana de açúcar foram trazidas da Ilha da Madeira por Martin Afonso de Souza, construtor do primeiro engenho em São Vicente no ano de 1533. Havia muita fuga de escravos das fazendas canavieiras desde meados do século XVI para a localidade de Tanque do Barreiro em Maragojipe, Bahia, tanto que com a intenção de conter tais fugas ficou proposto que ao escravo que contribuísse com seu trabalho na construção do açude local seria dada a alforria. Os escravos que fugiam iam formando a localidade quilombola da localidade do Pinho que deu origem à casa de culto vodum fundada em 12 de Dezembro de 1658, o Rumpame Dahome.
A descoberta de ouro no Brasil provocou uma alvoroçada “Corrida do Ouro” que se estendeu por todo século XVIII. Durante este ciclo aurífero foram encontradas muitas jazidas de metais e pedras preciosas e muitos escravos foram remanejados para essa atividade, é nesta época que entra no Brasil um grande número de sudaneses, jejes, minas, nagôs, etc.
O poder econômico moveu-se do nordeste para o sudeste do país, e a capital da Bahia tornou-se o estado do Rio de Janeiro. Posteriormente desenvolveu-se a cultura cafeeira absorvendo a mão-de-obra escrava já em decadência. Em todos estes ciclos a formação e contribuição do negro para a formação da cultura e religiosidade afro-brasileira foi de extrema importância, inclusive nas senzalas de fazendas, onde sugiram os calundus, onde se originou o samba e também o sincretismo de suas divindades africanas com os santos católicos que asseguravam a continuidade de suas práticas religiosas.
ISBN 9788541302401