É irrefutável a presença jeje nas tradições afro-brasileiras do Rio Grande do Sul, não só pela presença dos aguedavis que tocam determinados tambores, mas também pelo vocabulário e certos preceitos realizados no terreiro.
Passar um ovo na pessoa pra retirar um
trabalho feito proferindo uma certa reza, depois abrindo-o em um prato e em
seguida furando-lhe a gema com uma agulha e por fim entregando-o para Legba em uma
encruzilhada e ateando-se fogo é um preceito do Jeje.
Semelhantemente se faz no Batuque para fechar feridas com um bife
para Xapanã, ou se da para um cachorro de rua comer; quando um cachorro come um ebó na
esquina é sinal que foi bem aceito por Legba, esse pensamento também vigora em
Benim, ou aqui no Rio Grande do Sul seria uma simples associação sincrética de Xapanã (vodum nagô) com o santo católico do cachorro?
Estaria a charqueada relacionada com
isso? Faria xapanã lançar feridas nos tropeiros por reverenciarem a
Ogum com a carne de gado em um churrasco e esquecerem dele? Parece que sim, pois dentre as pessoas do culto as bicheiras causadas pelas moscas que afetam o gado e os indivíduos são costumeiramente associadas a Xapanã.