domingo, 6 de fevereiro de 2011

Kpatrayɛ


Kpatrayɛ
(Pronuncia-se kpatraié em português)

Clausena anisata  (Willd.) J.Hk. ex Benth

Anis Estrelado


O nome desta rutácea vem do Adja, além do aroma tão conhecido dos licores do Anis Estrelado, é uma planta utilizada externamente em decocção principlamente de seus caules e folhas, associadas ou não a outras, como à conhecida Babosa (Adiadi em ewe) no tratamento de micoses e frieiras dos pés e dermatoses em geral.
Possui algumas atividades antibacterianas e antifúngicas já estudadas. 
Quando pulverizada, esta planta é utilizada para tratar a epilepsia. 


Observação:

Não Confundir esta planta com a  Estrela de Anis, Illicium verum, da China, e que é utilizada para se preparar o fármaco do tratamento da Gripe A, o Oseltamivir (comercialmente conhecido como Tamiflu), ou com o venenoso Aniz Estrelado Japonês, Illicium anisatum.

Veja:   http://papoinformalpapoinformal.blogspot.com.br/2011/01/gbosu-zoxwn.html


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Iphan Iniciou o Processo de Tombamento do Terreiro do Ventura.

A notícia abaixo foi veiculada no A Tarde de 20 de janeiro de 2011



Iphan inicia processo de tombamento de terreiro em Cachoeira

A TARDE On Line
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) iniciou o processo de tombamento do Terreiro Jeje Zogbodo Male Bogum Seja Unde, no município baiano de Cachoeira, no dia 10 de janeiro, através de uma notificação publicada no Diário Oficial da União.
A partir deste comunicado, o local passa a receber proteção federal e, por esta razão, toda intervenção no terreiro, e em sua vizinhança imediata, deve ser previamente autorizada pelo Iphan. Os proprietários do terreiro podem se manifestar para concordar ou impugnar a iniciativa do Iphan em até 15 dias, contando a partir do dia em que foi feito o comunicado.
Motivo - O processo de tombamento se fundamenta no elevado valor histórico e etnográfico do terreiro, a ser inscrito nos Livros do Tombo Histórico e do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, conforme proposta em fase de elaboração a ser avaliada pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O tombamento deverá então corresponder ao conjunto de bens imóveis do terreiro, incluindo o sítio natural e os elementos edificados ou de espécies arbóreas referenciais dos ritos Jeje, a exemplo das Casas de Hospedagem, do Oiá (Altar), dos Pejis (cerimoniais) de cima e de baixo, com salão, "ronco" e cozinha sagrada, a Casa dos Antepassados, 12 Árvores Sagradas, o riacho Caquende - ODÉ e as margens ou lados: Aziri e Avinagé.
História - A ocupação histórica do Terreiro da Roça do Ventura, remonta ao ano de 1858. É depositário e responsável pela preservação de umas das tradições religiosas de matriz africana, mais particularmente da liturgia do Candomblé de nação Jeje-Mahi originaria nos cultos às divindades chamadas Vodum. O Seja Unde tem fundamental importância na conformação da rede de terreiros do Reconcavo Baiano e sobretudo para a formação histórica do Candomblé como uma instituição religiosa. 
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O Jeje está em festa, é Janeiro, é presente dos voduns! Agradecemos a todos que se engajaram na defesa desta causa e fiquem certos que os voduns lhes retribuirão. Ifabimi.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Evitando Tragédias Como a da Região Serrana do RJ.

Evite construir em vales, e principalmente nos vales estreitos;
Não edifique em encostas, e se no alto do morro, fique longe do despenhadeiro:

"Um vale é um acidente geográfico cujo tamanho pode variar de uns poucos quilômetros quadrados a centenas ou mesmo milhares de quilômetros quadrados de área. É tipicamente uma área de baixa altitude cercada por áreas mais altas, como montanhas ou colinas.
Os vales são formados por diversos processos geográficos. Os vales glaciais, que normalmente têm a forma em "U" em vez de "V", formaram-se há dezenas de milhares de anos (presumidamente durante a última era glacial) através do grande poder de erosão das geleiras. Vários lagos glaciais podem ser encontrados no Lake District (Região dos Lagos), na Inglaterra. Vales de tipo Rift, como o Grande Vale do Rift, são formados pela expansão da crosta terrestre devido à atividade tectônica sob a superfície da Terra. No entanto, os vales são geralmente formados pela atividade fluvial, onde a ação da água corrente causa a erosão do terreno."

Fonte: Wikipédia.


Não desmate e Não colabore com o assoreamento:

Desflorestação, desflorestamento ou desmatamento é o processo de desaparecimento de massas florestais, fundamentalmente causada pela atividade humana. A desflorestação é diretamente causada pela ação do homem sobre a natureza, principalmente devido à destruição de florestas para a obtenção de solo para cultivos agrícolas ou para extração de madeira, por parte da indústria madeireira.
Uma consequência da desflorestação é o desaparecimento de absorventes de dióxido de carbono, reduzindo-se a capacidade do meio ambiente em absorver as enormes quantidades deste causador do efeito estufa, e agravando o problema do aquecimento global.
Para tentar conter o avanço do aquecimento global diversos organismos internacionais propõem o reflorestamento, porém essa medida é apenas parcialmente aceita pelos ecologistas, pois estes acreditam que a recuperação da área desmatada não pode apenas levar em conta apenas à eliminação do gás carbônico, mas também a biodiversidade de toda a região.
O reflorestamento é, no melhor dos casos, um conjunto de árvores situadas segundo uma separação definida artificialmente, entre as quais surge uma vegetação herbácea ou arbustiva que não costuma aparecer na floresta natural. No pior dos casos, se plantam árvores não nativas e que em certas ocasiões danificam o substrato, como ocorre em muitas plantações de pinheiro ou eucalipto.

Assoreamento é a obstrução, por sedimentos, areia ou detritos quaisquer, de um estuário, rio, ou canal. Pode ser causador de redução da correnteza.
No Brasil é uma das causas de morte de rios, devido à redução de profundidade. Os processos erosivos, causados pelas águas, ventos e processos químicos, antrópicos e físicos, desagregam solos e rochas formando sedimentos que serão transportados. O depósito destes sedimentos constitui o fenômeno do assoreamento.
O assoreamento é um fenômeno muito antigo e existe há tanto tempo quanto existem os mares e rios do planeta, e este processo já encheu o fundo dos oceanos em milhões de metros cúbicos de sedimentos.
Porém o homem vem acelerando este antigo processo através dos desmatamentos, que expõe as áreas à erosão, a construção de favelas em encostas que, além de desmatar, tem a erosão acelerada devido à declividade do terreno, as técnicas agrícolas inadequadas, quando se promovem desmatamentos extensivos para dar lugar a áreas plantadas, a ocupação do solo, impedindo grandes áreas de terrenos de cumprirem com seu papel de absorvedor de águas e aumentando, com isso, a potencialidade do transporte de materiais, devido ao escoamento superficial e das grandes emissões gasosas.
O assoreamento não chega a estagnar um rio, mas pode mudar drasticamente seu rumo. O assoreamento pode acabar com lagos.
A deposição de sedimentos em reservatórios é um grande problema no Brasil, pois a maioria da energia consumida vem de usinas hidroelétricas. No caso da Usina hidrelétrica de Tucuruí, por exemplo, foi calculado em 400 anos o tempo necessário para o assoreamento total do reservatório da barragem.
Apesar de não "matar" os rios, o assoreamento pode aumentar o nível de terra submersa e ajuda a aumentar os níveis das enchentes.

Fonte: Wikipédia.



DEFORASTATION RAIN FOREST RIO DE JANEIRO BRAZIL.JPG  Desflorestamento no Morro da Covanca, Jacarepaguá, Rio de janeiro. Foto em Wikimedia.


                Preserve o verde, o ar, as águas e a fauna, lembre-se que                                   o Planeta Terra é a sua casa.

Foto: Globe Planet Earth (by NASA-USA)

Gbòsú Zoxwεn.


Gbòsú Zoxwεn. Foto em calflora.net
(Pronunciamos gbossu-zoqüém em português)

Clausena anisata, Willd.


Planta rutácea de aroma cítrico e rica em limonóides. É tida como sendo a insulina vegetal, devido ao seu efeito hipoglicemiante é muito utilizada no tratamento da diabetes, seu início, prevenção e em gestantes diabéticas, inclusive na mellitus tipo 2; também possui alguma atividade antibacteriana. São utilizadas folhas e especialmente as raízes para tratamento do diabetes. As análises químicas qualitativa e quantitativa de óleos essenciais de suas folhas revelaram 19 componentes, sendo que 96% eram de fenilpropanóides (Ekundayo, 1986).

É bem possível que o efeito hipoglicemiante do seu extrato radicular, que também foi analisado, seja devido, pelo menos em parte, ao seu conteúdo de terpenóides e cumarina, mas até então, o seu mecanismo de ação hipoglicemiante permanece em grande parte especulativo, e é improvável que seja devido à estimulação de células beta-pancreáticas e subseqüente secreção de insulina. Seu efeito é mais suave comparado ao da Insulina propriamente dita, no tratamento de diabetes, ou seja: É um pouco mais fraco.


Obs. Esta planta é encontrada na África e na Indonésia, favor não confundirem com anis estrelado (Illicium verum), ou mesmo com o anis ou erva-doce (Pimpinella anisum) que é uma planta da família das Apiaceae, anteriormente chamadas Umbelliferae.

sábado, 22 de janeiro de 2011

A Influência Jeje no Terreiro Tumba Junçara.

Maria Nenem do Tumbensi, tia do saudoso Tata Fomotinho, pertenceu à Irmandade da Igreja de N Sra da Boa Morte. Foto em:
http://vodunabeyemanja.blogspot.com/2010/01/tumba-junaaara_29.html

Saudoso Manoel Ciríaco de Jesus, fundador do axé Tumba Junçara. Foto em:
http://axetumbajunsara.blogspot.com/2010/01/roberto-barros-reis-tata-kinunga-e.html

"O Terreiro Tumba Junçara"

"O Tumba Junçara foi fundado em 1919 em Acupe, na Rua Campo Grande, Santo Amaro da Purificação, Bahia, por dois irmãos de esteira cujos nomes eram: Manoel Rodrigues do Nascimento (dijina: Kambambe) e Manoel Ciríaco de Jesus (dijina: Ludyamungongo), ambos iniciados em 13 de junho de 1910 por Maria Genoveva do Bonfim, mais conhecida como Maria Nenem (Mam'etu Tuenda UnZambi, sua dijina), que era Mam'etu Riá N'Kisi do Terreiro Tumbensi, casa de Angola mais antiga da Bahia. Kambambe e Ludyamungongo tiveram Sinhá Badá como mãe-pequena e Tio Joaquim como pai-pequeno.
O Tumba Junçara foi transferido para Pitanga, no mesmo município, e depois para o Beiru. Após algum tempo, foi novamente transferido, para a Ladeira do Pepino nº 70, e finalmente para Ladeira da Vila América, nº 2, Travessa nº 30, Avenida Vasco da Gama (que hoje se chama Vila Colombina) nº 30 - Vasco da Gama, Salvador, Bahia.
Na época da fundação, os dois irmãos de esteira receberam de Sinhá Maria Nenem os cargos de Tata Kimbanda Kambambe e Tata Ludyamungongo. Manoel Ciríaco de Jesus fez muitas lideranças de várias casas, como Emiliana do Terreiro do Bogum, Mãe Menininha do Gantois, Ilê babá Agboulá (Amoreiras), onde obteve cargos. Tata Nlundi ia Mungongo teve como seu primeiro filho de santo (rianga) Ricardino, cuja dijina era Angorense.
No primeiro barco (recolhimento) de Tata Nlundi ia Mungongo, foram iniciados 06 azenza (plural de muzenza). Em sendo o seu primeiro barco, ele chamou o pessoal do Bogum para ajudar. Os 03 primeiros azenza do barco foram iniciados segundo os fundamentos do Bogun: Angorense (Mukisi Hongolo), Nanansi (Mukisi Nzumba) e Jijau (Mukisi Kavungu) *, os 03 outros azenza foram iniciados segundo os fundamentos do Tumba Junçara.
No Rio de Janeiro, fundou, com o Sr. Deoclecio (dijina: Luemim), uma casa de culto em Vilar dos Teles (não se sabe a data da fundação nem a relação de pessoas iniciadas). Dentre as pessoas iniciadas, ainda existe, na Rua do Carmo, 34, Vilar dos Teles, uma delas, Tata Talagy, filho de Sr. Deoclecio .
Com a morte de Manoel Rodrigues do Nascimento (Kambambe), que assumira sozinho a direção do Tumba Junçara, Manoel Ciríaco de Jesus (Ludyamungongo) assumiu a direção até sua morte, a qual ocorreu em 4 de dezembro de 1965.
Com a morte de Manoel Ciríaco de Jesus assumiu a direção do Tumba Junçara a Sra. Maria José de Jesus (Deré Lubidí), que foi responsável pelo ritual denominado Ntambi de Ciriaco, juntamente com o sr. Narciso Oliveira (Tata Senzala) e o sr. Nilton Marofá.
Deré Lubidí **era Mam'etu Riá N'Kisi do Ntumbensara, hoje situado à Rua Alto do Genipapeiro - Plataforma, Salvador, Bahia, e de responsabilidade do sr. Antonio Messias (Kajaungongo).
Em 13 de dezembro de 1965, após o ritual de Ntambi, Maria José de Jesus (Deré Lubidí) passa a direção do Ntumbensara para Benedito Duarte (Tata Nzambangô) e Gregório da Cruz (Tata Lemboracimbe), e em ato secreto é empossada Mam'etu Riá N'Kisi do Tumba Junçara.
Maria José de Jesus (Deré Lubidí), em 1924 recebeu o cargo de Kota Kamukenge do Tumba Junçara, e em 1932, o cargo de Mam'etu Riá N'Kisi. Em 1953 fundou o Ntumbensara, na Rua José Pititinga nº 10 – Cosme de Farias, Salvador, Bahia, que em 18 de outubro de 1964 foi transferido para o Alto do Genipapeiro.
Com o falecimento de Deré Lubidí, assumiu a direção do Tumba Junçara a Sra. Iraildes Maria da Cunha (Mesoeji), nascida aos 26 de junho de 1953 e iniciada em 15 de novembro de 1953, permanecendo no cargo até o presente momento.
Esta é uma síntese do histórico do Tumba Junçara, com agradecimento especial a Esmeraldo Emeterio de Santana Filho, "Tata Zingue Lunbondo", pelo referente histórico, e também a "Tata Quandiamdembu", Esmeraldo Emetério de Santana, o Sr. Benzinho, pois sem sua colaboração não poderíamos ter chegado a tais fatos."

Fonte: Wikipédia.
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Observações:

(*)Observamos o termo Angorense, derivado do Mbundo que designa os iniciados de Angorô (Hongolo, arco-íris), termo similar para o vodum Dàn e para o orixá Oxumarê. Tal terminologia foi incorporada aos jejes na Bahia desde os primórdios do Candomblé. 
Omolu, Nanã e Oxumarê tem profundas raízes no Jeje, então era conveniente os jejes auxiliarem em seus rituais.

(**) Deré- Termo muito antigo e oriundo dos jejes para designar a mãe-pequena, a mais velha de todas as ahama (barco de iniciados, porque os minas assim denominavam os navios negreiros) e auxiliar imediata do sacerdote, o termo deriva do Fon "ɖĕ  lέ  que significa "o que caminha na frente", ou "o que anda primeiro".
A deré, ou o deré muitas das vezes ocupa um cargo de honra em um terreiro, ainda que seja de outra nação, auxiliando a casa na formação dos iniciados.





sábado, 15 de janeiro de 2011

SOS Animais da Região Serrana do Rio.

Foto: O Globo. Clique na foto para ampliar.

Estas ONGs estão atuando na Região Serrana socorrendo animais desamparados, são poucas ONGs e com muita despesa e muito mais para realizar. Adote um animal de estimação, muitos perderam o carinho de um lar e a companhia do dono, e/ou contribua em dinheiro, em gêneros e como puder.

SOS Região Serrana do Rio.

 

"Saiba como ajudar as vítimas das chuvas no Rio de Janeiro"

"Várias localidades no Rio de Janeiro já se engajaram para ajudar as vítimas dos deslizamentos de terra provocados pelas recentes chuvas na Região Serrana do Estado. Shoppings, repartições do governo, ONGs e postos policiais aceitam qualquer tipo de doação. As principais necessidades são água mineral, alimentos não perecíveis (de preferência para pronto consumo), produtos de higiene pessoal, fósforos, isqueiros, velas, roupas, colchões e cobertores.
Os donativos podem ser levados para os seguintes locais:
- Delegacias, postos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar ou Polícia Rodoviária do Estado do Rio - Ministério Público Estadual (Av. Marechal Câmara, 370 - centro / Das 10h às 17h) - Palácio da Guanabara (Rua Pinheiro Machado, s/n - Laranjeiras) - Cruz Vermelha do Rio (Rua Coronel Bernardino de Melo, 2085 - Nova Iguaçu) e de todo o País - Viva Rio (Rua do Russel, 76 - Glória) - Secretaria de Assistência Social de Petrópolis (Rua Aureliano Coutinho, 81) - Centro de Cidadania de Itaipava (Estrada União Indústria, 11.860 - Petrópolis) - Ceasa Grande Rio (Av. Brasil, 19.001 - Irajá - [21] 2333-8217) - Ceasa São Gonçalo (Rod. Amaral Peixoto, Km 9,5 - Colubandê) - Fiperj Niterói (Alameda São Boa Ventura, 770 - Fonseca) - Repartições de Aruarama e sede da prefeitura (Av. Nilo Peçanha, 352, 2º andar, Centro) - Unidades da Aruarama Solidária (Av. Brasil, 10, 2º andar - Centro) - Sede da Assistência Social de Cabo Frio (Rua Florisbela Roza da Penha, s/n° - Braga - das 8h às 17h) - Sede da Coordenadoria de Serviços de Cabo Frio (Av. Joaquim Nogueira, 271 - São Cristóvão) - Metrô Rio, nas estações: Ipanema-General Osório, Siqueira Campos, Botafogo, Carioca, Glória, Largo do Machado, Catete, Central, Saens Peña, Nova América-Del Castilho e Pavuna - Lojas Americanas do Rio - Lojas do grupo Pão de Açúcar do Rio de Janeiro e Grande São Paulo
Dinheiro: A prefeitura de Teresópolis abriu uma conta corrente para que sejam feitas doações. (Banco do Brasil, agência 0741, C/C 110000-9)
A prefeitura de Nova Friburgo também tem uma conta para receber verba de ajuda da população. (Banco do Brasil, agência 0335-2, C/C 120000-3)
A prefeitura de Areal colocou uma conta para receber ajuda do restante da população (Banco do Brasil, agência 2941-6, C/C 15708-2)
A ONG Viva Rio disponibilizou uma conta para que sejam feitas doações (Banco do Brasil, agência 1769-8, C/C: 411396-9)
O Banco Bradesco também liberou uma conta para receber valores a serem repassados para as vítimas da região Serrana (Fundo Estadual da Assistência Social, agência 6570-6, C/C 2011-7)
A Caixa Econômica Federal abriu uma conta em nome da Defesa Civil para recebimento de verba (Agência 0199, C/C 2011-0 para a operação 006)
O Itaú-Unibanco também colocou uma conta a disposição do governo do Rio, para receber valores aos moradores da Região Serrana (Agência 5673, C/C 00594-7)
As doações também podem ser feitas por meio de instituições como Cruz Vermelha,LBV - Legião da Boa Vontade e a Caritas Brasil(veja mais detalhes)
Sangue: O Ministério Público ainda reforça que há necessidade de doação de sangue para pessoas que estão feridas. (HEMORIO - Rua Frei Caneca, 8, Centro)
Shoppings: Além disso dos pontos de coleta, os centros comerciais da Aliansce, que administra shoppings, também doarão R$ 100 mil em itens de primeira necessidade. "Se os centros de compras de outras regiões do Brasil também desejarem colaborar, serão muito bem vindos", declarou o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, em nota envidada pela entidade.
- Shopping Iguatemi (Rua Barão de São Francisco - Gloria [21 2577-8777) - Bangu Shopping (Rua Fonseca, 240 - Bangu - [21] 2430-5130) - Carioca Shopping (Av. Vicente de Carvalho, 909 - Vila da Penha - [21] 2430-5120) - Caxias Shopping (Rod. Washington Luiz, 2895 - Duque de Caxias - [21] 2430-5110) - Passeio Shopping (Rua Viúva Dantas, 100 - Campo Grande - [21] 2414-0003) - Santa Cruz Shopping (Rua Felipe Cardoso, 540 - Santa Cruz - [21] 2418-9400) - Shopping Grande Rio (Rod. Presidente Dutra, 4.200 - S.J. de Meriti - [21] 2430-5111) - Via Parque Shopping (Av. Ayrton Senna, 3.000 - Barra da Tijuca - [21] 2430-5100) - Shopping Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - Leblon - [21] 2430-5122) - PátioMix Costa Verde Shopping (Rod. Rio-Santos, Lote B, Zona Industrial - Itaguaí [21] 3781-8888)
ONGs
A organização não-governamental Visão Mundial (ou World Vision) também se engajou no apoio às vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. Com o projeto "Espaço Amigável para Crianças" nas áreas atingidas, um local de transição para que a criança tenha uma rotina mínima, com atividades socioeducativas que possam minimizar os traumas causados pelo desastre. Para ajudar, doações podem ser feitas para (Bradesco, Ag. 3206-9, C/C 461.666-9, CNPJ: 18.732.628./0002-28)"






Fonte: Msn Notícias.

http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=27252594..................................................................................................


Foto 1 da Ag Reuters- era uma rua no bairro Caleme em Teresópolis

Foto 2 da Ag Brasil- desabrigados amparados em locais públicos.

Há muitos animais desamparados também, é necessário o trabalho de uma ONG neste sentido, e por favor enviem ração para cães e gatos também em suas doações.
Máwu lhe retribuirá.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ouidah, Uma Volta às Origens.


Festa do Vodum 2011 no Benin.

Ouidah, uma volta às origens

A cidade de Ouidah sacrificou aos voduns nesta segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 para celebrar a festa anual e oficial do vodum.
Durante a parte da noite começaram a rufar os atabaques e tilintar os gans, as cantigas vibravam e o explendor colorido das roupas, colares e abagans dos fieis do Sató, do Gueledé, do Ogbom, e do Adjogã, dentre outros ritmos de cultos endógenos, marcaram o início no Lugar Sem Retorno, dos eventos subsequentes que continuarão por toda a semana.

Os seguidores do culto vodum, dignitários religiosos dos cultos endógenos, as autoridades culturais e políticas e os turistas, apreciaram as delícias da cultura Beninense. O Museu da Cidade do Benin em Ouidah hospedou para a ocasião, um número expressivo de turistas ocidentais e da América Latina, especialmente do Brasil. Estimulada por sua majestade Daagbo Hounon Tomadjlêhoukpon Mêtogbokandji II, Ouidah foi lembrada nos hábitos e costumes de seus antepassados que foram para a América e Europa. Orações, pedido de bênçãos e unção de novos seguidores abrilhantaram a rica festa do vodum no Lugar Sem Retorno.

O grande acontecimento deste ano foi a distinção do pai fundador desta festa, Nicéphore Dieudonné Soglo.

Os líderes das religiões de Benin homenagearam o instigador da festa oficial das religiões endógenas. Na ocasião, ele foi entitulado "Pai das religiões endógenas” do Benin, a mais alta distinção cultural de Ouidah. É sua majestade o Daagbo Hounon Tomadjlêhoukpon II Mêtogbokandji, ex-chefe de estado sagrado, das religiões endógenas, o grande dignitário do Benin. Recade, pérola, capô e potência total lhes foram transmitidas em um trono improvisado neste dia 10 de janeiro de 2011 no "Local Sem Retorno", em Ouidah, durante a celebração da festa. A Imolação de um cordeiro e um balé cultural multicor encerraram o dia de festa. 

Foto: Nicéphore Dieudonné Soglo. 

Baseado no texto de:
Casimir Kpédjo
In: 
http://www.actubenin.com/?Fete-du-vodoun-edition-2011-Ouidah


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Síslε̆


Síslε̆ (A Fruta do Milagre)

Sisrè em francês do Benin
Sisré (n) em português

Synsepalum dulcificum (Fruta do Milagre)
Synsepalum subcordatum (Fruta do Milagre- Gigante)

É um fruto sapotáceo de casca vermelha e polpa clara. Este fruto é conhecido no ocidente, é a fruta do milagre, ou fruta do engano, de origem africana, porque depois de ingerí-la se chuparmos um limão o sentiremos doce, perdendo seu sabor ácido, assim também acontece com o vinagre das saladas, o sabor ácido torna-se sabor doce e nada ácido na língua.
Esta planta é praticamente encontrada nas áreas litorâneas do Benin, onde quase sempre é nativa e pouco cultivada, como em Abomey e arredores, bem como em todos os países da África do Oeste.
Os adeptos do Culto Vodum crêem que quem a cultiva, quase nunca chega a colhê-la, constituindo assim um vodún-sú (interdito do culto).
Já é muito comum sua venda no ocidente para jardinagem.

Aklanti


Aklanti (No Brasil: Mandacaru)
 
(Pronuncia-se acranti )

Cereus jamacaru, P. D C.

Este grande cacto se mostrou recentemente em pesquisas ser uma planta de propriedades ativas contra as bactérias Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa e os fungos Aspergillus fumigatus, Candida albicans e Cryptococcus neoformans.
É uma planta consagrada no Togo e no Benin ao vodum Sakpatá Adantagni, senhor da lepra, donde vem a expressão Sakpatá Adantagni Aklanti Axosu (Sakpatá o senhor da lepra é o rei do mandacaru) observada as utilidades desta planta desde há alguns séculos como coadjuvante no tratamento da hanseníase, embora até o presente não exista ainda um trabalho de pesquisa científica voltado a atuação dos extratos do mandacaru no combate do Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen.
O mandacaru também é muito utilizado no combate de nematóides em ovinos.
Está associada ao vodum Ayizan em Cachoeira, Bahia; e com Sakpatá Adantagni em Benin e Togo.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Hungogwé

Foto em : http://herbaria.plants.ox.ac.uk/VFH/image/index.php?item=3100



Hungogwé
(Rungogüê em Português)


Planta rutácea muito comum na África do Oeste. Seu nome científico é Afraegle paniculata (Schum. & Thonn.). Cresce sob a forma de uma pequena árvore com cerca de 15m.
O fruto, algo odorífico e semelhante a um pequeno limão galego pela parte de fora, é utilizado como repelente de répteis, principalmente para repelir serpentes.

De sua folha são preparados medicamentos de ação na pele, para infecções parasitárias; e preparados analgésicos.

Da raiz são manipulados medicamentos para pacientes portadores de problemas mentais, doenças venéreas, desnutrição, astenias, problemas de ciclo menstrual, problemas pulmonares, e para portadores de problemas do estômago.

A casca e a folha quase sempre curam reumatismo e artrite.



Pretendemos passar este ano falando sobre plantas, algumas de suas propriedades litúrgicas e medicinais que são do conhecimento do amawato (amã-uató), o curandeiro. Algumas das plantas são conhecidas no Brasil e em outros países da África, além de Benin; algumas delas são mencionadas na Web e outras não.
Agindo desta forma estaremos atendendo aos inúmeros e-mails que temos recebido perguntando sobre plantas.
Esperamos que as postagens sejam de grande valia para todos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

2011 - Ano do Vodum Sogbô.


O ano de 2011 está sob a regência do vodum Sogbô (vodún Sógbó), senhor dos ráios, das tempestades e da justiça. É tido como um vodum feminino em tradições minas e diretamente associado ao Xangô dos iorubás pelos mahis.

Este ano traz possíveis quedas de ditadores no mundo e de regimes ditatoriais, também traz mais justiça social às nações.

Alerta sobre agravamentos climáticos, tempestades, fúria dos ventos e do mar desastres principalmente aéreos e marítimos, desabamentos, incêndios e explosões.

Os governantes brasileiros devem providenciar desde o primeiro dia deste ano a limpeza e drenagem de rios, remoção de lixo e reforço de encostas, enfim, evitarem de toda forma serem pegos de surpresa e terem prejuízos ainda maiores.

É ano que leva a chuva aos locais onde não costuma chover devido aos problemas climáticos que vêm enfrentando o nosso planeta Terra, e por descaso do próprio homem.

O primeiro dia de 2011 é um dia ótimo, segundo o calendário vodum, para se realizar algo que se quer que dê certo e vá avante, não se deve perder esta boa oportunidade.

Desejamos a todos Boas Festas e Feliz Ano Novo sob as bênçãos de Sógbó.


Kawo!

Da gbó si aó!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Aconteceu em 2010.

Bem, como dissemos em postagem do ano passado neste blog, o Ano de 2010 é da regência de Ayinon (O dono da Terra), o vodum Sakpatá.

Pedimos desculpas por não conseguirmos enumerar todos os acontecimentos, e quem na ocasião pôde ler e guardar nossa postagem, não foi pego de surpresa, podendo se precaver. Logo no início do ano ocorreram vários deslizamentos de terra, inclusive no Rio de Janeiro em festa de Reveillon e posteriormente em Niterói. Bem, mencionamos aqui alguns fatos, à seguir:

23 de Novembro e 02 de Dezembro- Terremotos em Papua, Nova Guiné.

30 de Novembro- Terremoto em Ogasawara, 800 km ao sul de Tóquio no Japão.

26 de Novembro- Terremoto em Shiraz no Irã.

23 de Novembro e 02 de Dezembro- Terremotos em Papua, Nova Guiné.

21 de Novembro- Terremoto é sentido no litoral de Taiwan.

17 de Novembro- Terremoto sentido nas regiões de regiões de Ica e Arequipa no Peru.

28 de Outubro- Terremoto na região de Cusco no Peru.

10, 16 e 28 de Novembro- Terremotos no Chile.

Mineiros foram soterrados em dois desabamentos no Chile e em outro em Nova Zelândia.

O cólera avançou sobre o Haiti, ocorreu também o avanço de um furacão sobre o país já dizimado pelos terremotos do início do ano.

Devido ao novo vírus da H1N1 a situação de pandemia se agravou e a vacinação em massa contra a gripe suína não foi utopia.

Forte estiagem em 2010. Queimadas por conta do longo período de secas prejudicaram o a pecuária e a agricultura no Brasil, em Mato grosso foi terrível!!! Enquanto em outros continentes o problema foi o inverso.

Ano bom para a pesquisa votada à saúde. Pesquisadora descobre vida bacteriana quase que extra terrestre utilizando em seu genoma do elemento químico Arsênio em substituição ao fósforo. Como seriam os mecanismos de transportes de elétrons neste organismo? Era o Fósforo que nos diferenciava como vida viva. Estamos todos curiosos ainda doutora. Boa pesquisa!

Agradecemos às centenas de e-mails que recebemos relembrando esta postagem a cada fato que se produzia no Brasil e no mundo desde o primeiro dia de 2010, e procuramos de certa forma responder a todos na medida do possível.

A postagem com a regência para o próximo ano (2011) já vem por aí... é só aguardar um pouco. Agradecemos a todos o carinho e a atenção que dispensam ao nosso blog PAPOINFORMAL.









sábado, 4 de dezembro de 2010

Santa Bárbara, Oyá, Sógbó e Gbade.


"FESTA DE SANTA BÁRBARA/IANSÃ

A religiosidade do povo baiano deveria servir de exemplo de tolerância ao mundo. Em que lugar do planeta uma santa católica comunga a mesma identidade de uma entidade essencialmente africana? É assim, no dia 4 de dezembro, que católicos, adeptos do candomblé, umbanda e outras religiões celebram Santa Bárbara e Iansã numa das festas mais disputadas do calendário religioso de Salvador. Iniciada, como em outras festividades religiosas, com uma alvorada de fogos às 5 horas da manhã, acontece na Igreja de Nossa senhora do Rosário dos Pretos uma missa às 7 horas. Devido ao numeroso público, é realizada também uma missa campal. Finalizando os festejos, a imagem de Santa Bárbara deixa a igreja seguindo em procissão até o quartel de bombeiros na Barroquinha, onde faz uma parada para seguir adiante até o Mercado de Santa Bárbara onde é servido um caruru para a população. O caruru de Santa Bárbara é realizado em diversas localidades da Cidade, alguns batem recorde na quantidade de quiabos anualmente. A devoção à Santa Bárbara, padroeira dos bombeiros, enche as ruas de vermelho, incendiando as ruas com fé, regada a muita cerveja.



FÉ QUE DESABROCHOU QUAL FLOR – Por Gloria Kaiser


Bárbara sabia que seu pai jamais admitiria uma cristã em sua casa, mas não temia mais a sua ira; ela confiava no "Pai Nosso". E para que seu pai, ao voltar, pudesse identificar de longe que sua filha tornara-se cristã durante a sua ausência, ela mandou abrir uma terceira janela na torre.
Maximino Dióscoro enfureceu-se de raiva e decepção. Somente neste momento ele reconheceu que havia colocado dentro de sua casa uma cristã, Lydia. Que havia se concentrado apenas no seu perfeito conhecimento de grego quando a escolheu, e que não havia se dado conta de que ela vinha da cidade em que Paulo de Tarso havia traduzido para o grego As Visões de Jesus. Saulo/Paulo era o "perigoso" propagador do cristianismo. No auge de sua ira, Dióscoro quis mandar matar Lydia, mas esta conseguiu fugir. Bárbara igualmente tentou fugir, mas foi encontrada pelos servidores de seu pai e levada a julgamento. Foi-lhe dada a oportunidade de negar ser seguidora da nova religião, o que ela não fez. Foi então, torturada, tocada nua pelas ruas, blasfemada e teve seu corpo cruelmente mutilado. Bárbara, entretanto, resistiu a todos os ferimentos; a limitação da torre, e a autoridade de seu pai não contavam mais; as dores físicas não contavam mais, pois o seu espírito, o seu horizonte havia se expandido, ela passara a viver na firme convicção daquele amor com o qual o trino Deus a nutria e fortalecia. Somente o seu corpo estremecera; o seu interior permanecera inatingível aos seus executores. Quando, finalmente, não aceitou se reconverter aos deuses gregos, apesar de todas as torturas sofridas, ela foi condenada à morte. Em Izmit, porém, não se encontrou um único verdugo pronto a executar a pena de morte, pois secretamente muitas pessoas já haviam se tornado seguidoras da nova "religião do amor". O juiz determinou que Maximino Dióscoro, o próprio pai, executasse a pena. Após a publicação da sentença, Bárbara foi mantida presa numa cela por mais 20 dias; uma última oportunidade concedida pelo juiz para que negasse a nova religião, para que se reconvertesse. Ao ser conduzida pelo pátio da prisão, Bárbara viu os ramos pendentes de uma cerejeira e pediu ao guarda que lhe apanhasse alguns dos ramos. Levou os ramos consigo para a cela, onde, então, se prepararia para a sua derradeira hora. Bárbara orou, falou com anjos, com seres divinos que acreditava perceber em sua cela. E no vigésimo dia, no dia em que seria levada ao cadafalso, os botões dos ramos da cerejeira desabrocharam: o céu enviara o seu sinal a Bárbara! Ela havia escolhido o caminho certo, havia conseguido libertar-se do poder de seu pai através da força adquirida na nova religião, e a sua liberdade interior havia desabrochado. Bárbara não olhou para seu pai quando posicionou a cabeça sobre o cadafalso para a execução. Manteve-se calma e deixou-se ser amarrada. Agora Maximino Dióscoro, o pai, podia exercer todo o seu poder sobre sua filha Bárbara, e assim consumou a pena. No momento em que a cabeça de sua filha separou-se do corpo, no entanto, um raio atingiu Maximino Dióscoro matando-o instantaneamente. As pessoas que levam ramos de cerejeiras à igreja pedem a Bárbara que lhes indique um caminho que as liberte da limitação e do isolamento; Pedem ajuda para encontrar um novo começo. Rezam para que os botões dos ramos de cerejeira abram em flor, apesar de ainda ser dezembro na Europa, de os dias ainda estarem curtos e escuros, e de a natureza ainda mostrar-se enrijecida de frio. No silêncio das semanas de advento, as pessoas conduzem o olhar para dentro de si, oram e pedem pela luz que lhes ilumine a vida, que lhes aponte o seu próprio caminho para a liberdade. E através de sua fé em Santa Bárbara, os botões desabrocharão, e o novo, a brancura da floração da cerejeira, iluminará a neblina, a escuridão. Geralmente Bárbara é representada por uma torre com três janelinhas, que simboliza a reconciliação e a renovação da vida. É a padroeira dos montanhistas, geólogos, arquitetos e artilheiros, dos bombeiros e dos presidiários. Ela também é reverenciada como a padroeira dos moribundos, pois lhes tiraria o medo de morrer - virão anjos que aplacarão as dores da morte. A Igreja dos Romeiros em Eibingen, na região do Rheingau, na Alemanha, guarda uma relíquia de Santa Bárbara.
Gloria Kaiser é escritora austríaca, sócia correspondente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e do Instituto Genealógico da Bahia e membro correspondente da Academia de Letras da Bahia.
Fonte: A Tarde, 01.12.2007, Cultural, p.11, Gloria Kaiser


LENDA DE IANSÃ - por Luiz Carlos Pereira

Oxaguiã em certa ocasião decretou guerra a todos seus inimigos. Como eram muitos, precisava de muitas armas. Pediu a Ogum que as forjasse, delas dependeria sua vitória ou derrota. O ferreiro se pôs a trabalhar com sofreguidão, mas tantos eram os armamentos necessários que sua forja já não dava conta. Iansã, sua mulher na época, ofereceu ajuda e começou a soprar a forja para que o fogo se avivasse e Ogum pudesse continuar seu trabalho. Esse esforço conjunto fez com que as encomendas saíssem à perfeição e assim a guerra foi ganha. Oxaguiã, contente e agradecido, resolveu fazer uma visita ao casal reconhecendo o valor do trabalho feito por eles. Ao conhecer a bela mulher ficou totalmente apaixonado e tudo fez para que ela o acompanhasse. As belas e encantadoras promessas feitas em sussurros encantaram Iansã e ela se foi com o rei para seu castelo deixando Ogum desanimado e tristonho. Anos mais tarde nova guerra foi decretada. Oxaguiã correu a casa do ferreiro para fazer nova encomenda, conhecia e respeitava o trabalho de Ogum, este, porém o recebeu friamente dizendo que desta vez já não contava com o valioso sopro de Iansã o que deixava sua forja fria para o feitio de tantas armas. O rei garantiu-lhe que teria o sopro necessário. Chegando ao seu reino ordenou à mulher que ajudasse Ogum, mas teria que ser dali, não poderia voltar ao velho lar. Depois de muito pensar no que fazer, Iansã sentou-se em frente a uma janela da torre mais alta da construção e começou a soprar. Primeiro em pequenas baforadas que apenas faziam brisa. A casa do ferreiro ficava do outro lado da terra e o sopro a ser enviado tinha que ser mais forte. Concentrando-se em sua tarefa, puxava o ar e o soltava cada vez com maior ímpeto. Em pouco tempo o sopro transformou-se em vento que balançava as folhas das árvores. Ao cair da tarde transformara-se em um tufão que varria todos os campos e terras por onde passava e chegava à forja de Ogum com a força necessária para avivar o fogo tão necessário. Reconhecendo o esforço da mulher querida, ele se pôs a trabalhar com afinco. Pelas cidades onde os ventos passavam todos habitantes prostravam-se em terra para louvar a tempestade da bela Oyá. Foi assim que Oxaguiã venceu a guerra novamente, usando o trabalho do casal que ele separara. Ainda hoje, quando há missões especiais, Ogum se põe em frente à forja e Iansã de sua torre sopra com energia. Separados por quilômetros de terra, encontram-se a força e a tempestade!

Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/religious-studies/1679573-lenda-ians%C3%A3/
(...)"

Fundação Gregório de Mattos; In: http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/festa-modelo.php?festa=5

Em algumas tradições minas no Brasil, Santa Bárbara é sincretizada com Gbade, em algumas casas com Notché Sógbó (nossa mãe Sobô), vodum do branco, daí o amarelo de algumas contas que surge do vestido de Bárbara, em alguns casos presente também o azul do ráio; em Jeje Mahi, Modubi, Savalu (Jeje Nagô) e no rito Nagô-Vodum onde Sógbó é adan (corajoso, colérico) e de caráter masculino, vodum do vermelho, o sincretismo é com Oyá como no Nagô.
O caruru servido em sua festividade lembra que Oyá é mãe dos gêmeos Ibeji (Hoho; Hohovi).

Que Oyá, Gbade, Notché Sógbó e Santa Bárbara nos abençoe.
Yao!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Umbanda

O Embanda incorporado com seu guia espiritual dá passes magnéticos, descarrega e orienta quem lhe procura para a resolução de seus problemas.

Lemos recentemente em um determinado site, não religioso, mas que se propõe a divulgar diversas crenças, que a Umbanda tem como matriz africana o Candomblé; cristã : O sincretismo com os santos católicos; e hinduísta: O Espiritismo.

O sincretismo, sem dúvida assomou-se à concepção espírita cristã da filosofia kardecista. Introduziu o uso da oração cristã e cristã umbandista, do batismo cristão umbandista e outras práticas dentro da Umbanda.

Bem todos sabemos que foi Allan Kardec quem codificou o Espiritismo que havia na França em sua época, começando, como bom jornalista que era, por investigar os tão alarmados e difundidos fenômenos das mesas giratórias, além de outros mais.

Sabemos que a crença no espírito é mais antiga, vem do Cró Magnon que já enterrava seus mortos com objetos rituais, então, a origem do Espiritismo é a mesma do vodum, e também é prática voduísta milenar evocar o espírito dos mortos; egípcios e babilônios por certo, já praticavam a evocação constatando-se o fato de época mui posteriormente a do homem primitivo, o que reforça a origem. Lembramos como exemplo disso que o culto de Dangbé (Dangbê), que de Ouidah, Benin, deu origem também ao culto nagô do conhecido orixá Oxumarê, culto este de Dangbé que veio da antiga Núbia (território que ocupava parte do Sudão e do Egito) com os Ga Adangbé.

A matriz africana da Umbanda vem do Culto Omoloko, do Rio de Janeiro, que originou-se de calundus (reuniões festivas religiosas de pequenos grupos de negros) do interior, dos hoje bairros suburbanos, antigas fazendas de cana-de-açúcar, com expressiva presença de cabindas, dentre outra etnias bantus e sudanesas como os adjás, observadas características dos jejes dentro da Umbanda herdadas do Omoloko. Neste culto primordial já era conhecido o sincretismo com os santos católicos para iludir ao senhor de engenho, e por sua vez difundido o uso da vela, da lamparina, da imagem de santos, em alusão aos ritos católicos.

A Umbanda propriamente dita foi fundada em 1908 pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas que incorporava no médium Zélio de Morais, de certa forma aculturando o Omoloko, introduzindo nele o Espiritismo Kardecista. Muitas cantigas foram aportuguesadas e novas surgiram em língua portuguesa, a kumba (festa) que deu origem à palavra macumba de “ma kumba” (minha festa) do embanda (chefe de terreiro) e diversas práticas iam à partir daí mudando gradativamente, umas mais rapidamente outras com mais resistência, originando a uma enorme diversidade cultural umbandista, propriamente dita, que vemos nos dias atuais. A definição de Umbanda foi dada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas como sendo "A manifestação do espírito para a prática da caridade".

O Candomblé é produto da formação do ëgbë (é-gbé: Sociedade, ao modelo nagô) e surgiu muito posteriormente na Bahia, ao final do séc. XVIII início do séc. XIX, está nas raízes do candomblé da Barroquinha e na concentração de várias culturas e chefes de cultos presentes nas admitidas sociedades religiosas congregantes de negros da época, como a Irmandade da Boa Morte.

Embora o equívoco que deparamos no site visitado, foi muito bom porquê nos trouxe a inspiração para corrigir as afirmações, e como sempre, orientando dentro de nossas raízes culturais religiosas afro-brasileiras.









Nobime, Exemplo de um Jovem Emergente.


"Todas as coisas vêm ao fim, para aqueles que o esperam”


Por ocasião do aniversário de dois anos do Hwendomag, jornal cultural endógeno do Benin, que tem Ifabimi como seu correspondente no Brasil, Constantin Nobime, seu criador e diretor, nos deu uma entrevista, vamos à ela:


Apresentação:


Meu nome é Babatoundé Constantino Nobime I, de nacionalidade beninense. Vou falar um pouco de mim agora, eu sou designer e consultor cultural endógeno (de dentro de meu país). Com minha jovem idade, tento comer no mesmo prato com os grandes da cultura de meu país, e o que é ótimo para se ter mais experiência. Além disso, eu sou diretor geral de uma publicação bimestral de informações endógenas e artísticas que é o jornal Hwendomag do Benin.


Conte a Sua História Como Promotor Cultural:


Se bem me lembro, a primeira edição do jornal "A Cultura" foi o início de todas as batalhas. Uma viagem de mil milhas sempre começa com um primeiro passo, digo sempre. Esta primeira etapa foi um grande risco, neste contexto, o mundo do showbiz beninense estava cheio de pessoas que também são nossos velhos amigos e que também não foram bem sucedidos nessa luta, então, foi uma batalha perdida porque era um mundo sem perpectivas. Mas, graças à nossa vontade, nossa determinação e à crença de ir mais longe na promoção da nossa cultura, trabalhando para enfrentar o desafio, um desafio para o sucesso em nossa jornada como uma revista cultural.

Ao longo do caminho, encontramos enormes dificuldades, a gente até quase parou, uma vez que a gestão dos homens não era fácil, você sabe. Mas como único mestre a bordo, eu decidi pegar o touro pelos chifres e não derrubando, como meus ancestrais o fizeram, e outros promotores da minha geração não conseguiram segurar. Eles tiveram que realmente parar. O que pude fazer foi fechar as portas do Le Cultural e entrar nos editoriais dos jornais que circulam em Benin, mas não em todos, só nos resistentes. Ao fazer isso, fechou-se devagar a porta da promoção cultural do Benin. Durante a época do desmame... e os críticos ficaram satisfeitos, porque, para eles, nunca teria sucesso um bom desafio. Mas, por necessidade, e com a bênção dos nossos antepassados, de alguma forma ergueram-se o ressurgimento das tradições e a busca cultural.

Não querendo ficar à margem da promoção nas línguas nacionais, porque o nosso departamento ficou agora dividido em dois, voltamos alguns meses depois como o Instituto Cultural, em língua Fon que tornou-se o HWENDO. O novo nome é só para permitir que todos se reúnam conosco. Assim, toda a África, e ao redor do mundo, estarão em contato com este jornal e saberá das preciosidades que dele vem.

E como um homem, que decidiu ficar no mesmo clã e dizer não a todos os problemas que prejudicam não só o showbiz, mas também a cultura endógena do Benin, digo que a cultura com sustentabilidade não é o nosso único credo, e estamos fortemente empenhados em manter a nossa linha editorial. Hoje, nos sentimos felizes de estar em nossa 19ª edição, e quando outros projetos ainda não foram iniciados.


Quais as metas à Atingir para os próximos anos?


Nossa meta agora, claro, é manter e expandir o nosso mercado de leitores do Benin porque nós estamos agora com edições bimestrais que cobrem todo o país e logo expandiremos para toda África e outros continentes. Em dois anos! É em breve! Mas não devemos declarar a vitória de imediato, pois ainda há muito a ser feito para a cultura Beninense que precisa de homens competentes como nós. Não podemos deixar cair.


Como faz para alcançar a suas metas sem subvenções do governo do Benin?


Este é outro problema muito sério em nosso país. Hoje, os nossos dirigentes preferem investir seu dinheiro nos jornais que estão envolvidos politicamente.

Nenhum pensamento há com autoridade de iniciativas culturais, isso porque alguns de nós infelizmente acreditamos que a cultura não representa nada. Como promotor nas artes, entendo que a propriedade cultural musical não é um ruido. Estamos raciocinando e contamos com os nossos esforços pessoais para ir mais longe na preservação do nosso património cultural e de adoração. Se o governo pensar em nós um dia, vamos estar presentes.


Para este aniversário de dois anos o que pretende organizar?


(Risos ...) Nós vamos fazer como em qualquer outro aniversário. Nós convidamos os nossos artistas, o Culto Vodum, e pronto... uns e outros colegas... Enfim, a festa ficará linda!


Uma palavra final:


Não vou terminar esta entrevista sem agradecer a todos aqueles que, direta ou indiretamente nos ajudaram para o sucesso desta aposta. Após dois anos vale a pena celebrar esta festa porque é muito bonita, convidamos a todos, mesmo se eles não estiverem presentes, eles estarão conosco no coração. Obrigado, obrigado, e muito obrigado a todos!

Como diz um provérbio Africano: "Todas as coisas vêm ao fim, para aqueles que o esperam”. Desejo a todos nós um feliz aniversário! E o desenvolvimento da cultura é a nossa aposta.



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Vatapá Sagrado do Ano Novo.



Estamos chegando ao final de mais um ano, e um ano novo se inicia, como de costume a tradição é o vatapá, seja de peixe com camarão; camarão com galinha; Praiano; à base pães ou farinha de arroz; etc. O vatapá que é servido no primeiro dia do novo ano é sagrado!
Sua tradição vem do Benin (vatakpá) onde é muito consumido até os dias atuais e é um pedido de prosperidade, sua mágica fórmula põe de diversos alimentos para o ano que se inicia, é uma comunhão.
Uma receita prática que nós do blog curtimos muito vai abaixo para vocês experimentarem, é bem tradicional, embora seja de pão de forma. Assim quem não conhece já pode ir aprendendo e comprando os ingredientes para a virada do ano, ah! E não esqueçamos que o vatapá de axé mesmo, é feito antes da virada e servido na virada.
Vamos todos saborear do vatapá na virada, conforme faziam nossos antepassados!


Ingredientes:

- 250g de postas de peixe branco
- ½ cebola cortada em rodelas
- 1 tomate sem pele cortado em cubos
- 2 colheres (chá) de coentro em pó
- ½ xícara (chá) de pimentão verde
- 1 colher (chá) de pimenta calabresa em flocos
- 20 mL de suco de limão
- 3 colheres (sopa) de azeite de dendê
- ½ xícara (chá) de castanha de caju torrada
- ½ xícara (chá) de amendoim descascado
- 1 colher (chá) de gengibre ralado
- 2 unidades de pão de forma sem casca
- ½ xícara (chá) de leite de coco
- ½ xícara (chá) de água
- Sal e pimenta do reino preta a gosto
-70g de camarão seco defumado


Procedimento:

-Deixe o camarão de molho até dessalgar-
1.Torre o amendoim e retire a pele
2.Tempere as postas de peixe com sal e pimenta do reino e reserve
3.Em outra panela, refogue a cebola, o tomate, o coentro em pó e o pimentão na metade do azeite de dendê
4.Acrescente as postas por cima do refogado e deixe cozinhar por mais 5 minutos
5.Em seguida, salpique com pimenta calabresa
6.Regue com suco de limão e a outra metade do azeite de dendê
7.Tampe a panela, leve ao fogo médio e cozinhe até que fique macio
8.Retire do fogo e separe as postas do molho
9.Corte as postas em pedaços pequenos e reserve
10.Misture ao molho o camarão seco, a castanha de caju, o amendoim e o gengibre
11.Coloque no processador sem moer muito

Receita de Bruna Cliffe em http://tudogostoso.uol.com.br/receita/1336-vatapa.html

domingo, 28 de novembro de 2010

O Rei Yeto Kandji Comenta sua Ancestralidade.


Sábado 30 de Outubro de 2010, o Palácio Real de Agonlin esteve em festa. Não foi a festa do vodum e nem uma cerimônia endógina, mas Sua Majestade Agonlinhossu Yéto Kandji apagou mais uma velinha.

No decurso desta festa estiveram presentes inúmeras personalidades de diversos níveis sociais, desde a realeza, aos dignatários do vodum, e Sua Majestado nos deu esta entrevista.

O Início do Reino de Agonlin até os Dias Atuais:

-Majestade, conte-nos um pouco sobre a história do seu reino.

-De um modo geral, quando falamos da região de Agonlin na República do Benin, primeiramente nós pensamos em Agonlin-Houègbo dentro da comunidade de Zagnanado, espontaneamente pensamos antes de voltar-nos para a comunidade de Cove Ouinhi. A denominação Agonlin-Houègbo foi e ainda permanece denominando os autóctones do baixo-Benin, à todos das regiões situadas entre Zou e Ouèmé. As migrações para a região de Agonlin foram devidas a várias causas, sendo as principais, por causa da caça, por causas políticas e militares, e aventureiros. Os primeiros imigrantes, o caçador Yeto, que não escolheu aleatoriamente um local dominado por palmeiras, isso em uma data desconhecida mas provavelmente no século XVII, século em que o denominado YETO, caçador de seu estado, descendente de Adjahouto veio de Aoutègoudo (Allada) acompanhado de sua mulher Tangni-ga e de suas três crianças: Aglo, Kpossou et Kpossi passando por Hinvidohouga, então, vindo a se instalarem em Bamey Covèdji dentro da vila de Agonlin-Houègbo na comunidade de Zagnanado. Esta família vivia pacificamente dentro de sua fazenda quando certo dia um falcão chegou a pegar um de seus filhotes. Furioso, o caçador Yeto pegou seu fuzil e sua mochila e correu em seu encalço, o emérito caçador Yeto conseguiu atingir o pássaro e plantou uma participação no Palmeiral (Agontèguédé) tendo o cuidado de pegar um pouco da areia deste lugar, devido à fertilidade do solo, pois o local continha 16 palmeiras. O caçador Yeto domina o território do falcão, remove sua morada ao longo do caminho e passa a usar as suas penas em dia histórico, ocasião em que ele retorna a este lugar. Durante sua jornada ele depara com um homem velho e doente (um leproso) que vivia sozinho em uma cabana dentro da floresta porquê foi rejeitado pela sociedade, respondia pelo nome de Lanfan e era de origem desconhecida, este lugar foi denominado Todo e ficava a 500m do palmeiral. O local hoje tornou-se uma bairro de Agonlin-Houègbo. Surpreso ao vê-lo sozinho na floresta e ambos tristes, o caçador Yeto ofereceu-lhe o pássaro e contou-lhe do seu infortúnio.

Ele prometeu que voltaria a visitar Lanfan muito em breve. Chegando em sua fazenda Yeto consultou o oráculo com a areia e perguntou se poderia viver livremente naquele local. Poucos dias depois, ele retornou para ver o velho Lanfan e pediu para ir com ele para o Palmeiral, Lanfan aceitou seu pedido. Mais tarde sua mulher Tangni-ga faleceu. Ele retornou ao local alguns dias após a morte de sua esposa para construir sob a palmeira onde plantou o pole e mudou-se para lá com seus três filhos. Este nome foi dado desde toda a região entre Zou e Ouémé. Yeto foi o primeiro a se estabelecer neste lugar, assentou-se e a seus fetiches Bossikpon e Nouhouayi, ordenou a imigrantes construírem suas casas perto dele e deu nome à construção de Houègbo que significa (casa grande), então, Houègbo passou a ser adicionado ao nome Agonlin, tornando-se Agonlin-Houègbo (que significa: Casa grande sob a Palmeira). Yeto é o fundador de Agonlin. O Agonlinu propriamente dito, é aquele que designamos oriundo do local e se reconhece como tal, eles ocupam a vila que leva o seu nome.

Sem exceção, muitos imigrantes daquela época eram caçadores. Então Yeto era realmente dono da floresta, que ele conhecia bem e sabia do segredo para superar os perigos de todos os tipos que nos espreita. Ele herdou de seu pai uma poderosa força sobrenatural. Ele recebeu também de Lanfan um pouco de poder e foi ele quem o enterrou após sua morte. Yeto fez de seu túmulo o fetiche Ayizan. Com a morte de Yeto ele foi enterrado mesmo. Para homenagear este misterioso poder, seu túmulo foi transformado em um fetiche que é dirigido por uma família chamada Yetonon com os seguidores Yetossi, lembre-se que os migrantes que apareceram depois de Yeto se instalar em Agonlin-Houègbo são Yebo Ganmoussou, vindo de Houègbo-Agon com seu fetiche Gunu. Dossu-ga, um descendente da família real de Allada que tinha se estabelecido em primeiro lugar na vila Zado (Abomey) e viu toda a morte desua descendência, veio para Agonlin-Houègbo e se estabeleceu com sua esposa Agbalao e trazendo como proteção os fetiches Legba Zado, Legba Hlan e Hunguê. Dossou-ga tinha um filho chamado Agossu que lhe sucedeu e formou a grande família Agossu. Honkpo, filho de Awessou vêm Djégbè (Abomey) serviu como um mensageiro entre o rei de Abomey e Yeto sob o nome Yevo. Kpossalanvi vindo de Houègbo-Agon com seu fetiche protetor: Tohiohouè. Ele era o chefe da alfândega dos reis de Abomey em Agonlin-Houègbo. Houndako Dah Denouton com seu irmão Aklonmessi vindos de Houawé-Wangnondo com seu fetiche protetor: Wangnon. Adanmaho-Hounde vindo de Kpomè com seu fetiche protetor: Manse. Houngan Agbokou com seu irmão Sahouedonon vindo de Cana com seu fetiche protetor: Aho.


-Como surgiu a Gênese do Clã Yeto?

-Como qualquer país e povo, uma civilização deve tentar traçar a história do seu passado, uma civilização sem memória é como um barco sem leme. Então, seria o mesmo para uma comunidade, família ou clã. O Yeto, corajoso caçador, de Aoutègoudo (Allada), fundador de Agonlin, casado com Tangni-ga e pai de três filhos, dois meninos Kpossu e Aglo, e Kpossi; nomeou todos com um poder sobrenatural que o pai deu. Com a morte da esposa Tangni-ga, Yeto enterrou-a em Bamey Covèdji e parece que recebeu de seu marido esse poder. Sete anos após sua morte, onde ela foi enterrada começa a jorrar água e tornou-se um rio chamado Bamey Covèdji, é o chamado Tangni-ga-Tó, que significa “Rio Tangni-ga”. Foi após a morte de Tangni-ga que Yeto veio a se estabelecer no Palmeiral, onde ele matou o falcão, com seus três filhos. Com a morte de Yeto, seu primeiro filho Aglo que era um homem misterioso fazia previsões reais, e esse poder que tinha lhe permitiu ser o gênio do clã. Ele cuidava do lugar onde seu pai foi sepultado. O poder fez dele um homem único. Kpossu, o segundo filho de Yeto assumiu o trono com o apelido Daye I, casou-se com duas mulheres durante o seu reinado. A primeira mulher é de Banamè ela é mãe de três filhos Hintonou Bossiadjo e Ahannou Massakokossou. A segunda mulher é a mãe de dois filhos Atinkossiennon apelidado Bassikponnon e o segundo é chamado Daye II e assume o trono após a morte de seu pai. A única filha Kpossi de Yeto casou com Aboli Hedossa originário de Koussoukpa (Zogbodomey), este último veio a se estabelecer em Agonlin-Houègbo ao lado de Yeto, ele criou o clã Zounkoun e seu primeiro filho foi apelidado Amansoulokonon (Amansouloko significa: O Iroko do Rei Yeto), ou Denon, seu nome verdadeiro.

Ogadjoba foi um valoroso guerreiro enviado a Yeto à época de seu reino para guardar a causa de seu dinamismo ao momento da conquista de Kétou por Abomey, um dia o Rei Daye!

Ogadjoba que foi castrado por causa da guerra, trouxe uma mulher chamada Agbessi Houndéwadji de Kpogon.

O próprio Ogadjoba vindo de Kpogon ordenou a Daye II estabelecer-se com esta mulher, porém, com medo de que Ogadjoba fizesse mal a seu irmão Atinkossiennon Bassikponnon, Daye II casou com outra mulher.

Concluindo, gostaria de acrescentar que Daye II não teve o poder como seu avô, por isso ele não foi enterrado ritualmente. Ele foi enterrado como todo mundo, então com ele terminou esse poder, donde o nome Yetonon significa aquele que é representante das cerimônias tradicionais do Rei Yeto. Noto também que o fundador foi Yeto, ele governou de 1634-1731, e eu subi ao trono em 24 de fevereiro de 1993 . (Por: Constantin Nobime).

In: Le royaume d’Azonlinà la Loupe : Sa majesté Yéto Kandji marque son règne d’une bougie de plus.

http://hwendomag.afrikblog.com/

Traduzido por Ifabimi.