Legba é o filho caçula de Mawu, de seu sétimo parto, que não herdou domínios no universo criado por seus pais quando houve partilha entre seus irmãos mais velhos, porquê ainda era muito criança para poder governar alguma parte da criação, porém, ficou incumbido de observar de tudo o que se passa na criação, nos governos de seus irmãos, entre seres humanos e no mundo espiritual, e tudo que houver, ver e ouvir, comunicar a Mawu.
Um vodum muito brincalhão, astuto, genioso, e por vezes vingativo. De raríssima inteligência.
Conta uma lenda que por não receber nenhum agrado após ter enchido de clientes um mercado, ele criou uma serpente e mandou que a mesma mordesse todos naquele mercado, e assim foi, só que um dia a serpente, de tanto morder, se esqueceu e mordeu ela mesma, então, procurou Legba para curá-la, para tal ele pediu um agrado, e ela lhe ofereceu akwé (dinheiro) então ele foi ao mercado e comprou ami-vovo (azeite- de-dendê) para beber, e se foi todo feliz.
Encontrando com um amigo pelo caminho, que lhe perguntou que bicho era aquele que mordia todo mundo no mercado, Legba sorrindo disse que era azé (feitiço) que ele sabia fazer, e que se o amigo quisesse, fizesse um feitiço sob encomenda, mas lhe oferecesse dois frangos, oitenta cauris, e outras coisas mais...e eis que imediatamente Legba ficou conhecido como grande feiticeiro naquele lugar.
Esta lenda do antigo Dahomey ilustra bem a figura de Legba e por que deve ser sempre reverenciado antes de qualquer ritual dentro do Candomblé.
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