As culturas fon e ewe estão intimamente relacionadas, o termo vodú é de procedência ewegbe, enquanto o termo vodún é de procedência fongbe. O Jeje Mahi possui muita influência da cultura ewe, além do nagô e de sua dialética, mas principalmente da cultura fon que é sua base, sem dúvida.
Os ewes visualizam seus voduns em terracotas dispostas em seus altares, que denominam "wen zen", na realidade são potes de barro decorados conforme o vodún ao qual pertencem e que encerram materiais ritualísticos diversificados de acordo com a divindade ali reverenciada, seria uma forma de poder mudar o local de culto de um lugar para o outro, talvez um costume introduzido em tempos de guerra com outras etnias, há também terracotas antropomorfas e zoomorfas representando voduns, e também fazendo referência a lendas, quase sempre presentes em ritos ewes. Os fons do gbè utilizam esse argumento de visualização em parte, não de uma forma geral, pois de forma geral o vodún fon é cultuado na natureza, nas águas, na terra e no atin (árvore) principalmente, daí o culto ao vodún passa a ser um protetor do meio ambiente, como acontece no Benin nos dias de hoje. Para se ter uma idéia no lago Azili, onde é cultuado o vodun Azili, a cerca de 200 km de Cotonou, não se lava nada com sabão, nada com pigmentos, nem mulher menstruada, nem pessoas com vestes vermelhas, que lembram sangue, atravessam o lago sagrado, pois o vodún proíbe tais atos. O resultado destas e outras proibições é que as águas do Azili são puras, podemos, inclusive, beber dela. As florestas da mesma forma, tidas como sagradas, passam a garantir a sobrevivência de inúmeras espécies de árvores e animais sagrados, muitos dos quais em extinção no globo, e consagrados aos voduns.
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