É muito comum vermos alguma quantia em dinheiro ser cobrada nos trabalhos para os clientes nos terreiros. Seria errado isso? Lógico que não! Em um terreiro não se paga somente a água e a luz, e muitas vezes o sacerdote dispensa integralmente seu tempo dentro de sua atividade religiosa, assim como ocorre em outras religiões.
Qual seria a forma de cobrança dentro do candomblé?
Não existe um modelo direto, uma forma, um paradigma de cobrança pela consulta ou pelo trabalho, tanto para quem pode pagar, quanto para quem precisa ser assistido, mas não tem condições de pagar.
Em geral quem precisa de uma consulta paga o preço que foi cobrado, àquele que não pode pagar em geral é simbólica esta cobrança, deixada para um dia em que possa pagar por ela, ou quando no caso de ser um filho do vodum da varíola deixada de lado essa cobrança, assim como nos trabalhos desenvolvidos (um hábito herdado do sincretismo com São Roque/ São Lázaro).
Muitos sacerdotes recorrem à ajuda dos outros clientes, membros integrantes da casa para que a obrigação de quem necessita seja feita, o que era a função do corpo de ogães de um terreiro outrora.
Por influencia do Fá muitas casas preferem cobrar seu preço pelo jogo, para olhar os agês (jogar búzios), e estimado o valor que será gasto no trabalho, multiplicar por três e cobrar o total, em alguns casos acrescido do número sete. A terça parte é a "salva" do terreiro, do dirigente para o seu gasto e com seus deveres para com seus voduns.
Outras casas cobram bem além do que se irá gastar, e por algum motivo. Não existem regras gerais, cada casa é um caso. O importante é o consulente sentir-se bem e que está tendo a atenção e a palavra correta na orientação para a resolução de seus problemas.