segunda-feira, 1 de maio de 2023

Anyi Ewó


É conceito desenvolvido pelos ewes de que o excremento da grande serpente arco-íris seria capaz de transmutar o milho em owo eyó (cauris), o que lhe valia o título de Anyi Ewó, daí a crença do milho usado para atrair dinheiro e prosperidade dentro do Candomblé. Cría-se, também, que o próprio excremento transformava-se em pérolas dentro das conchas do mar, em búzios que eram o dinheiro da época e em ouro.
Os xwlas (hulas), popos, afirmam que as contas amarelas com listras coloridas, denominadas addo, são obra da serpente Aydohwedo.

À propósito, foi através dos hulas que Xangô ficou denominado Runhó, de uma forma geral nos candomblés de Jeje Daomé e Jeje Mahi do Brasil, como o denominam na África, dentre outros feitos. 

Os hulas são experientes com a fabricação e o uso das contas e graças a eles houve uma grande difusão, não só para embelezamento como adorno e colares e pulseiras religiosos, mas contas em seus respectivos formatos, tamanhos e cores também foram utilizadas para distinguir classes em reinos, chefes, ministros do rei, etc. Os Hulas, contudo, só não faziam uso das contas de Nanadjè, é um interdito para um hula fazer uso dessas contas.

“ Foi Aydohwedo quem fez as pérolas popo”, afirmou Francis Burton na segunda metade do século XIX . "Entendemos que desejando enriquecer um indivíduo, Dan a serpente, em conexão com o Arco-Íris (no país Fon) o leva por uma força cega ao lugar onde a cauda do último deveria tocar o chão. Ocorre então uma profunda escavação contendo ouro e pérolas" Era assim que eles críam e encontravam o local certo, repleto de ouro e pedras preciosas, no fim do arco-íris, onde surgia a nova mina, segundo concebeu o autor em sua época.