Feijoada... Delicioso prato, tipicamente brasileiro do Estado do Rio de Janeiro, surgiu nas senzalas das antigas fazendas da época do Rasil colonial e do Brasil Império, do plantio e o processamento da cana-de-açúcar ao ciclo cafeeiro presente no sul do Estado, hoje compondo a rota turística do café.
As partes do porco que não eram consumidas pelo senhor do escravo, lhe era destinada e este cozinhava estas partes com o feijão típico da época, se ainda não o é, o feijão preto, e por final temperava-se tudo muito bem, ao gosto de quem cozinha. Outras carnes como a carne seca de boi, linguiças de boi, de porco ou mistas também participavam dessa mistura tão saborosa.
Como é sabido o feijão preto é oferecido a Sakpata, estes grãos representam uma doença que é a erisipela. O hábito de se oferecer feijão a Gun/Ogu (Ogum) vem dos iorubás, só que bem há poucas décadas não existia feijão preto na Nigéria, só no antigo Daomé. O feijão que era e ainda é oferecido para Ogum é o feijão vermelho.
Quando o escravizado chegou no Brasil percebeu que não havia feijão vermelho -hoje o temos em abundância- e substituiu esse feijão pelo feijão mulatinho. O simples feijão cozido e regado com dendê era prato de Ogum, assim faziam os iorubás, os nagôs, os Jejes e outros povos que cultuavam este orixá, este vodum.
O que acontece é que não se deve acrescentar carne seca ou seca e salgada de qualquer animal ao feijão de Ogum, pelo fato que é (ewó/bekó) interdito deste vodum, ele é dono do obé, do agiriké. Se quiser acrescer seu feijão use partes sempre frescas e cortadas em pedaços, mas não use feijão preto. Na realidade as pessoas confundem o Feijão de Ogum com a tradicional feijoada brasileira.