Maria Nenem do Tumbensi, tia do saudoso Tata Fomotinho, pertenceu à Irmandade da Igreja de N Sra da Boa Morte. Foto em:
http://vodunabeyemanja.blogspot.com/2010/01/tumba-junaaara_29.htmlSaudoso Manoel Ciríaco de Jesus, fundador do axé Tumba Junçara. Foto em:
http://axetumbajunsara.blogspot.com/2010/01/roberto-barros-reis-tata-kinunga-e.html
"O Terreiro Tumba Junçara"
"O Tumba Junçara foi fundado em 1919 em Acupe, na Rua Campo Grande, Santo Amaro da Purificação, Bahia, por dois irmãos de esteira cujos nomes eram: Manoel Rodrigues do Nascimento (dijina: Kambambe) e Manoel Ciríaco de Jesus (dijina: Ludyamungongo), ambos iniciados em 13 de junho de 1910 por Maria Genoveva do Bonfim, mais conhecida como Maria Nenem (Mam'etu Tuenda UnZambi, sua dijina), que era Mam'etu Riá N'Kisi do Terreiro Tumbensi, casa de Angola mais antiga da Bahia. Kambambe e Ludyamungongo tiveram Sinhá Badá como mãe-pequena e Tio Joaquim como pai-pequeno.
O Tumba Junçara foi transferido para Pitanga, no mesmo município, e depois para o Beiru. Após algum tempo, foi novamente transferido, para a Ladeira do Pepino nº 70, e finalmente para Ladeira da Vila América, nº 2, Travessa nº 30, Avenida Vasco da Gama (que hoje se chama Vila Colombina) nº 30 - Vasco da Gama, Salvador, Bahia.
Na época da fundação, os dois irmãos de esteira receberam de Sinhá Maria Nenem os cargos de Tata Kimbanda Kambambe e Tata Ludyamungongo. Manoel Ciríaco de Jesus fez muitas lideranças de várias casas, como Emiliana do Terreiro do Bogum, Mãe Menininha do Gantois, Ilê babá Agboulá (Amoreiras), onde obteve cargos. Tata Nlundi ia Mungongo teve como seu primeiro filho de santo (rianga) Ricardino, cuja dijina era Angorense.
No primeiro barco (recolhimento) de Tata Nlundi ia Mungongo, foram iniciados 06 azenza (plural de muzenza). Em sendo o seu primeiro barco, ele chamou o pessoal do Bogum para ajudar. Os 03 primeiros azenza do barco foram iniciados segundo os fundamentos do Bogun: Angorense (Mukisi Hongolo), Nanansi (Mukisi Nzumba) e Jijau (Mukisi Kavungu) *, os 03 outros azenza foram iniciados segundo os fundamentos do Tumba Junçara.
No Rio de Janeiro, fundou, com o Sr. Deoclecio (dijina: Luemim), uma casa de culto em Vilar dos Teles (não se sabe a data da fundação nem a relação de pessoas iniciadas). Dentre as pessoas iniciadas, ainda existe, na Rua do Carmo, 34, Vilar dos Teles, uma delas, Tata Talagy, filho de Sr. Deoclecio .
Com a morte de Manoel Rodrigues do Nascimento (Kambambe), que assumira sozinho a direção do Tumba Junçara, Manoel Ciríaco de Jesus (Ludyamungongo) assumiu a direção até sua morte, a qual ocorreu em 4 de dezembro de 1965.
Com a morte de Manoel Ciríaco de Jesus assumiu a direção do Tumba Junçara a Sra. Maria José de Jesus (Deré Lubidí), que foi responsável pelo ritual denominado Ntambi de Ciriaco, juntamente com o sr. Narciso Oliveira (Tata Senzala) e o sr. Nilton Marofá.
Deré Lubidí **era Mam'etu Riá N'Kisi do Ntumbensara, hoje situado à Rua Alto do Genipapeiro - Plataforma, Salvador, Bahia, e de responsabilidade do sr. Antonio Messias (Kajaungongo).
Em 13 de dezembro de 1965, após o ritual de Ntambi, Maria José de Jesus (Deré Lubidí) passa a direção do Ntumbensara para Benedito Duarte (Tata Nzambangô) e Gregório da Cruz (Tata Lemboracimbe), e em ato secreto é empossada Mam'etu Riá N'Kisi do Tumba Junçara.
Maria José de Jesus (Deré Lubidí), em 1924 recebeu o cargo de Kota Kamukenge do Tumba Junçara, e em 1932, o cargo de Mam'etu Riá N'Kisi. Em 1953 fundou o Ntumbensara, na Rua José Pititinga nº 10 – Cosme de Farias, Salvador, Bahia, que em 18 de outubro de 1964 foi transferido para o Alto do Genipapeiro.
Com o falecimento de Deré Lubidí, assumiu a direção do Tumba Junçara a Sra. Iraildes Maria da Cunha (Mesoeji), nascida aos 26 de junho de 1953 e iniciada em 15 de novembro de 1953, permanecendo no cargo até o presente momento.
Esta é uma síntese do histórico do Tumba Junçara, com agradecimento especial a Esmeraldo Emeterio de Santana Filho, "Tata Zingue Lunbondo", pelo referente histórico, e também a "Tata Quandiamdembu", Esmeraldo Emetério de Santana, o Sr. Benzinho, pois sem sua colaboração não poderíamos ter chegado a tais fatos."
Fonte: Wikipédia.
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Observações:
(*)Observamos o termo Angorense, derivado do Mbundo que designa os iniciados de Angorô (Hongolo, arco-íris), termo similar para o vodum Dàn e para o orixá Oxumarê. Tal terminologia foi incorporada aos jejes na Bahia desde os primórdios do Candomblé.
Omolu, Nanã e Oxumarê tem profundas raízes no Jeje, então era conveniente os jejes auxiliarem em seus rituais.
(**) Deré- Termo muito antigo e oriundo dos jejes para designar a mãe-pequena, a mais velha de todas as ahama (barco de iniciados, porque os minas assim denominavam os navios negreiros) e auxiliar imediata do sacerdote, o termo deriva do Fon "ɖĕ lέ que significa "o que caminha na frente", ou "o que anda primeiro".
A deré, ou o deré muitas das vezes ocupa um cargo de honra em um terreiro, ainda que seja de outra nação, auxiliando a casa na formação dos iniciados.
(**) Deré- Termo muito antigo e oriundo dos jejes para designar a mãe-pequena, a mais velha de todas as ahama (barco de iniciados, porque os minas assim denominavam os navios negreiros) e auxiliar imediata do sacerdote, o termo deriva do Fon "ɖĕ lέ que significa "o que caminha na frente", ou "o que anda primeiro".
A deré, ou o deré muitas das vezes ocupa um cargo de honra em um terreiro, ainda que seja de outra nação, auxiliando a casa na formação dos iniciados.
Um comentário:
Parabéns! A minha linda família de axé, família tumba Jussara .Amo essa família e esse axé.Tata Acondegê.
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