Contraste entre a roça de cima e a de baixo. A partir daí a roça de cima de Azonsu (em ruínas, mas local de axés plantados e obrigações do culto dos antepassados)começou a ser destruída para se transformar em condomínio de luxo.
A Roça do Ventura com árvores centenárias de valores religiosos, histórico e cultural esta sendo devastada arbitrariamente sem o alvará do CREA pois quando questionado ao responsável pela terraplanagem ele não emitiu nenhum documento que comprovasse a legalização da obra .
Segundo Cacau Nascimento, em seu Blog parte da Roça de Ventura, como é conhecido o terreiro de candomblé jêje marrin denominado Zô Ôgodô Bogum Malê Seja Hundê, está sendo invadida pelo posseiro da Fazenda Altamira, o advogado Ademir Passos. Segundo o ogan responsável pelo terreiro, um trator está desmatando a área, provavelmente para iniciar imediatamente a construção de um condomínio residencial. Segundo ele, o tratorista por pouco não derrubou uma árvore sagrada, plantada em 1878, que fica localizada no limite entre o terreiro e a fazenda.
A fazenda Altamira, que a comunidade-terreiro do Seja Hundê chama de Roça de Cima, pertencia na década de 1870 a José Maria de Belchior, conhecido como Zé de Brechó. Nessa fazenda, ele, juntamente com a africana Ludovina Pessoa, a responsável pela fundação do terreiro do Bogum, de Salvador, fundaram o Seja Hundê de Cachoeira que depois da abolição da escravatura se transferiu para a uma roça contígua, a citada Roça de Ventura.
Vendido em 1904 pelas irmãs e herdeiras de Zé de Brechó aos filhos de Zacharias Milhazes, estes vendo muitas assombrações no lugar venderam, em 1912, ao advogado Moyses Elpidio de Almeida, Em 1922 a fazenda foi adquirida pelo advogado Nelson Falcão em mãos de seu colega Moyses. Este, também assombrado, vendeu a Aurino Longuinho (que ao ver numa assombração quase morre). Longuinho então revendeu , ou devolveu o pepino, ao Dr. Nelson, que legou a seus filhos, que, assombrados, legaram a seus netos, permanecendo até poucos dias atrás em mãos da última herdeira, Marta Falcão. Assombrada, doava, oferecia a propriedade apela bagatela de 20 mil reais (15 mil morria). Muito barata para uma propriedade de 12 hectares de terras bem localizadas e cheias de axé plantados por africanos. Segundo Cacau Nascimento,o porquê da barateza era que o imóvel está até aqui atolado de dívidas com o INCRA, porque tudo desmoronou, a trerra perdeu a força, como todos os outros proprietários, se deu mal. O Seja Hundê está em processo de tombamento pelo IPHAN e no projeto está incluída a área onde originou o terreiro.
O empreendedor advogado Dr. Ademir Passos tem lá suas razões para encarar o negócio. Ele é também posseiro da problemática e irregular fazenda Caquende, um balneário cheio de história, lugar onde acolheu Von Martius e Von Spix, mas que foi abandonado pelo ex-deputado e ex-vice-governador Edvaldo Brandão Correia. Dizem por aí que o Dr. Ademir pretende fazer um condomínio de luxo, algo do tipo Costa de Sauípe.
(In:http://fazervaleralei.blogspot.com/2010/09/terreiro-centenario-de-cachoeira.html)
Complemente esta leitura:
http://papoinformalpapoinformal.blogspot.com/2010/10/papoinformal-solidario-com-roca-do.html
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