segunda-feira, 27 de março de 2023

Tete Egun

 

O gênero Costus possui mais de oitenta espécies 

catalogadas, e todas são de regiões tropicais.


 

A espécie Costus spicatus, popular cana do brejo; cana de macaco, 

de propriedade diurética suave, é originária da região do Caribe; 

comumente encontramos essa espécie no Brasil.

 


 

 

A espécie africana Costus afer que é denominada Tete Egun pelos 

yorubás e nagôs é a mais comum no oeste africano, onde tem várias 

aplicações medicinais e alimentares, inclusive servindo seu talo na 

preparação da refeição diária das hunsis desde os adjás e evês.

 



terça-feira, 21 de março de 2023

Atakun

 



As sementes Atakun (Atacum, Pimenta  da costa), denominadas Atarè (Atarê) pelos nagôs e iorubás, são utilizadas como alimento, contra as traças de cerais na lavoura, no tratamento de várias doenças, muitas vezes outras partes da planta são utilizadas, e também nas práticas religiosas. 

O conhecimento terapêutico está diretamente associado à religiosidade, são os credos através dos sacerdotes e sacerdotisas (vodunons e bokonons) que detém toda uma oralidade repassada por gerações, e que fazem perpetuar a terapêutica.

Não se inicia para o vodun sem o uso do Atakun, estes grãos possuem aplicação no preparo de alimentos, muitos atchins (atchins, pó do vodun) e várias outras práticas.

domingo, 19 de março de 2023

Tegbetegbé

 


 A vassourinha-de-curral é um planta sagrada que pertence ao rei Tegbessu, do "Danxomè". É  denominada Tegbetegbé em gungbê e muito comum por todo Benim.

Possui inúmeras aplicações medicamentosas, destaco aqui sua ação eficaz no combate à  malária e à febre tifóide.

Suas folhas são amassadas e misturadas com óleo de palma para tratar essas doenças, e ingerido o preparado em 1 colher de sopa pela manhã e outra à noite; também são consumidas na forma de infusões (chás) de uso diário por cerca de 15 dias.

sábado, 18 de março de 2023

Voduns e Deuses Hindus.

 

Foto em África Online Museum

 

Como os deuses hindus se sobrepuseram aos deuses Voduns no oeste da África.

Traduzido do Fórum Nairaland.

Vale à pena conferir.

 

 "Em resumo, há uma longa história de presença indiana na África Ocidental. Cromolitografias hindus (imagens coloridas produzidas em massa) circularam e praticantes locais de Vodun em países como Gana, Benin/Togo, etc., perceberam suas próprias divindades nessas imagens coloridas. Por exemplo, a divindade hindu Lakshmi foi identificada como Mami Wata. O mesmo vale para Shiva, Dattatreya, Ganesh e outros. Ou seja, as " imagens " originalmente hindus foram adotadas e adaptadas ao Vodun, e agora representam divindades Vodun. Se você quiser saber mais, consulte o capítulo 4 "'India,' Chromolithographs, and Vodun" no novo livro: Vodun in Coastal Bénin.

Centrada no antigo porto de escravos de Ouidah, Benin, a pesquisa de Dana Rush se estende pelo Togo até Gana, uma região onde trocas de histórias, ideias e sistemas de crenças recebem formas materiais. Esta é uma terra onde as imagens de Xangô, Jesus e Buda representam Deuses de Vodun; onde divindades hindus e Vodun coexistem em simbiose; onde os espíritos de pessoas escravizadas há 150 anos são homenageados pelos filhos de seus mestres há muito perdidos; e onde as imagens, artistas e espíritos haitianos, brasileiros e cubanos permanecem relevantes para as práticas contemporâneas da África Ocidental.
O livro é ricamente ilustrado com fotografias coloridas de santuários Vodun, pinturas de paredes de templos, mascaradas e cromolitografias hindus.

Este livro é a primeira publicação de uma nova série chamada "Investigações Críticas da Diáspora Africana". A série cresce a partir de Issues in Critical Investigation, uma iniciativa da Vanderbilt para ajudar acadêmicos juniores por meio de feedback crítico de professores seniores, simpósios anuais e competições de prêmios em humanidades e ciências sociais. O Vodun de Dana Rush na costa de Benin é o vencedor do primeiro Prêmio Anna Julia Cooper em Humanidades."

In https://www.nairaland.com/1468086/how-hindu-gods-became-overlapped

 

 

 

 

 

quinta-feira, 16 de março de 2023

A Cobrança Em Dinheiro Pelos Trabalhos Nos Terreiros.

 É muito comum vermos alguma quantia em dinheiro ser cobrada nos trabalhos para os clientes nos terreiros. Seria errado isso? Lógico que não! Em um terreiro não se paga somente a água e a luz, e muitas vezes o sacerdote dispensa integralmente seu tempo dentro de sua atividade religiosa, assim como ocorre em outras religiões.

Qual seria a forma de cobrança dentro do candomblé?

Não existe um modelo direto, uma forma, um paradigma de cobrança pela consulta ou pelo trabalho, tanto para quem pode pagar, quanto para quem precisa ser assistido, mas não tem condições de pagar.

Em geral quem precisa de uma consulta paga o preço que foi cobrado, àquele que não pode pagar em geral é simbólica esta cobrança, deixada para um dia em que possa pagar por ela, ou quando no caso de ser um filho do vodum da varíola deixada de lado essa cobrança, assim como nos trabalhos desenvolvidos (um hábito herdado do sincretismo com São Roque/ São Lázaro). 

Muitos sacerdotes recorrem à ajuda dos outros clientes, membros integrantes da casa para que a obrigação de quem necessita seja feita, o que era a função do corpo de ogães de um terreiro outrora.

Por influencia do Fá muitas casas preferem cobrar seu preço pelo jogo, para olhar os agês (jogar búzios), e estimado o valor que será gasto no trabalho, multiplicar por três e cobrar o total, em alguns casos acrescido do número sete. A terça parte é a "salva" do terreiro, do dirigente para o seu gasto e com seus deveres para com seus voduns.

Outras casas cobram bem além do que se irá gastar, e por algum motivo. Não existem regras gerais, cada casa é um caso. O importante é o consulente sentir-se bem e que está tendo a atenção e a palavra correta na orientação para a resolução de seus problemas.






quarta-feira, 15 de março de 2023

Adjikutin

 

 


Adjikutin

Caesalpinia bonduc., L.

As raízes da árvore Adjikutin são utilizadas para tratar a impotência sexual e problemas venosos envolvidos.

terça-feira, 14 de março de 2023

Gbe Woli


Gbe Woli

II  I

I   I

I   I

II  I

 

"A morte aguarda pelo marido da esposa que trai."

Procure se autoavaliar: suas próprias palavras sua conduta, suas ações para saber por que sua mulher o trai, nem sempre a culpa é da mulher, mas do próprio homem.





domingo, 12 de março de 2023

Hissopu

 O hissopu ou hounman (Hyssopus officinalis- Hissopo; Alfazema de Caboclo) é uma planta de limpeza, de defesa e medicinal. Antes do bokonon (sacerdote do Fá ou Afá) iniciar o jogo, ele limpa as mãos com a folha de hissopu; Colocada de baixo de onde se dorme, previne contra ataques de forças maléficas durante o sono; O chá da Alfazema de Caboclo trata afecções pulmonares e doenças do trato digestivo, dentre outras.

A Ayurveda utiliza o Hyssopus officinalis em seus tratamentos; é muito popular na região do Himalaia onde é encontrada com muita facilidade.

É uma planta citada na Bíblia e muito difundida pelo Mediterrâneo e povos do Oriente Médio devido às conhecidas propriedades medicamentosas.




quarta-feira, 8 de março de 2023

O Uso do Óleo de Olivas Para Voduns e Orixás.

 

Acredita-se que o cultivo da oliva tenha se originado nos povos do Mediterrâneo há pelo menos cinco mil anos atrás, mas foi na Grécia que esse cultivo e a produção do óleo de olivas (azeite de olivas; azeite doce) tomou impulso significante.

No oeste africano o óleo de palma sempre foi o mais significativo para as culturas e tradições religiosas, sendo o dendezeiro considerado uma árvore sagrada pelos praticantes dos cultos de orixá, Vodum, Ifá e seus segmentos.

Mas o uso do óleo de olivas (azeite de olivas; azeite doce) nesses cultos seria comum no oeste africano? Eu diria que sim, nas igrejas cristãs, pois é próprio da cultura religiosa cristã, hebraica e correlatas, assim como o óleo de palma é próprio para a nossa.

O uso do óleo de olivas aparece na diáspora em uma época em que o acesso ao óleo de palma africano era praticamente impossível, e isso se determinou muito por regiões no Brasil, onde a produção do óleo de palma à partir de um dendezeiro próprio da região, de menor porte que o Elais guineensis, africano, já era muito comum entre tribos indígenas da região amazônica. Com isso o uso do óleo de olivas nos cultos afro-brasileiros não se tornou tão significativo na região da Amazônia, como se tornou na Bahia, em Pernambuco e no Rio de Janeiro. E nem tão significativo no Rio Grande do Sul, onde as raízes afrobrasileiras do norte, desde a época da migração nordestina devido à seca que matava o gado, permanecem muito fortes até  os dias de hoje, dentro do Batuque gaúcho.

Na oeste africano, alguns voduns e orixás até aceitam o azeite doce, mas são pouquíssimos e nem sempre, a divindade que mais o aceita e recebe é Ossâe (Osanyin), orixá das folhas e das matas, senhor dos segredos e remédios das ervas. Ossâe aprecia muito o óleo de olivas, mas os outros orixás recebem o óleo de palma.

A manteiga de carité (ori, limu) também é utilizada, mas o básico é mesmo o óleo de palma, que denominamos azeite de dendê, para a grande maioria de orixás e voduns.




terça-feira, 7 de março de 2023

Costumes, Hábitos e Sacrifícios Diferentes.

 

É  muito comum certas populações ao redor do mundo terem um cardápio, para nós, de costumes e hábitos diferentes, um tanto assustador, observamos esse fato, na China, na Coréia do Sul, e em muitos países africanos, como na Nigéria e no Benin em certas localidades.

Os árabes introduziram inúmeros vegetais, especiarias, animais e metodologias no norte e oeste africano, depois deles foi a vez do colono europeu. Então nos perguntamos, qual seria o cardápio nessa região do continente antes da presença árabe?

É sabido que o produto do plantio é agradecido às divindades na colheitas desses povos e são épocas de festejo, muitos grãos, frutos e legumes são próprios da região, mas a maioria dos animais que foram introduzidos no solo africano, não são de selva ou de savana.

O que é muito importante, para nós de religiosidade afrodescendente é compreendermos que esses povos oferecem para suas divindades o que é comum em seu território, assim vemos o oferecimento de cães, gatos, ratos, sapos e outros animais em sacrifícios ritualístico e banquetes de festejos.

No Brasil, como certos animais não fazem parte do cardápio do brasileiro, esses hábitos não penetraram. Às divindades são oferecidos o que há de melhor no cardápio de cada povo, em forma de agradecimento pela comida, pela colheita, por um evento ou como um pedido de proteção na vida, ou de prosperidade (oferecimento de frutas). Só não devemos oferecer o que não faz relação com a divindade ou lhe é um interdito,  ou do que não gostamos, ou não nos apraz, seria um gesto desprezívo, um pensamento comum, tanto na África, quanto na diáspora.


 

Foto em: https://steemit.com/science/@tosyne2much/10-weirdest-animals-eaten-by-nigerians-8fb020263b6ba

 


sexta-feira, 3 de março de 2023

Tradição e Realeza nos Terreiros de Jeje.

 O livro Tradição e Realeza nos Terreiros de Jeje, com significativas postagens do blog PAPOINFORMAL, e outros assuntos pertinentes ao Jeje, pode ser adquirido pelo nosso e-mail: 

                                                  ifabimi@yahoo.com

Confira!

Brevemente teremos o lançamento de mais uma obra significativa dentro do candomblé.

PAPOINFORMAL sempre procurando esclarecer e divulgar a nossa prática religiosa, na medida do que pode ser divulgado, respeitando o sagrado.

ifabimi@yahoo.com
 
 

 


quarta-feira, 1 de março de 2023

Mahin Não é Mahi.

Muita gente faz confusão do Território Mahi em Benin com a área Mahin do antigo Reino Mahin no Estado de Ondó na Nigéria, e chegam a se entitularem Jeje Mahin, tenho observado em algumas postagens de links que me enviam para leitura

É nosso dever alertar são territórios distintos e distantes um do outro, não devemos confundir as palavras Mahi e Mahin.

 

In: https://yo.m.wikipedia.org/wiki/Il%E1%BA%B9%CC%80_Yor%C3%B9b%C3%A1