sexta-feira, 11 de abril de 2025

Feijoada de Ogum ou Feijão de Ogum?

Feijoada... Delicioso prato, tipicamente brasileiro do Estado do Rio de Janeiro, surgiu nas senzalas das antigas fazendas da época do Rasil colonial e do Brasil Império, do plantio e o processamento da cana-de-açúcar ao ciclo cafeeiro presente no sul do Estado, hoje compondo a rota turística do café.

As partes do porco que não eram consumidas pelo senhor do escravo, lhe era destinada e este cozinhava estas partes com o feijão típico da época, se ainda não o é, o feijão preto, e por final temperava-se tudo muito bem, ao gosto de quem cozinha. Outras carnes como a carne seca de boi, linguiças de boi, de porco ou mistas também participavam dessa mistura tão saborosa.

Como é sabido o feijão preto é oferecido a Sakpata, estes grãos representam uma doença que é a erisipela. O hábito de se oferecer feijão a Gun/Ogu (Ogum) vem dos iorubás, só que bem há poucas décadas não existia feijão preto na Nigéria, só no antigo Daomé. O feijão que era e ainda é oferecido para Ogum é o feijão vermelho.

Quando o escravizado chegou no Brasil percebeu que não havia feijão vermelho -hoje o temos em abundância- e substituiu esse feijão pelo feijão mulatinho. O simples feijão cozido e regado com dendê era prato de Ogum, assim faziam os iorubás, os nagôs, os Jejes e outros povos que cultuavam este orixá, este vodum.

O que acontece é que não se deve acrescentar carne seca ou seca e salgada de qualquer animal ao feijão de Ogum, pelo fato que é (ewó/bekó) interdito deste vodum, ele é dono do obé, do agiriké. Se quiser acrescer seu feijão use partes sempre frescas e cortadas em pedaços, mas não use feijão preto. Na realidade as pessoas confundem o Feijão de Ogum com a tradicional feijoada brasileira.



sábado, 15 de março de 2025

Antropologia da Culinária Afro-brasileira dos Jejes.

O Projeto PAPOINFORMAL está com inscrições abertas para o curso online com certificado de 240 h de Antropologia da Culinária Afro-brasileira dos Jejes. Solicite sua inscrição ao lado, via mensagens.



quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Iyami Bi Mi.

Iyami bi mi

Iyami bi mi, o si bimi ire
Baba mi bi mi, o si bimi ire
Emi naa dagba
Momu oja gboro mofi tun ibi ara mi se
Adifafun ipade-ola Omo Orunmila
Orunmila ni ki Osetua o mó tele lo
O ni nitori kinni?
Orunmila ni nitori awon awo ti pa omo lalaju ni
O ni nitori awon agba isegun ti pa omo si ilemere ni
Orunmila ti o ba se bi ise t’omo oun bani
Ido oju de la eh ahun
Ifa ya fa la eh igbin
Bi ebiti ba pa eku asi pa tiye tiye

Minha mãe me deu à luz, deu à luz à felicidade
Meu pai me deu à luz,  deu à luz à felicidade
Eu também cresci.
“Fiz compras no mercado,  fiz isso sozinho”
O ifá foi lançado na reunião em honra do “Filho de Orunmila”
No dia em que o céu ia se romper, e isso acontece
Orunmila disse que Osetua deveria ir
Você diria: por causa de quê?
Orunmila disse que é porque as portas foram fechadas
Ele disse que foi porque anciãs vitoriosas fecharam as portas para a felicidade.
Orunmila se fizer o trabalho de seu filho
Os olhos estarão abertos para o coração
Ifá pega e puxa o igbin
Onde encontra oferece eku asi; oferece tiye tiye.
(Traduzido por Ifabimi)


Este lindo poema do Ifá se fundamenta na seguinte passagem do odu Osetuá narrada pelo saudoso Pai Agenor:

“Quando Olodumaré enviou
os Orixás ao mundo para criar a
Terra, ensinou que deviam abrir
uma clareira na floresta, dedicada
a Oro, outra a Egum e uma ter-
ceira, consagrada a Odu-Ifá, cha-
mada Igbo Odu, onde consul-
tariam o Oráculo. Ensinou
como deveriam resolver os pro-
blemas de assentamentos e ado-
ração dos lugares sagrados, como
fazer as oferendas para evitar
doenças, maldições, morte, po-
breza e desgraça sobre a terra.

Os Orixás fizeram tudo o que foi re-
comendado e consultavam Ifá a res-
peito de todos os problemas dos
seres humanos. E assim foi feito,
por muito tempo.
Quando faziam essas
oferendas, não convidavam Oxum
para ir junto. Entretanto, sempre
levavam os animais que abatiam
para ela limpar, proibindo-a de co-
mer, porque serviriam de oferendas.
Oxum, revoltada com esse trata-
mento, começou a usar o poder das
iyami-ajé, as ancestrais, e as previ-
sões começaram a sair sempre ao
contrário. Se Ifá dissesse que uma
pessoa ia ficar boa, ela morria; se
previsse que teria filhos, ela ficava
estéril. Nada que Olodumaré tinha
ensinado estava dando certo.
Fizeram uma reunião e
Orumilá sugeriu que era preciso
consultar Ifá para esclarecer tudo.
Ifá pegou seus objetos de adivinha-
ção e se revelou o Odu, que apa-
receu no jogo: Oxetuá. Avisou
aos outros que deveriam encontrar
um homem sábio e culto que pu-
desse ser enviado como mensagei-
ro a Olodumaré, para que este re-
solvesse o problema e indicasse o
que precisava ser feito para as coi-
sas se normalizarem. Orumilá foi o
escolhido. Partiu para o outro mun-
do, o Orun, para encontrar
Olodumaré e, ao chegar, já encon-
trou Exu Odara, explicando que
tudo o que acontecia era porque eles
não chamavam a décima sétima pes-
soa para participar das oferendas. Ela
é que estragava tudo.

Quando Orumilá voltou e ex-
plicou aos outros, eles chamaram
Oxum e disseram que ela deveria
acompanhá-los, quando fossem fa-
zer oferendas e sacrifícios. Ela se
recusou e todos começaram a supli-
car, homenageá-la e reverenciá-la e
ela passou a maltratá-los durante sete
dias. No sétimo dia, eles a chama-
ram e ela disse que não iria, mas que
havia outra solução. Se eles fizessem
com que o filho que ela esperava
nascesse homem, ele os acompanha-
ria, em vez dela. Porém, se nascesse
mulher, a terra se acabaria e eles te-
riam que fazer outra.
Para conseguir que nascesse
um menino, todos os Orixás reza-
vam e colocavam seu axé na cabeça
de Oxum. No dia do nascimento, ela
não disse o sexo, e só deixou que
todos vissem a criança no nono dia,
que era o dia de dar o nome, o que
originou a atual cerimônia do nome.
Nesse dia, ela mostrou a criança,
colocou-a nas mãos de Oxalá e to-
dos viram que era menino. Depois,
passou a criança de mão em mão e
todos a abençoaram e chamaram de
Axetuwa: o poder o trouxe a nós .
Na ocasião de consulta ao
oráculo para a criança, viram que
seus odus eram Osé e Otuá e pas-
sou a chamar-se Oxetuá, nome dado
por seu odu de Ifá. Assim, Oxetuá
passou a acompanhá-los, as coisas
voltaram a dar certo, as previsões a
realizarem-se e os orixás determi-
naram que, sem o décimo sétimo
membro, não chegariam à nenhuma
conclusão, e que Oxum deveria es-
tar sempre entre eles.

Eis que uma seca se abateu
sobre a terra. Eles foram consultar
Ifá, que determinou uma grande
oferenda para que Olodumaré pro-
tegesse a terra e tivesse piedade. Reu-
niram todos os elementos e fizeram
a oferenda, que foi levada a
Olodumaré por Ejiogbe. Quando ele
chegou lá, as portas do Orun esta-
vam fechadas. Os demais foram,
cada um, num dia, mas nada feito.
Olorun não abria as portas.
Decidiram, então, que Oxetuá
deveria tentar e ele devia levar a
oferenda. Ifá disse que Oxetuá rece-
beria honras e teria uma posição para
sempre e fez recomendações.
Oxetuá encontraria uma velha e de-
veria tratá-la bem. O previsto acon-
teceu e a velha deu conselhos a
Oxetuá de como proceder para a
oferenda chegar às mãos de
Olodumaré.
Oxetuá e Exu partiram para
levar a oferenda, seguindo os con-
selhos da velha e encontraram as
portas do orun abertas. Olodumaré
deu a Oxetuá uns feixes de chuva.
Ao descer, Oxetuá perdeu um feixe
e logo começou a chover muito.
Os legumes e verduras brota-
ram e cresceram, as palmeiras desen-
volveram-se. Quando Oxetuá vol-
tou, recebeu muitas homenagens e,
por um acordo, ficou sendo o por-
tador de todas as oferendas para
Olodumaré, no poderoso Orun.”

Prof. Agenor Miranda Rocha

(REVISTA KÀWÉ - 2/2001)


Lendo este belo poema do odu Osetuá (Tché Tulá entre os fons) também podemos compreendero por que os filhos de Oxum quando participam do preparo de certas obrigações nos terreiros, devem acompanhá-las até a entrega das mesmas, e também compreender o por que dos noviços no Candomblé terem suas cabeças raspadas nove dias antes do santo dar o nome no agbassá.
“No dia do nascimento, ela
não disse o sexo, e só deixou que
todos vissem a criança no nono dia,
que era o dia de dar o nome, o que
originou a atual cerimônia do nome.
Nesse dia, ela mostrou a criança,
colocou-a nas mãos de Oxalá e to-
dos viram que era menino. Depois,
passou a criança de mão em mão e
todos a abençoaram e chamaram de
Axetuwa: o poder o trouxe a nós .”


Moral da História:
Devemos ser sempre reconhecidos quanto às pessoas que nos auxiliam, sem desmerecer ninguém, agindo assim os ancestrais nos darão bons caminhos nas empreitadas da vida.
Sejamos sempre agradecidos.


Iyami por Izikade no SoundCloud

sábado, 28 de dezembro de 2024

Excessos


"Loso Medji adverte: os excessos fazem mal à saúde, tenha moderação."



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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

História do Reino de Shabé

Ao leitor interessado em História da África com ênfase na expansão iorubá, reproduzo um texto que me foi compartilhado em 21 de Setembro de 2015 pelo amigo Príncipe Serge Guezo por ocasião do décimo aniversário do trono de Sua Majestade Adetutu Akemu Onishabé, ogolato!

" Bonjour mon ami, 

Je t'envoie cette éléments d'informations sur le royaume de ma mère, à l'ocasião des 10ème anniversaire de sa majesté adetutu akemu onishabe de save, mon oncle. 
Par-ailleurs, je t'informe de l'intérêt général que les éditeurs portent à ton livre, à  traduire en  français. 
Je propose éventuellement, l'opportunité de le faire traduire dans des langues  africaines ?

HISTÓRIA DO REINO DE SHABE

A história cultural do povo iorubá de onde vem o povo Shabè é dividida em cinco períodos:
- A era paleolítica
- A era Neolítica
- A idade de ouro subdividida em duas fases: a fase Ifè (1086-1550) e a fase Oyó (1550-1793)
- A era da anarquia (1793-1893)
- A era de transição (1893 até ao presente). (Oluremi I.Obateru. A cidade iorubá na história; páginas 69-75)


Ilê Shabè seria fundada durante o período da idade de ouro (fase Ifé) por Onishabè um dos netos do primeiro Oni de Ife que não é outro senão Oduduwa, o ancestral mítico dos iorubás. Na verdade Okambi filho de Oduduwa teve sete filhos que são: (Samuel Johnson. A História dos Yorubas, páginas 7 e 8)
- Iyunadê (a mãe do primeiro Olowu de Owu) na Nigéria.
- A mãe de Alaketu na República do Benim
- O Oba do Benim na Nigéria
- Orangu Ila na Nigéria
- Onisabe de Sabe na República do Benim
- Onipopo de Popo na República do Benim
- Oranmiyan na Nigéria
Foi durante o mesmo período da idade de ouro que Oyo e Ketu foram criados por outros dois filhos de Oduduwa.

 A chegada destes descendentes de Oduduwa à região de Shabé correspondeu à criação de várias tribos autónomas, das quais as mais importantes são Ilé Shabé, Jabata, Kaboua, Kokoro, etc. Essas tribos tinham estruturas políticas próprias chefiadas por chefes chamados Olu ou Ola. Por exemplo, podemos citar Ola Ojodu de Ilé Sabè, Olu Kabée de Jabata, Olu Sininka de Kaboua, Ola Yembe de Kokoro, etc.

Diz-se que o grupo Babaguidaï é originário de Oyó, de onde emigraram via Boko no país Bariba, onde permaneceram por muito tempo antes de retornar ao país Shabè. Esta migração é liderada por Olata e Babaguidaï até à sua instalação em Kilibo.
Olata, também conhecido como Ali, irmão agnático de Babaguidaï, fundou a chefia de Kilibo e estendeu a sua hegemonia na região através dos seus descendentes que criaram sucessivamente as localidades de Ikemon, Montèwo, Toui e Ayédèro.
 Mas esta primeira chefia de Kilibo encontraria um rival potencial em Baba Guidaï, que criaria o poder por conta própria em Kaboua. Ele não deveria agir contra seu filho mais velho enquanto ele vivesse, mas após sua morte, surgiram rivalidades pela sucessão e Baba Guidaï contribuiu para a dispersão da aldeia de Olata.
Um segundo Kilibo seria fundado posteriormente por Yayi Shépo, sobrinho de Obá Otewa e neto de Olata (através de sua mãe), a alguma distância da instalação original no local onde fica a residência Balè e que foi designado, precisamente, como Ajugun Olata.

Babagudaï, nascido por volta de 1680 em Boko, sabendo que qualquer esperança de acesso a uma posição de liderança era em vão, deixou Kilibo para fundar a chefia Kaboua.
Babaguidaï impor-se-ia em Kaboua onde se tornaria uma personagem importante e essencial do seu tempo, os seus filhos recolheriam uma sucessão bem preparada: Biaou Olodumaré recebeu o título de Balè em Kaboua, Yayi Olukoyibi tornou-se Olá Obé primeiro Rei do Omo da dinastia do governante de Babaguidaï em Illê Shabé.

Olá Obé era filho de Jinmi, a jovem esposa de Babaguidaï, filha de Olu Kabéé do Senga de Djabata. Jinmi teve outro filho, Chabi, que teria ido para o país de Bariba e um terceiro Biaou, que não seria filho de Babaguidaï. Este último irmão uterino de Olá Obé será falado mais tarde ao entronizar-se Rei em Shabé com o nome de Olá Aïmon, foi contestado e destronado retornou à Djabata para seu avô materno Olu Kabee Agani (sacerdote) de Oduduwa que lhe concedeu o cargo de Balé de Djabata.
Através da sua união com Jinmi, o senhor de Kaboua finalmente conseguiu estabelecer uma associação com o grupo de Jabata, detentor do grande orixá Oduduwa.
Para seu filho mais novo Yayi Olukoyi, Babaguidaï obtém em casamento uma filha do Jalumon que seria filha de Agani Basalè chamada Ado na época, ainda é uma aliança muito útil já que os Jalumon são os maiores senhores do sul do país onde na altura só partilhavam o poder com os reis Amushu.
Assim, Babaguidaï afirma e amplia o seu poder através da sua acção própria e directa, bem como através das alianças políticas e matrimoniais que consegue estabelecer. Seu trabalho deve ser continuado por seus descendentes.

Olá Obé consolidou o seu trono ao expulsar definitivamente os Amushu com o apoio dos Jalumon, Kaboua e Jabata, nem é preciso dizer. A sucessão de Olá Obé será assegurada pelos seus dois filhos Olá Monen (1769-1795) e Obá Akikenju (1798-1825) que se sucederão no trono de Shabè, isto após um período de instabilidade, com Ola Jagbo (1765 - 1768) filho adotivo do rei Olá Obè que foi coroado rei sem o consenso de todos. Isto resultou em protestos muito fortes que levaram à sua eliminação.

  Quanto a Biaou Olodumaré (1742-1768), recebeu da casa Kaboua a herança política do pai, para a qual muito contribuiu para a prosperidade. Ele próprio era, na época, já um personagem importante, sua reputação de guerreiro corajoso, intrépido e determinado lhe rendeu o lema: (akoni bay ka nise) que significa “o corajoso e valente que sempre sabe agir, o valente aquele que sempre encontra a solução certa…”. Tornou-se Balè de Kaboua por volta de 1742. Corajoso e empreendedor, era também um homem rico e chefe de uma grande família. Seu poder foi consolidado e aumentado também graças aos seus filhos que ampliaram o território do Omó Babagudaï fundando novas aldeias.

Foi na época de Biaou, por volta de 1746, que Shabé recebeu um influxo populacional relativamente grande com a chegada dos Gbassen, aproximadamente 25.000 pessoas, vindas do país Ashanti em Gana, estabeleceram-se no país Shabé com a autorização de Balè de Kaboua e fundaram vários aldeias como Okoufo, Gbedê, etc.

Woru Adinla, filho mais velho de Biaou, após o desaparecimento deste último, foi entronizado Balé de Kaboua. Mas isso não passou sem discussão, porque Ashadé Iba Monsia tinha ciúmes de seu irmão Worou Adinla. Nesta luta entre os dois irmãos interviria Ola Jagbo que, por instigação de Ashadé, mandou retirar Woru para ocupar o lugar deste. Finalmente Ashadé matará Olá Ajagbo.

Asadê Ibá Monsia, nascido de sua terceira esposa, Moreniké de Shaki, fundará a chefia de Kokoro. Ele abandonará Kokoro para seu filho Safaa Ediku pela chefia Kaboua após a morte de Woru Adinla

Yayi Pashi, filho de Woru Adinla, mais tarde fundaria a chefia Ouogui.

 Balogoun Kotchoni, filho de Yayi Pashi, posteriormente fundou as chefias de Diho.
Badu Pashi, outro filho de Yayi, fundará Alafia.

Biaou Olodumaré era o “agbalagba” mais velho de todos os Omo Babaguidaï, era o poderoso Balè de Kaboua e também tinha algumas responsabilidades no trono de Shabè. Após o seu desaparecimento, um certo equilíbrio é quebrado, e oposições e rivalidades manifestar-se-ão, a diferentes níveis: primeiro o desacordo entre os filhos de Biaou Olodumaré, depois, por uma mudança lógica, as dificuldades irão opor-se a Kaboua e à capital real Savè. .

YAYI Oloukoyibi tornou-se, portanto, o primeiro rei da dinastia Omo Baba-Guidaï por volta de 1738 sob o forte nome de Olá Obé (1738-1765). Ele teve dois descendentes que o sucederam no trono e formaram as linhagens ou comunidades (Ola Monen) Ifaa e Akikenju que alternadamente sucederam ao trono como Onishabé.


Referências
- ANON, (1996): Notas sobre o país Sabè: III Cimeira dos Reis do Benin, Savè-Idadu, 12-14 de Janeiro de 1996/Comité Preparatório Nacional para a III Cimeira dos Reis do Benin.-Cotonou: Ceda 1996; 34h.
- MOULERO, Thomas (1964): História e lendas do Tcahbè. In “Estudos Dahomeanos”.-Porto-Novo: IFAN, 1964.
- PALAU MARTI, Monsterrat, Les Sabè-Opara: Pesquisa e materiais não publicados.-Paris; Maisonneuve e Larose, 1992: Livro 1: A História de Shabé e seus reis (República do Benin); Livro 2: Nome, família e linhagem entre os shabés. Livro 3: Sociedade e Política -  A organização política e religiosa dos shabés.
- Tradições orais…."

 



Complemente sua leitura visitando o site:
https://autarcasmonarquicos.com/casa-real-de-shabe-benim/


Believing in Sin, a Question of Religiosity.

The prophet Moses went up the mountain and received the Ten Commandments given to him by the God Yahweh. Later, other laws were created for the social control of those people. In this way, sin is understood as a transgression of the laws. In the same way, if you commit a crime, you transgress the law. Therefore, not sinning is the same as not transgressing the laws in force in contemporary society.
Imagine Moses coming down the mountain and saying that he himself was the one who made the commandments... If you believe, great, but there are those who do not believe and we must respect each person's right to think.

 In the religion of Ifa, Eshu can recommend to the consultant during a divination, that he makes a sacrifice to be successful, as for success, this becomes dependent on his faith, on believing and offering to achieve the objective.

 This fact does not mean that it is a crime (a sin) not to offer the sacrifice, but rather a lack of faith. Faith, not sin, is the basis of the Ifa religion. The moral code was gradually established in Yoruba society, primarily by the kings.

 

Thinker by Rodin

 

 

domingo, 1 de dezembro de 2024

Projeto PAPOINFORMAL 2025.

Caríssimo (a)  leitor (a)

Em 2025 o Projeto PAPOINFORMAL retornará com toda força, e trazendo em seu início marcado para Janeiro, novidades, como o curso de Culinária da Costa da Mina e Nagô e o Curso de Conhecimento e Aplicação da Folha, ambos semi presenciais.

E esperando tê-lo (a) conosco por mais uma vez em 2025 lhe desejamos Boas Festas!💚🌿🍀🌈


 


quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Agbogbo, a Muralha.

"As muralhas de Notsé ( Ewe : Notsé Gliwo ; Francês : Murs de Notsé ) ou o Agbogbo e o Agbobovi é um recinto sagrado erguido em Notsé , Togo, entre os séculos XVI e XVII. As muralhas delineiam duas áreas diferentes, uma chamada "Agbogbo" e a outra chamada "Agbogbovi". Associadas à figura de Agokoli, o governante da cidade-estado , ganharam importância significativa na África Ocidental, pois a recusa em participar de sua construção teria causado o êxodo dos Ewe de Notsé , um evento considerado pelos Ewe como a origem de seu povo. Embora nunca tenham sido concluídas, pois a construção empreendida sob Agokoli teria levado à ruína da cidade, partes das muralhas ainda permanecem no início do século XXI." (Fonte Wikipédia)

São imensos blocos que foram confeccionados em lama, quem sabe uma interpretação diferente do que nos pode lembrar um bloco erguido em uma pirâmide egípcia, observado que o Agbogbodzi é um santuário. Sua construção é relembrada em ritos de passagem pela lama no Haiti e em outras partes da diáspora vodum, assim também em uma série de representações em montículos de argila e no agbogbô das saudações feitas às divindades onde pronunciam-se reverências como Ayigbogbo (muralha de terra) no Haiti e Ahogbogbo (muralha do rei) no Brasil.

Uma parte da muralha



sábado, 12 de outubro de 2024

Legados do Axé

Dia 19 de Outubro de 2024 é dia de subir a serra, vir para o Parque Nacional da Serra dos Órgãos em Teresópolis-RJ, e participar deste evento de resgate da nossa ancestralidade através do conto contado, participe e traga sua família.



domingo, 22 de setembro de 2024

Voe Direto Brasil x Benim.

Brasil e Benim encurtaram suas distâncias favorecendo os intercâmbios a partir de 2025. Por acordo celebrado entre a Bahia e o Governo do Benim, deixarão de existir as cansativas escalas.

"O Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Turismo (Setur-BA), e a República do Benin, na África, assinaram, na última sexta-feira (13), na sede do órgão estadual, em Salvador, o protocolo de cooperação para o intercâmbio turístico e comercial entre os destinos.
Os entendimentos começaram em maio deste ano, com prazo recorde para esse tipo de acordo. O destaque é a captação do voo ligando a cidade beninense de Cotonou à capital baiana, a partir de 2025."

 

Leia a notícia completa em:  Aeroin



sábado, 14 de setembro de 2024

A Mesa de Hohovi

Uma imagem benta de Santa Bárbara, aqui simbolizando Oyá e Yassã, mãe  dos filhos gêmeos, encabeça a mesa de tecido branco ou estampado em desenhos de flores que é estendido no chão da sala, onde as crianças entram e se alimentam. São os primeiros dos convidados a serem servidos nesse dia. A mesa é posta para sete em número simbólico, são sete meninos com até sete anos, as demais crianças também são servidas em outro local dentro da sala.

O almoço é acompanhado de sete cantigas referentes ao sagrado dia, e uma dessas cantigas faz referência à Santa Bárbara. Antes de tudo uma oração é feita em agradecimento a Avievodum (Maú; Deus) e roga-se a interseção de São Cosme e São Damião, dos Hohovi (Ibeji), dos gêmeos nos caminhos dessas vidas. Tossá, Tossé e Jogorobossu recebem cada um o  prato preparado com caruru e farofa de farinha de milho no interior do recinto.

Nos sete pratos da mesa das sete crianças tem caruru que Xangô lhes oferece, omolocum de Oxum, farofa de farinha de milho com dendê que é alimento sagrado de Hohovi, banana-da-terra fatiada e frita no dendê que Dã e sua família oferece, o acarajé de Oyá e Yassan, o buruburu de Azonsu que é a pipoca estourada na areia de rio e o acassá que Olissá serve a todos os voduns nagôs. Aqui as mãos servem de talher, o que relembra tanto o cotidiano no passado em terra africana, quanto o Brasil anterior à chegada de Dona Leopoldina que introduziu o hábito de usá-lo. O repasto é acompanhado de sucos, refrescos ou refrigerantes para matar a sede.

Almoço consumado, o que sobrou é servido a todos os participantes do evento, inclusive aos adultos, e todas as crianças presentes recebem frutas, doces e regalos que constam de peças de vestuário e/ou brinquedos.



terça-feira, 27 de agosto de 2024

Mami Wata, Mãe das Águas.

"Mami Wata - Mãe das águas - Rainha dos mares e oceanos."

"O culto a Mami Wata, a deusa do mar e dos oceanos, não pode ser mencionado sem falar da religião que é o fundamento cultural dos povos dos Estados do Golfo do Benim: o vodu (ou vodun em Fon)."O reino de Danhomé (hoje Daomé) realmente instituiu esse vodun ao reunir de forma inédita o que já existia de forma díspar e não hierárquica entre os Ashanti de Gana e os Yoruba da Nigéria", explica o pesquisador e historiador Gabin Djimassé. Construído sobre uma cosmogonia hierárquica e estruturada, ele inclui inúmeros deuses (ou voduns) e entidades, espíritos ou poderes invisíveis que as pessoas se esforçam para conciliar a fim de obter favores. Ainda hoje, ele governa a vida cotidiana da maioria dos beninenses. No topo está Mawu-Lissa, o deus supremo que reina sobre todos os outros e nunca deve ser representado. Mawu-Lissa criou os voduns e deu a eles certos poderes que eles usam para presidir o destino humano, dentro dos limites estritos que Mawu-Lissa concedeu a cada divindade em um domínio que é exclusivamente reservado a ele. No Benin, esses voduns são divididos em seis famílias principais, que compõem o panteão. Eles podem ser identificados com as forças da natureza (relâmpagos, água, céu, terra), bem como ancestrais prestigiosos, na maioria das vezes aqueles de linhagem real. Estes incluem o deus Sakpata, o deus da varíola e, mais amplamente, da doença, Hebioso, o deus do relâmpago, e Agassou, o ancestral deificado dos Reis de Abomey, seu 'tohouio'. Todos esses voduns, por sua vez, deram origem a muitos descendentes, deuses mais ou menos importantes e um número infinito de combinações, com várias divindades sendo capazes de se associar entre si. Esses espíritos vivem com os humanos. Cada um deles tem sua área de atuação, seus atributos e funções específicas, além de ter seu representante na fauna e na flora. (...)

"Entre as entidades transversais, há também os Dan (espíritos da prosperidade),continua Gabin Djimassé. Entre eles estão o Dan da floresta, o Dan do cupinzeiro, o Dan das colinas e montanhas, o Dan dos cursos de água e, finalmente, o Dan do mar e do oceano, que, ao longo do século XIX, tornou-se o Dan do mar. No  século XIX, assumiu o patronímico de Mami Wata". O nome é derivado de "Mãe água", que foi rapidamente transformado em "Água da mamãe", depois "Água da mamãe". Foram os ingleses, que vieram buscar ouro na costa de Gana e sucederam aos portugueses (em 1870), que deram esse nome à etnia Ashanti, que vivia perto da costa e adorava os espíritos da água. Ao contrário dos outros colonos, os ingleses eram tolerantes e apoiavam as práticas culturais locais. Eles associavam seu culto ao da sereia, um espírito aquático feminino. Alguns pesquisadores acreditam que a imagem da sereia foi introduzida na África por meio dos relatos dos primeiros marinheiros europeus a partir do século XV.  Essa criatura mítica também era frequentemente retratada nas figuras de proa de seus navios. O fato é que divindades aquáticas ou lacustres já eram representadas há muito tempo, tanto na África Ocidental quanto na África Central. Na cultura Ibo da Nigéria, nós adorávamos osndi mmili, espíritos da água. Na civilização Kongo, esses espíritos eram conhecidos comombumba, e frequentemente se referiam a uma grande cobra. Finalmente, na Nigéria,Yemoja, cujo nome significa "A mãe cujos filhos são peixes" e que se tornou Iemanjá no Brasil, mãe dos orixás no Candomblé (religião afro-brasileira).

O culto de Mami Wata se espalhou além do perímetro costeiro para o norte. Ela é celebrada em uma área geográfica que reúne culturas e povos tão diversos quanto os Ibo da Nigéria, os Fon e Ewe do Benin, os Bamiléké dos Camarões, os Kongo do Congo e até mesmo o Togo. Seu culto cresceu em importância entre os séculos XV e XVI  e o  século XX e ainda está muito vivo.

 Figura híbrida, meio mulher, meio peixe, meio terrestre, meio aquática, um espírito aquático temido pelos pescadores da Nigéria e Gana, uma devoradora de homens que vagueia pela noite africana disfarçada de fantasma, Mami Wata é uma bela mulher com cauda de sereia, abraçada por uma cobra ou acompanhada por uma cobra. Gabin ressalta que"o imaginário de Mami Wata foi fortemente influenciado por representações de deusas hindus, cujas reproduções circulavam da Nigéria". Ela também está muito presente nos mercados, outra alegoria do mundo invisível, onde as multidões atraem a luxúria dos espíritos malignos. Ela também aparece em bares, sempre disfarçada de uma bela mulher que atrai os homens e tenta seduzi-los."É uma entidade individual que os seguidores imploram e veneram para si mesmos ou coletivamente,observa nosso historiador. Os seguidores de Mami Wata a fazem ser uma Dan por direito próprio, mas isso não é verdade; ela não tem o mesmo poder de influência que os outros deuses das grandes famílias Vodun".No entanto, são atribuídos a ela múltiplos poderes e é temida. Ela pode trazer riqueza e felicidade, e ajudar a resolver problemas relacionados à procriação - infertilidade, impotência ou mortalidade infantil. Alguns a veem como uma presença sedutora irresistível que oferece os prazeres e poderes que vêm com a devoção a uma força espiritual. A grande maioria de seus seguidores são mulheres, iniciadas em um lugar chamadohounkpa(convento) por sacerdotisas chamadasMamisiiorMamissi. Neste convento, os impetrantes aprendem os passos de dança e as canções que executarão durante as cerimônias, bem como os rituais e proibições."Há dias reservados para o seu espírito, dias em que uma discípula de Mami Wata não deve se aproximar do marido. Você tem que ter muito cuidado com essas mulheres porque quando elas estão possuídas, seu comportamento muda, seu cheiro muda e elas podem ter explosões violentas. Você nunca deve levá-las para a água quando elas estão em transe", alerta Gabin. Durante as cerimônias, que podem envolver vários conventos, as iniciadas, adornadas com colares e pulseiras, usam longas saias brancas de algodão. Elas fazem oferendas à deusa e rezam enquanto avançam no mar, dando passos de dança que imitam o movimento das ondas, dobrando e esticando seus corpos e ondulando com suas mãos levantadas."Mami Wata só aceita produtos importados como oferendas: bebidas doces, milho cozido com açúcar ou mel, feijões e nozes. Sem esquecer muito pó e perfume", diz Gabin Djimassé.

 

Bernard Gabin Djimassé nasceu em 1959 em Abomey (Benin), onde vive. Depois de estudar sociologia, decidiu dedicar-se exclusivamente ao estudo da cultura Fon e da religião Vodun através do estudo dos seus conventos. Investigador e historiógrafo, é diretor do Gabinete de Turismo de Abomey e Região, e nesta qualidade realizou missões em França, Itália e Países Baixos. É autor de vários artigos sobre a cultura Abomey, incluindoA instalação de artistas e o patrocínio realpublicado pela Fondation Zinsou para o musée du quai Branly (2009) eVodun. Origem, prática contemporânea, percepção e incompreensão europeias e psicologia coerciva. É um Grande Iniciado da linhagem real Tohouio Agassu."

"Texto: Brigitte Postel"


"Este relatório apareceu na edição 4 de Natives, des Peuples, des Racines. https://www.revue-natives.com/editions/natives-n04/ "

In: https://universvoyage.com/en/voodoo-mami-wata-mother-of-the-waters-queen-of-the-seas-and-oceans/  Visite o site e veja as fotos.

Mami Wata dos iorubás em museu da Alemanha

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Nomes e Formas de Nascimento.

A forma pela qual uma criança vem ao mundo é muito importante para se saber sobre seu futuro, se veio para desempenhar uma função religiosa, sobre a sua ligação com voduns, com antepassados, etc.

Essas crianças recebem denominações específicas para meninos e para meninas de acordo com seu nascimento.

Quando um bebê vem ao mundo pelos pés ou em uma posição de culatra ele é denominado agossu, se for uma menina é agossi;

Quando a gestante pari fazendo um percurso, a caminho de algum lugar se torna a mãe de um alihonu;

Quando a criança nasce com o cordão umbilical circundando o pescoço e a mão denomina-se bossu ou bojrenu, bossá se for menina; 

Quando o cordão umbilical não circunda o pescoço, somente a mão, temos um bokó, quando menina uma bokossá;

Quando a criança nasce ao meio-dia em ponto temos um huessu;

Quando há perca de líquido em excesso ou mesmo de sangue no parto denomina-se a criança de tossu, se for uma menina tossi;

Quando a criança nasce com a face voltada para o alto, para o céu, é chamada uensu, se for menina uensi;

Quando a criança nasce empelicada é um ussu, se for uma menina umé;

Quando nasce à noite, ou ainda escuro, é denominado zansu, a menina zansi. Tanto uensu/uensi, quanto zansu/zansi são as formas mais comuns de nascimento.

Se nasce no momento em que há um temporal no local com chuva e raios, é um zossu, se for menina é uma zossi.




terça-feira, 16 de julho de 2024

Gris-gris

Gris-gris ou comumente gri-gri, bogbé (bogbê) em língua fongbê, é um amuleto cuja função é formar uma interação com a divindade sobre um pedido específico, merecedor de uma atenção especial. São conhecidos no Brasil sob o nome de breve ou patuá, e sobretudo têm origem mandinga (malê) e fula, prova disso é que muitos de seus antigos gris-gris portavam trechos sagrados do corão em seu interior.

São confeccionados de acordo com o que se deseja apresentando diferentes formas e podem conter diferentes materiais em seu interior, bem como em seu preparo, assim como um tipo específico de madeira, de corda ou de tecido, cor(es) especifica(s), ervas específicas, cadeados, etc, e um método específico de preparo que incluem rezas, dia de confecção, fase lunar e consagração.

Um gri-gri possui recomendação própria de como deve ser guardado, evocado e utilizado, seja no bolso, na forma de um colar para a saúde, junto às pérolas de um vodum, pregado na roupa e de tantas outras formas. São preparados como proteção contra o mal olhado; contra doenças; para se conservar uma união; etc. Quando se perde um gri-gri nunca se procura por ele, quando se encontra recupera-se, quando não se encontra não se procura.

Conteúdo de um gris-gris fula.


segunda-feira, 15 de julho de 2024

Jaca


Artocarpus heterophyllus, Lam.

Fruto muito nutritivo oriundo da Índia e de Bangladesh, sua árvore é a Jaqueira, ou Pé-de-jaca, como é mais conhecida no Brasil.

Foi introduzida na África e nas Américas pelo branco, por isso é denominada pelos Adjás do Mono no Benim de Yovozin, ao passo que por esse nome os fons denominam a laranja, também introduzida pelo branco.

Os hulas denominam a jaca de Kubé (Cubê em português), ao passo que em Gana Kubé é a denominação do coco-da-bahia em língua twi.

A Jaca-dura, ou Jaca-pau, um tipo mais consistente de Jaca, é utilizada no Candomblé em substituição a um mogno africano para realização de preceitos de certas divindades como Azonsu e Ewa dos Modubis, e da yami progenitora de Oxóssi pelos nagôs, tornando-se um interdito comer de seus frutos aos filhos deste orixá.

Os frutos, as folhas e as raízes da Jaqueira possuem propriedades medicamentosas e o fruto é muito apreciado no Brasil, onde também possui aplicações na culinária.




segunda-feira, 24 de junho de 2024

Gbé Lètè

I   I

I   I

II  I

I   I


                     "À cada um segundo o seu destino."

                                                                           - Gbé Atè -

sexta-feira, 14 de junho de 2024

O Rosto do Sagrado.

Silicato de Alumínio Hidratado, o Caolim, a Argila Branca, é uma substância manipulada pelo homem há milênios. Pode ser encontrado  sobre todo o globo terrestre, puro ou contendo outras substâncias que conferem cor ao barro.

É comumente denominado "barro de porcelana" devido ser empregado no preparo de artefatos deste material.

Também se utiliza Caolim na fabricação de contas; no preparo de tintas; utensílios diversos; no combate a insetos e outras pragas da lavoura, tão importante para subsistência; e na religiosidade africana, onde o continente é vasto desta substância telúrica.

É muito conhecido nas práticas da religião Umbanda no Brasil e dos cultos afro-brasileiros, bem como por toda diáspora africana. Costuma ser utilizado no Brasil na forma de Pemba ou Efum, em pó, compactado ou mesmo em pasta, conforme sua aplicação. 

É utilizado para evidenciar o sagrado, observado que esta substância simboliza o Ser Supremo, criador de todas as coisas, Zambi, Olorum, Mawu, etc. O caulim representa a divindade superior que reúne todas as  etnias, todas as crenças endógenas.



quinta-feira, 6 de junho de 2024

Lissá

Ele é a divindade do sol, da luz, da sabedoria representada pelo camaleão, da consciência, do branco, símbolo da pureza, e detesta o vermelho, símbolo da guerra, inclusive proíbe que seus iniciados façam uso de tudo que possui esta cor. 

Ele forma um par criador com Mawu denominado Mawu-Lissá, e recebe sete nomes que manifestam origens e atributos no Daomé, todos com características próprias, onde Segbolissá adorado como Dadá Segbo, é o maior deles, o Rei Segbo, porquê encarna o princípio do par criador.

Suas oferendas são sempre claras, limpas e frescas, pois alimentos feitos de véspera, não são de seu agrado. É de costume que lhe sirvam um refrigerante ou um suco claro, jamais bebidas alcoólicas, azeite de dendê ou produtos do dendezeiro. Recebe do goro (obi gbanjá), da canjica branca, do acassá, da maçã verde, da lima-da-pérsia, do alface, do coco, da água de coco, etc, como oferendas.

Além do vermelho e de tudo que apresente esta cor, Lissá detesta a carne de porco, a banha e os derivados de porco, recebendo do limo-da-costa (manteiga de karité) quando se faz necessário.

Tanto Gun (Ogum) quanto Lissá são voduns que todo hunkpame possui, além dos vodunsis dos mesmos.Você sabe qual é o nome de Lissá do seu hunkpame Jeje Daomé? 

Para maiores informações sobre Lissá, contate: ifabimi@yahoo.com





domingo, 2 de junho de 2024

Tula Gbogli - Viver com Moderação.

I     I

I     II

II    I

I     I


                    Se és iniciado, então reinicia-te.

 .                                                         -Tula Gbogli- 


O fadu orienta aos iniciados que se reiniciem, ou seja: sejam moderados em tudo na vida. Moderados no comer, no beber, no vestir, no falar, nos gastos, etc, para que vivam com saúde e tranquilidade.